Atol das Rocas, no Rio Grande do Norte, é o único do tipo no Oceano Atlântico; conheça

Formada ao redor de um monte submarino, área de preservação ambiental abriga diversas espécies e é o 2º maior local de reprodução da tartaruga verde no mundo

02/07/2024
Foto: Marinha do Brasil / Wikimedia Commons / Reprodução

Um tipo de ilha em formato de anel, que leva em seu interior piscinas naturais, areia de grãos biológicos, diversas espécies e que carrega o título de segundo maior local de reprodução da tartaruga verde no mundo: esse é o Atol das Rocas, no Rio Grande do Norte — único do tipo no Oceano Atlântico. Sua formação, contudo, consegue ser ainda mais surpreendente do que suas características finais.

Agrupamento de ilhas vinculadas ao estado do Rio Grande do Norte, a 260 km a nordeste de Natal, o Atol das Rocas é um dos principais ambientes ecológicos do Brasil. Tanto é que, em 1979, foi transformado na primeira unidade de conservação marinha do país, passando a ser considerado uma Reserva Biológica.

Foto: Acervo Tamar/ Divulgação

Um atol é uma ilha de formação não rochosa, mas biológica, formada pelo crescimento de recifes de corais ao redor de um monte submarino, que anteriormente poderia estar na superfície mas, com o passar do tempo, acabou afundando e se desgastando.

Foto: NASA / Creative Commons / Reprodução

Nesse momento, os recifes de corais começam a crescer ao redor do monte. Algas, sedimentos marinhos e carapaças de moluscos se depositam um acima do outro, até chegarem à superfície, formando o “anel” que circunda o atol.

Foto: Rodrigo Pereira Barbosa / Wikimedia Commons / Reprodução

Seu interior abriga uma laguna conectada ao mar, piscinas naturais, ilhas formadas com areia de grãos biológicos e animais de diversas espécies, como peixes, aves, crustáceos, moluscos, entre outros — o que faz com que o Atol das Rocas seja um dos principais pontos de preservação para a manutenção da biodiversidade marinha no Oceano Atlântico.

Peixe-leão. Foto: Ministério do Meio Ambiente / Carlos Ferreira / Divulgação

Além de ser o segundo maior local de reprodução da tartaruga verde no mundo — atrás somente da Ilha de Trindade, no Espírito Santo — o Atol das Rocas abriga a maior colônia de aves marinhas do planeta, com cerca de 150 mil espécies.

Turistas são proibidos no Atol das Rocas

A beleza do Atol das Rocas impressiona, mas não pode ser vista de perto por qualquer um. Isso porque o turismo no local é proibido. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), órgão que regula a entrada e a saída de pessoas das ilhas que formam o atol, só autoriza a presença de pesquisadores e estudantes.

 

 

Por lá, acontecem importantes estudos, principalmente sobre as espécies de tartarugas, já que suas águas são tão transparentes que ajudam na localização e captura dos animais para esse fim.

 

Para manter tudo como se deve, o Atol das Rocas tem uma guardiã à altura. Maurizélia de Brito, mais conhecida como Zélia de Brito, ou ainda, Zelinha, é a responsável pelo Atol das Rocas há mais de 30 anos.

 

 

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Ela é considerada um ícone da conservação de áreas marinhas no Brasil e referência para a pesquisa sobre oceanos, conservação de áreas protegidas e pesca.

 

Servidora de carreira do ICMBio, Zélia foi nomeada subchefe da Reserva Biológica Atol das Rocas em 1991 e chefe em 1993 — cargo que ocupa até hoje. Em sua homenagem, inclusive, cientistas já batizaram três espécies de invertebrados.

 

 

“O atol é responsável pela perpetuidade de muitas espécies de animais. Serve de abrigo, serve de local de alimentação, de reprodução para milhares de espécies” disse Zelinha em entrevista à jornalista Paulina Chamorro.

Tudo aqui é área de pesquisa. Então os animais também sentem isso. Não se interfere, temos os comportamentos naturais de verdade– complementa Zelinha à Paulina


O que se come no Atol das Rocas

Sendo um local isolado e de acesso restrito, é de se imaginar que a alimentação no Atol das Rocas não seja tarefa fácil.

 

De acordo com o Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD), as pessoas que chegam ao Atol das Rocas se alimentam, principalmente, de uma grande variedade de frutas e legumes, que devem ser consumidos em uma ordem que evite que os alimentos estraguem.

 

 

Há todo um cuidado especial com os alimentos que chegam à reserva biológica, já que são levados do continente, através de uma logística pensada pelo Instituto Chico Medes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

 

Peixes, por exemplo, podem entrar no cardápio, mas devem ser levados do continente, já que a pesca no atol é proibida.

 

 

O ICMBio calcula quanto será necessário levar, considerando restrições alimentares de cada um, o período da expedição e o trabalho exaustivo em campo. Os alimentos são comprados em Natal (RN) e levados até o atol pelo catamarã Boranda.

 

Vale ressaltar que o atol não tem água doce potável, há pouca sombra e apenas uma casa, na ilha do Farol, onde todas as pessoas autorizadas a permanecer ficam. Tudo vem do continente e a permanência é desafiadora, o que torna o planejamento essencial e inegociável.

 

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