Estaleiro britânico planeja primeiro catamarã com plataforma para aeronave vertical
Com primeira garagem para eVTOL, Archipelago pretende inovar no mercado ao trazer espaço para "carro voador"
Se pudéssemos juntar a calmaria das águas com a adrenalina dos céus, certamente o resultado seria o Archipelago 80, catamarã que está sendo construído pelo estaleiro britânico Archipelago. Esta embarcação de 80 pés (24 metros) pretende ser o primeiro iate com plataforma de pouso VTOL.
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Primeiramente, é preciso explicar do que se trata um VTOL. Sigla para “Electric Vertical Takeoff and Landing” (Veículo Vertical de Decolagem e Pouso, em português), essa é uma categoria de aeronaves projetadas para decolar e pousar verticalmente, sem a necessidade de uma pista de pouso convencional.
Assim, a ideia do Archipelago 80 é se tornar o primeiro catamarã com licitação para aeronaves verticais, como o VTOL. Com três deques de alumínio, a embarcação tem capacidade de 12 pessoas e espaço suficiente para acomodar barcos de apoio.
Mas, que tal em vez de acomodar esses pequenos barcos — também conhecidos como tenders — , “alojar” uma aeronave vertical? É essa a ideia da Archipelago. Esta plataforma de pouso ficaria no terceiro convés do barco, feita justamente para suportar a VTOL.
Além desse adicional, o catamarã é movido por um sistema elétrico híbrido e feito com desenho de casco duplo, na tentativa de diminuir seu deslocamento e reduzir a necessidade de potência para atingir a mesma velocidade de um barco deste tamanho.
A embarcação consumirá energia de um conjunto de painéis solares de 24kW, armazenada em grandes bancos de baterias. Segundo a construtora, o desempenho máximo da velocidade do Archipelago 80 é de 29 nós (equivalente a 54 quilômetros por hora).
Uma “garagem” no catamarã
O modelo de eVTOL — mesma coisa que um VTOL, só que elétrico — que servirá este catamarã será o Axe, da Skyfly. Conhecido por ser uma das menores aeronaves da categoria, ele não foi criado para ser um táxi aéreo, portanto, dispensa um tipo específico de licença e treinamentos para voar.
Este modelo segue o mesmo caminho de certificação de aeronaves privadas, que podem ser conduzidas com qualquer licença de piloto — o único eVTOL de dois lugares com este recurso até agora. De acordo com a Skyfly, o Axe é tão fácil de pilotar quanto um drone com câmera.
A aeronave decola e pousa como um helicóptero, e depois realiza a transição para o voo horizontal. O Axe também conta com um paraquedas balístico em caso de emergência, além de uma bateria instalada que funciona até 100 milhas (160 km) com uma única carga.
Como o esperado, o eVTOL pode ser carregado no convés do catamarã, visto que pesa “apenas” 650 kg — relativamente leve para o A80 — , e caso o alcance da aeronave não seja o suficiente para algumas pessoas, a Skyfly pode instalar um gerador híbrido que triplica sua capacidade.
Entretanto, é bom se atentar a agilidade. O Axe possui velocidade máxima igual ao seu alcance (160 km), o que significa que ele irá esgotar completamente em uma hora.
Ainda vai demorar
Este catamarã com aeronave não poderá estar na sua lista de metas para 2024. Afinal, a aeronave só iniciará os voos de testes com tripulação em março, e o Axe eVTOL, destinado para o Archipelago 80, iniciará as construções a partir de maio de 2025, na melhor das hipóteses.
No entanto, o preço que a Skyfly pede já é conhecido: US$ 180 mil (cerca de R$ 900 mil em conversão realizada em fevereiro de 2024). O custo de todo o pacote — que envolve o A80 e o tender — não é conhecido, mas a previsão é que ambos sejam apresentados em setembro de 2025, no Cannes Boat Show.
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
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