Ilha que chegou a ter mais de 1 milhão de m² desaparece completamente do Ártico

Estudantes russos observaram o fenômeno em setembro de 2024, durante projeto acadêmico

18/11/2024
Ilha Mesyatsev em 2021. Foto: Alexandra Barymova/Centro de Pesquisa Marinha da Lomonosov Moscow State University

Quão rápido as mudanças climáticas podem estar afetando a estrutura do planeta? Estudantes russos observaram o desaparecimento total da ilha de Mesyatsev, no Ártico. O local, que chegou a ter mais de 1 milhão de metros quadrados em 2010, atualmente não existe mais.

A Ilha Mesyatsev ficava localizada ao largo da costa da Ilha Eva-Liv, na Terra de Francisco José, um arquipélago russo de mais de 190 ilhas no Oceano Ártico.

 

Seu desaparecimento foi relatado por estudantes do grupo de projeto inter-regional “RISKSAT”, liderado pelo professor de Ciências Técnicas Alexey Kucheiko, do Moscow Aviation Institute (MAI).

Ilha em 2015, à esquerda, e em setembro de 2024, à direita. Foto: Russia Geographical Society / RISKSAT / Divulgação

Imagens de satélites utilizadas pelos estudantes para a observação da ilha mostravam que, em 12 de agosto deste ano, o local ocupava uma área de 30 m² — uma redução de 99,7% em 14 anos. A ocupação, que já era mínima, foi reduzida a zero menos de um mês depois, em 3 de setembro.

Nós a seguimos de 2020 a 2022. Agora a ilha derreteu completamente, o que exige correção dos mapas de navegação– observou  Kucheiko

Desaparecimento da ilha no Ártico: mais um capítulo do aquecimento global

A descoberta, anunciada em um comunicado da Sociedade Geográfica Russa, relata que a causa mais provável para o desaparecimento da ilha no Ártico foi o aumento das temperaturas, uma consequência direta das mudanças climáticas.

Ilha Mesyatsev em 2021. Foto: Alexandra Barymova/Centro de Pesquisa Marinha da Lomonosov Moscow State University

Tida como “essencialmente um iceberg”, acredita-se que Mesyatsev se separou de uma da ilha maior em algum momento antes de 1985. Seu derretimento, que só aumentou com o passar dos anos, estava sendo observado há décadas — até 2022, quando ficou pequena demais para tal.


Antes de desaparecer completamente, o local ainda sofreu com um escurecimento superficial, causado por uma camada de poeira liberada, justamente, pelo gelo derretido. Como consequência, a absorção da radiação solar aumentou, dando ainda mais velocidade ao derretimento.

 

A “boa notícia” é que, a ilha, que atuava como importante local de nidificação para morsas, não afetará os animais com seu sumiço. Isso porque a espécie se adaptou ao derretimento que se prolongou por anos, buscando um novo local para reprodução.

 

Náutica Responde

Faça uma pergunta para a Náutica

    Relacionadas

    Navio de cruzeiro fica preso na Irlanda por 4 meses e passageiros anunciam casamento

    Parada técnica do cruzeiro Villa Vie Odyssey rendeu a Gian Perroni e Angela Harsany um novo rumo além do programado roteiro mundial de 3 anos

    Senna, além de ídolo das pistas, também acelerava sobre as águas

    Piloto brasileiro de F1 participou ativamente da construção de seus 3 barcos; um deles, Ayrton jamais conheceu

    Embarcação dos anos 60 vai virar restaurante flutuante de luxo no Rio de Janeiro

    Novidade teve investimento de R$ 10 milhões e promete centro de eventos, bar rooftop e área vip na Marina da Glória

    Seychelles: ilha paradisíaca será sede da Copa do Mundo de Futebol de Areia

    Essa será a primeira vez que um país africano receberá a competição, que acontece de 1º a 11 de maio de 2025; hexacampeão, Brasil briga por vaga

    Pela primeira vez, baleia mais rara do mundo começa a ser estudada por cientistas

    Animal só foi encontrado sete vezes ao longo da história, o que o torna um verdadeiro enigma para a ciência