Com método inovador, jovem inventor quer acabar com plásticos no mar

Irlandês criou equipamento para monitorar poluição aos 12 anos e foi premiado pelo Google aos 18; conheça

02/03/2024
Foto: Instagram @fionn.ferreira/ Reprodução

A poluição dos mares é um grande problema e vários pesquisadores têm discutido métodos para resolver a situação. Fionn Ferreira, um jovem inventor irlandês, está tão empenhado em tentar mudar o mundo para melhor que pensa em soluções para isso desde a infância.

Com a missão inabalável de combater a crise dos microplásticos, o jovem inventor criou, aos 12 anos, seu próprio espectrômetro — aparelho que mede a composição química de determinadas amostras — e começou a identificar poluentes nas águas.

Foto: Instagram @fionn.ferreira/ Reprodução

Mais tarde, o irlandês descobriu que um pingo de óleo seria capaz de atrair uma grande quantidade de plástico. Mas, como é de se imaginar, não é benéfico — nem viável — espalhar óleo por todo o oceano para resolver a questão dos microplásticos.

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Fionn tentou, então, misturar a substância com pó de óxido de ferro, criando o chamado ferrofluido. A próxima ideia foi usar essa substância na água para atrair os microplásticos e depois poder remover ambos.

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O jovem, então aos 18 anos, lembrou das suas primeiras experiências com Lego e resolveu usar um método inovador. Com a ajuda de um ímã, ele conseguiu remover microplásticos e o ferrofluido, resultando numa água pura.

 

Este teste de Fionn Ferreira já foi realizado cerca de 5 mil vezes e alcançou 87% de eficiência, lhe rendendo o prêmio Google Science Fair de 2019.

Muito mais que uma invenção

Por falar em premiação, o Google também garantiu ao garoto uma bolsa de estudos no valor de US$ 50 mil (cerca de R$ 212 mil, na conversão da época). Além disso, Fionn trabalha no desenvolvimento de um aparelho que utiliza o método criado por ele mesmo para capturar microplásticos enquanto a água flui pelo aparato.

Foto: Instagram @fionn.ferreira/ Reprodução

Com a ideia de que seja algo pequeno o suficiente para caber em canos d’água, este seria apenas o primeiro passo para termos o equipamento em larga escala. Também é discutido o uso desse dispositivo na entrada e saída de água de residências.

 

Outro projeto que o jovem inventor trabalha é num sistema a ser instalado em navios, para extrair o plástico dos oceanos durante a navegação. O plano é que todas essas invenções avancem e sejam comercializadas em, aproximadamente, dois anos.

Inimigo quase invisível

Muitas pessoas já conhecem o perigo dos plásticos nos oceanos, pois são bem visíveis. No entanto, o microplástico representa um problema bem maior — por mais que as partículas desse material não passem de 5 milímetros — pois são mais difíceis de identificar a olho nu.

Foto: Instagram @fionn.ferreira/ Reprodução

O microplástico pode parecer uma “poeira de plástico”, que muito lembra um glitter. Este material pode ser encontrado em roupas, produtos de cuidados pessoais e de limpeza, que geralmente vão parar no esgoto — e depois em oceanos, rios, lagos e represas.

Foto: Instagram @fionn.ferreira/ Reprodução

Quando o microplástico entra em contato com o ambiente aquático, o estrago está feito. O resíduo pode ser consumido por animais que vivem na água, e consequentemente, por humanos, além de poluir oceanos e praias.

Para mudar o mundo

Pesquisa feita pela Universidade de Newcastle, na Inglaterra, apontou que cada ser humano consome, em média, 5 gramas de plástico por semana. Isso seria como triturar um cartão de crédito e jogar na comida, tal qual um queijo ralado.

Foto: Instagram @fionn.ferreira/ Reprodução

Como é de se imaginar, não faz bem ingerir microplástico. Por mais que ainda se saiba pouco sobre o assunto, há estudos que correlacionam esse material com câncer, má formação de fetos, estresse oxidativo e problemas cardíacos e respiratórios — como inflamações.

 

Além disso, microplásticos podem ser meio de transporte para patógenos — organismos que são capazes de causar doença em um hospedeiro. Por isso, fica a torcida para que o jovem inventor irlandês e outros pesquisadores consigam resolver em pouco tempo um problema de décadas.

 

Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida

 

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