Com investimento de R$ 86 bilhões, ilhas artificiais de projeto em Dubai agora estão afundando
The World previa a construção de 300 ilhas, dispostas de forma a replicar o mapa-múndi; mesmo com 60% delas comercializadas, projeto está em declínio
Ambiciosos e milionários: palavras que descrevem os projetos desenvolvidos em Dubai. Muitos deles saem do papel e viram atrações que alcançam o mundo todo, como a Palm Jumeirah (ilha artificial em forma de palmeira). Mas, nem tudo são flores e, quanto maior a ambição, maior pode ser a queda. É exatamente o que está acontecendo com o projeto The World, que previa a construção de 300 ilhas artificiais.
Ilha paradisíaca recupera recife de corais de forma criativa e vira referência
Histórico: abertura das Olimpíadas terá delegações a bordo de 94 barcos no Rio Sena
Inscreva-se no Canal Náutica no Youtube
Sendo mais coerente, o The World não está em queda: está afundando. A ideia inicial do audacioso projeto era parecida com a Palm Jumeirah — inclusive, as obras ficam a poucos metros uma da outra. No lugar da palmeira, contudo, visto do alto o The World formaria um mapa-múndi, composto por 300 ilhas artificiais, com tamanhos entre 1,4 e 4,2 hectares.
Com um investimento inicial de 12 bilhões de libras (cerca de R$ 85,8 bilhões na cotação de junho de 2024), o The World chegou a utilizar 321 milhões de m³ de areia do Golfo Pérsico e 386 milhões de toneladas de pedra para realizar a obra, abrangendo uma área aproximada de 54 km². Acontece que, tudo isso, foi ainda lá em 2003, 21 anos atrás.
A intenção original do projeto era vender as ilhas para investidores privados, que poderiam desenvolver propriedades residenciais, resorts, hotéis e outras instalações de luxo. Mesmo com 60% do complexo vendido, contudo, as obras estão paradas há anos.
Para se ter uma ideia, das 300 ilhas previstas, apenas uma foi completamente desenvolvida e está em uso: a Ilha do Líbano. Por lá está o The Royal Island Beach Club, que inclui um restaurante, bar, piscina e atividades aquáticas. A maioria das outras ilhas permanece desocupada e sem desenvolvimento significativo.
Entre os motivos estão crises econômicas (principalmente a de 2008), que levaram à paralisação de muitas construções e ao abandono de alguns planos de desenvolvimento; problemas de infraestrutura, uma vez que as ilhas não são conectadas entre si ou ao continente por pontes ou estradas, o que torna o acesso difícil; e o principal deles: o impacto ambiental.
A construção das ilhas teve impactos negativos significativos nos recifes de coral e ecossistemas marinhos locais, embora esforços tenham sido feitos para mitigar esses efeitos. Abandonadas, as ilhas do The World ainda estão acelerando o aparecimento dos primeiros sintomas de erosão nos canais que circundam as ilhas, as transformando em espécies de “terraços desertos de areia”.
Tendo em vista a crise climática que cresce ano após ano, dados do Greenpeace indicam ainda que as ilhas do projeto estão afundando a uma taxa de 5 mm por ano.
Apesar dos inúmeros problemas e desafios, a Nakheel Properties, empresa responsável pelo projeto, continua buscando maneiras de revitalizar o The World, de forma a atrair novos investimentos para completar o desenvolvimento das ilhas.
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
Batizada de RCYL e feita pela alemã igus, bike não enferruja, não precisa de óleo e é praticamente livre de manutenção
Lendário Galeb, de 385 pés, serviu na Segunda Guerra Mundial, sofreu bombardeio e foi resgatado pelo governo croata
Especialista Bianca Colepicolo explica como Sorriso (MT) pode diversificar suas atividades além do agro
Com operações em mais de 13 países, marca traz soluções em produtos internacionais ao país, além de alavancar marcas nacionais no exterior
Ao longo de 30 anos, projeto de R$ 8,5 bilhões deve abranger 180 km de hidrovias urbanas, incluindo rios como o Pinheiros e Tietê