Barcos submersos há 7 mil anos já traziam tecnologias utilizadas até hoje

Encontrados no fundo de um lago na Itália, barcos já carregavam consigo soluções náuticas modernas

28/03/2024
Foto: Gibaja et al., 2024, PLOS ONE, ( CC-BY 4.0 ) / Divulgação

Aparentemente, a tradição italiana na construção de embarcações é mais antiga do que parece. Isso porque pesquisadores analisaram barcos submersos há mais de 7 mil anos em um lago na Itália, e descobriram que essas embarcações, já naquela época, dispunham de soluções tecnológicas utilizadas até os dias atuais na navegação.

Publicada na revista Plos One, a pesquisa parte da análise de cinco embarcações, encontradas em um povoado conhecido como La Marmotta, possivelmente habitado entre 5.700 e 5.150 a.C. — o assentamento neolítico mais antigo à beira de um lago no Mediterrâneo central — , atualmente submerso a 10 metros de profundidade no Lago Bracciano, na Itália.

Foto: Gibaja et al., 2024, PLOS ONE, ( CC-BY 4.0 ) / Divulgação

A partir da análise das embarcações, os pesquisadores identificaram avanços alcançados ainda na Idade Média. O maior dos barcos, com cerca de 10,4 metros de comprimento, por exemplo, foi construído a partir do tronco de carvalho, e traz entre suas características reforços transversais que, de acordo com os estudiosos, provavelmente deram ao barco uma maior durabilidade.

Foto: Gibaja et al., 2024, PLOS ONE, ( CC-BY 4.0 ) / Divulgação

Itens de madeira em forma de T, com vários buracos no lado direito, indicam que ali se prendiam cordas, uma vela, ou até um outro barco, com o intuito de criar um casco duplo — como um catamarã.

 

Um outro modelo encontrado submerso foi fabricado a partir de um tronco oco de amieiro, com um objeto semelhante a um cogumelo e com um único furo, o que lembra os pilares de portos modernos. Acredita-se que o item era utilizado para proteger as embarcações quando o nível do lago subia.

Foto: Gibaja et al., 2024, PLOS ONE, ( CC-BY 4.0 ) / Divulgação

As outras três embarcações foram feitas de três tipos de madeira: choupo, faia e amieiro. O fato indica, de acordo com os pesquisadores, que os construtores daquela época estavam atentos as diferentes qualidades e benefícios de cada tipo de material.

Informações preciosas

Apesar da descoberta dos barcos submersos revelarem as tecnologias da época, o estudo traz informações valiosas, que vão além do modo como se construíam barcos antigamente. De acordo com a pesquisa, as embarcações de La Marmotta são as mais antigas do Mediterrâneo.


Isso faz com que os barcos tragam informações também sobre a navegação neolítica, das primeiras comunidades agrícolas e pastoris. De acordo com os estudiosos, os barcos eram também utilizados além do Lago Bracciano, com a possibilidade de, até mesmo, terem navegado pelas águas do Mediterrâneo.

 

A tese é que as embarcações tenham chegado até lá graças a um rio que liga os dois e, o que fortalece essa ideia, é o fato de que ali, anteriormente, foram encontrados artefatos estrangeiros, como cerâmicas gregas e bálticas.

 

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