Baleia que não era avistada há mais de 30 anos foi encontrada três vezes em expedição
Com poucas aparições desde 1988, a baleia-bicuda-de-arnoux foi observada próxima das águas da Antártida
Na natureza, há um animal popularmente chamado de baleia-bicuda-de-arnoux (Beradius arnuxii), que não havia sido avistada nenhuma vez durante as últimas 11 expedições de pesquisa realizadas de 1988 à 2018. Porém, numa única jornada feita em 2022, a rara espécie foi vista três vezes.
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O que pode ter parecido sorte, na verdade, envolveu muito estudo dos cientistas da Universidade de Wageningen, na Holanda. Na expedição, o grupo de pesquisadores viu a baleia três vezes durante voos de helicóptero — e documentaram o avistamento em um estudo publicado na revista científica Marine Mammal Science.
Com os dados colhidos nessa expedição e em todos os outros avistamentos entre 1980 e 1990, os cientistas perceberam um padrão no comportamento das baleia-bicuda-de-arnoux: a maioria delas foi observada em águas relativamente rasas, próximas à costa e ao gelo da Antártida.
Até então, entendia-se que a baleia rara vivia, principalmente, em partes profundas dos oceanos do Hemisfério Sul. Os resultados da última expedição também sugerem uma associação ao gelo marinho, possivelmente relacionada à comida ou proteção.
A pesquisa ainda sugere que as baleias-bicudas-de-arnoux não migram em massa para as águas do norte sem gelo durante o inverno — o que reforça a teoria de que elas procuram a região para maior proteção e alimentos. Porém, ainda faltam mais estudos para confirmar essa ideia.
Um exame de paciência
Como a espécie costuma realizar mergulhos prolongados nas profundezas das águas, avistar essa baleia rara na superfície e fotografá-la foi um verdadeiro teste de paciência e perseverança.
Nesse estudo, cada imagem passou por uma pesquisa detalhada sobre a espécie. Além disso, os vídeos e slides produzidos em 1980 e 1990 foram inseridos nos bancos de dados internacionais voltados para o estudo do animal. No geral, foram documentados 108 avistamentos e 1.125 baleias.
A equipe da Universidade de Wageningen fez diversas expedições à Antártida para aprofundar o conhecimento sobre a cadeia alimentar dessa região. Os avistamentos ocorriam em dois postos de observação de madeira no topo do navio alemão Polarstern — que já havia sido utilizado em missões no Ártico.
Além disso, aves e mamíferos marinhos avistados durante a expedição foram registrados, para estimar quantos animais haviam na região. Quando o navio estava parado, as contagens adicionais eram realizadas com o uso de helicóptero — o que proporcionou o avistamento das baleias-bicudas-de-arnoux.
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
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