Cientistas descobrem que baleias beluga podem se comunicar movimentando a cabeça; assista

Conclusão veio com o estudo de animais em cativeiro; pesquisadores registraram 5 movimentos diferentes

19/05/2024

Com uma aparência inconfundível e carismática, a baleia beluga (Delphinapterus leucas) é conhecida, principalmente, pelo formato saliente da testa, resultado de um acúmulo de gordura na região. Para alguns, o animal é como o “canário do mar”, já que se comunica por meio de uma ampla variedade de sons. Cientistas, contudo, descobriram que essa não é a única forma da baleia “falar” com outras da sua espécie.

Em pesquisa publicada na Animal Cognition, estudiosos relatam cinco movimentos diferentes que as beluga fazem com o “melão” (nome dado à parte arredondada na testa do animal). De acordo com os pesquisadores, as baleias podem empurrar, achatar, sacudir, pressionar e levantar a região para se comunicar.

 

 

Para realizar o estudo, foram analisadas as formas reproduzidas pela testa do animal em vídeos feitos com, inicialmente, quatro baleias beluga, entre 2013 e 2014, no Mystic Aquarium, em Connecticut, nos Estados Unidos. As informações obtidas se confirmaram com a observação de outras 51 baleias do MarineLand, nas Cataratas do Niágara, no Canadá.

 

Assim, mais de 2,6 mil “formas” dos melões foram registradas nos dois grupos. Apesar de não poderem afirmar com precisão o que cada uma das cinco categorizadas significa, os estudiosos desenvolveram algumas teorias que ajudam a entender os movimentos.

Foto: Richard et al. / Animal Cognition, 2024 / Reprodução
Foto: Richard et al. / Animal Cognition, 2024 / Reprodução
Foto: Richard et al. / Animal Cognition, 2024 / Reprodução

A princípio, os pesquisadores acreditam que os movimentos foram criados para que as baleias beluga se comuniquem entre si, já que 93,6% dos formatos se deram quando uma se apresentava no campo de visão da outra.

Alguns padrões nas formas também foram notados, e as teorias apontam que os movimentos de sacudir e pressionar estão ligados ao comportamento sexual, enquanto achatar, empurrar e levantar não parecem estar ligados a comportamentos específicos, o que pode sugerir “uma utilização mais flexível”.

Tudo isso aprimora um corpo de conhecimento necessário para compreender melhor esses animais complexos– Ellen Coombs, do Museu Nacional de História Natural do Smithsonian 

Vale ressaltar que os pesquisadores documentaram o comportamento entre baleias beluga em cativeiro, e ainda não está claro se o comportamento se reflete em animais que vivem na natureza.


As baleias beluga

As baleias beluga são mamíferos que vivem em águas árticas e subárticas, inclusive na costa do Alasca. A espécie pesa, em média, 3.150 quilos, e pode chegar aos 16 metros de comprimento.

 

A expectativa de vida média das baleias beluga gira em torno de 35 e 50 anos — embora possam viver até os 90. Isso porque o animal é suscetível a muitas ameaças, desde doenças e predação por orcas até as perturbações humanas, como pesca, transporte marítimo, exploração de petróleo e gás e alterações climáticas.

 

As beluga pertencem ao grupo das baleias dentadas, que inclui orcas, golfinhos e cachalotes. Todas essas espécies possuem músculos que provavelmente poderiam ser movimentados como os “melões” das belugas, mas, segundo o artigo, ela é a única em que os cientistas observaram o comportamento.

 

Náutica Responde

Faça uma pergunta para a Náutica

    Relacionadas

    Linda e precária: ilha no Caribe Colombiano é a mais densamente povoada do mundo

    Com 10 mil m² de área, Santa Cruz del Islote tem apenas 825 habitantes e sofre com turismo predatório

    Ilhabela deve ganhar 1ª usina de dessalinização de água de São Paulo em 2026

    Projeto prevê aumento de 22% no volume de água tratada no município, atendendo mais de 8 mil pessoas

    Descanso sobre as águas: hospedagem em barcos atracados é opção de lazer no litoral brasileiro

    Ideia dispensa a necessidade de carteira náutica e traz valores acessíveis para uma experiência pra lá de diferente

    Falkirk Wheel: conheça o elevador gigante para barcos que virou ponto turístico

    Construção na Escócia foi feita para driblar desnivelamento maior que um prédio de dez andares

    Ações de despoluição na Baía de Guanabara fazem vida marinha voltar às águas

    Expedições comandadas pelo Instituto Mar Urbano observaram mais animais na região e melhor qualidade da água