De barco de palete a veleiro de corrida: jovem transformou trabalho escolar em projeto de vida
Aaron Vinod nunca abandonou o sonho de estar sobre as águas e hoje colhe os frutos de sua persistência


Um palete como casco e um pedaço de pau para remar. Assim Aaron Vinod John, de 17 anos, começou a construir o seu sonho de navegação. Embora criticado e muitas vezes mal compreendido, ele não deixou de lado sua ambição, e hoje colhe os frutos de sua persistência.
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Jogar videogame ou ir para festas não estava nos planos do garoto indiano que, em 2023, se mudou para a Nova Zelândia com a família. Para Aaron, a diversão se escondia em lugares remotos, que ele visitava de bicicleta em busca de solitude e aventura — qualquer semelhança com os amantes do mar, nesse caso, não é mera coincidência.


Eu sofria bullying por ser diferente. Mas eu só precisava estar perto das pessoas certas– relatou ao NZ Herald
De projeto escolar a projeto de vida
As águas da bacia de Whangārei, ao norte da Nova Zelândia, testemunharam os primeiros passos desajeitados de Aaron rumo a uma vida no mar. Por lá, ele chegou manobrando um palete que encontrou na rua, com a ajuda de um pedaço de pau.
Isso porque a turma de marcenaria de sua escola teve a ideia de construir uma jangada — e essa parecia a oportunidade perfeita para o garoto aprender o suficiente para confeccionar seu próprio barco de palete.


A colaboração, contudo, não deu certo, e logo Aaron viu seu pequeno projeto afundar assim que ele pulou a bordo. “Fiquei encharcado” relembrou.
Um velho marinheiro me avisou para ter cuidado. Eu nem sabia o que estava fazendo, só sabia que queria flutuar– contou
Entretanto, ele não desanimou. A vontade de estar na água o faria superar qualquer obstáculo — e o próximo já estava à vista. Após ver seu projeto — literalmente — afundar, Aaron o deixou preso ao corrimão do cais durante a noite, não sem pedir a um marinheiro que morava a bordo para que ficasse de olho nele.
No dia seguinte, contudo, o garoto foi surpreendido com um pedido da marina para que o palete fosse removido do local. Esse foi outro imprevisto logo superado pelo jovem sonhador, mas que, desta vez, veio com um “bônus”.
Um marinheiro, que observava o seu esforço, não só o incentivou a continuar como lhe deu uma dica valiosa: a área de reciclagem da marina. Por lá, Aaron pôde coletar garrafas plásticas, que ajudariam o barco a flutuar — mesmo que ainda desajeitado.
Com apoio se vai mais longe
As investidas de Aaron para estar no mar não passaram despercebidas. Já com um espaço permanente no cais — raso demais para embarcações maiores —, logo ele ficou conhecido por moradores, que registravam os momentos em vídeo. Uma dessas filmagens viralizou nas redes sociais, dando ao garoto um apoio ainda maior.


Não demorou para que seu barco de palete fosse substituído por um caiaque novinho, doado, junto com outros equipamentos para navegação, por duas empresas de Northland.
Eu estava na água todos os dias depois da escola, mesmo com o tempo ruim. Só deitado no meu caiaque, sorrindo para o céu, sonhando em morar num veleiro– relembrou
Em março deste ano, esse sonho se tornou realidade. Dos pais, Aaron ganhou um Farr Platu 25, considerado um veleiro de alto desempenho, que foi batizado por ele mesmo de SV Trashman.


Era o que faltava para o garoto começar a viver na água em tempo integral. Seus estudos, inclusive, passaram a ser no barco, para que Aaron dedicasse a vida à vela.
Aaron Vinod John acredita ser o indiano mais jovem a viver em tempo integral em um veleiro. Seu próximo objetivo é se tornar arquiteto naval, para projetar seu próprio barco e navegar pelo mundo, inclusive por destinos remotos, como a Antártica.
Quero inspirar outros a buscar a liberdade– destacou
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