Por que o mar fica sem onda às vezes? Entenda o que acontece

Ação do vento e outros fatores são essenciais para a formação e intensidade das ondas, que podem variar de acordo com o dia

Por: Redação -
14/08/2024

Fãs de praia geralmente se dividem em dois times: os que gostam de mar com muitas ondas (ideal para o surf, por exemplo) versus os que preferem o mar sem onda, ao estilo piscininha. Não é segredo para ninguém que a água pode se apresentar de ambos os jeitos na mesma praia, em diferentes dias, mas a pergunta que fica é: por que isso acontece?

O senso-comum de que o vento é responsável pela formação de ondas está correto. Segundo o engenheiro e oceanógrafo David Zee, professor de Oceanografia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), esse é o principal fator que culmina na agitação do mar.

“Praticamente 99% da energia acumulada nas ondas provém da energia transferida dos ventos sobre a superfície do mar”, afirma, em artigo publicado no site Olhar Oceanográfico.

 

A porcentagem restante fica a cargo de maremotos e tsunamis, bem como da atração gravitacional do sol e da lua “se considerarmos a maré como uma onda de longo período (duração)” — já que os astros a influenciam diretamente.

Como os ventos fazem o mar ficar com ou sem ondas?

Nas Olimpíadas de Paris, o surfista brasileiro Gabriel Medina viveu momentos de tensão durante a disputa por uma vaga na final.

 

O mar de Teahupo’o, no Taiti, onde ocorreram as provas da modalidade, não se apresentou em boas condições ao atleta e, após longos minutos de espera, Medina não conseguiu surfar uma segunda onda para aumentar a pontuação e bater o australiano Jack Robinson.

Gabriel Medina, em prova antes da semifinal. Foto: William Lucas/ COB/ Reprodução

Embora seja claro que os ventos interferem na ausência ou presença de ondas, é necessário que haja um processo de transferência de energia para que elas se formem.

 

“Os ventos, ao soprarem sobre a superfície lisa do mar, formam inicialmente pequenas rugosidades, chamadas de ondas capilares. A presença das rugosidades confere ainda mais atrito que possibilita maior transferência de energia dos ventos, aumentando gradativamente a altura das ondas”, explica Zee.

Quando uma onda se choca na outra, distribui melhor essa energia que se acumulou, o que faz com que se propaguem e uniformizem. Elas viajam pelo mar até alcançarem um obstáculo — como ilhas e continentes.

 

Uma pequena fração da energia acumulada também é usada no que o professor aponta como “revolvimento das águas”, responsável por formar a espuma que a gente vê, emitir calor e gerar o som da quebra da onda na praia.


Outro ponto de destaque é o tamanho da onda. Enquanto em alguns dias o mar fica especialmente revolto, em outros pode se apresentar com ondas menores, pequenas marolas ou se igualar a uma enorme piscina.

 

“A formação de ondas maiores ou menores depende da intensidade (velocidade), área de atuação (pista ou área onde o vento sopra) e duração dos ventos (tempo)”, define Zee. “Quanto maior for a intensidade, a área de atuação e a duração dos ventos, tanto maior serão as ondas originadas”.

 

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