Moradores de ilhas do Caribe reclamam de queda de destroços de aeronave da SpaceX

Foguete da empresa de Elon Musk atingiu áreas próximas de casa e comércios; não há registros de vítimas

10/02/2025
Foguete Starship. Foto: SpaceX/ Divulgação

Não era um pássaro nem avião: dos céus do Caribe vieram pedaços do foguete Starship, “brinquedo” de Elon Musk e sua empresa de foguetes, SpaceX. Os destroços da aeronave caíram nas ilhas habitadas de Turks e Caicos — e os moradores não gostaram nem um pouco.

No início de 2025, durante o sétimo voo de teste, a espaçonave da SpaceX se desintegrou após a decolagem. O noturno céu do Caribe ficou iluminado com uma explosão de cores alaranjadas e brancas, mas o espetáculo acabou quando os detritos começaram a cair próximos de casas e comércios dos locais.

 

 

Em entrevista à CNN, Lori Kaine, moradora da região, relatou que a sensação foi de espanto. Não à toa, este fenômeno caribenho preocupou turistas e quem reside nas ilhas, e acendeu um debate sobre a segurança e o impacto ambiental dos lançamentos espaciais.

Ilhas Turks e Caicos. Foto: travnikovstudio/ Envato

De acordo com Kaine, o barulho dos destroços da SpaceX atingindo o solo era “ensurdecedor”, mesmo dentro de casa e com tudo fechado. O estrondo causou impactos, com fios metálicos na garagem, fragmentos onde costuma passear com os cães e detritos em “todo lugar”, descreve ela.


Em comunicado oficial, a SpaceX orientou a população a não tocar nos destroços, já que poderiam ser perigosos. Tarde demais, pois Kaine já tinha recolhido várias peças — não antes de entrar em contato com a empresa para relatar os achados, mas levar uma semana para ser respondida.

 

Segundo as autoridades, as informações sobre os riscos potenciais dos destroços só chegaram até eles no dia seguinte da desintegração. Há uma preocupação significativa sobre a capacidade da SpaceX em gerenciar os danos, enquanto a investigação está por conta da Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA.

Acabou a paz?

Vale ressaltar, que os impactos ambientais da queda dos detritos ainda não foram completamente avaliados, não há registros de vítimas e a SpaceX não usa hidrazina — um combustível espacial altamente perigoso. Porém, não significa que está tudo bem.

Foguete Starship. Foto: SpaceX/ Divulgação

O uso de metano líquido e oxigênio no propulsor do Starship preocupa e, embora os tanques combustíveis danificados tenham resistido à queda, os moradores das ilhas ficaram sujeitos a um risco potencial de incêndios ou explosões em áreas povoadas.

 

E as preocupações não param por aí. Afinal, há uma demanda para uma análise detalhada que mostre como os fragmentos afetaram as águas locais, além de estudar se há mais materiais submersos.

 

Por sua vez, a FAA disse à CNN que as autoridades de Turks e Caicos foram avisadas que estavam em uma “zona de perigo”, mas os locais apontam uma comunicação não eficiente. A Federação ainda exige um alto nível de segurança, com probabilidade de acidentes fatais a menos de uma em um milhão.

 

 

A SpaceX assegurou sua colaboração com as autoridades para garantir que os riscos sejam mitigados, mas os moradores continuam insatisfeitos com a postura da empresa e exigem mais transparência e velocidade na comunicação com os locais.

 

Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida

 

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