Linda e precária: ilha no Caribe Colombiano é a mais densamente povoada do mundo
Com 10 mil m² de área, Santa Cruz del Islote tem apenas 825 habitantes e sofre com turismo predatório
A beleza natural que cerca Santa Cruz del Islote atrai turistas e curiosos do mundo todo, levando ao local sua principal fonte de renda — e de problemas. Uma vista do alto do destino deixa evidente ao primeiro olhar o porquê da ilha colombiana ser considerada a mais densamente povoada do mundo. A falta de espaço se assemelha à ausência também de recursos e serviços.
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Parte do arquipélago de San Bernardo, o destino fica dentro do Parque Nacional Corales del Rosario, a 3 horas de barco da popular Cartagena das Índias.
Santa Cruz del Islote é cercada por águas límpidas que mesclam tons de verde esmeralda com um azul turquesa. Por lá, o turismo, ao mesmo tempo que leva a principal fonte de renda a 825 habitantes, é também o responsável por trazer problemas socioambientais sem precedentes.
Antes de atrair pessoas do mundo todo interessadas nas belezas naturais da ilha e curiosos com o estilo de vida dos habitantes, os moradores de Santa Cruz del Islote tinham a pesca como atividade principal — recurso que diminuiu devido à superexploração e destruição dos ecossistemas da ilha. Para se ter uma ideia, o local recebe diariamente cerca de 500 turistas — o que corresponde a 60% da população.
Os visitantes, geralmente, fazem passeios de um dia saindo de Cartagena ou Tolú, ou pernoitam nas ilhas vizinhas de Tintipán e Múcura — embora existam quatro pequenos hostels na ilha, que podem acomodar aproximadamente 20 pessoas.
Em 2011, o governo colombiano confirmou o impacto ambiental grave nas ilhas do arquipélago de San Bernardo. Medidas de proteção foram ordenadas, mas nenhuma ação foi efetivamente tomada até agora.
Como é viver em Santa Cruz del Islote
Viver em Santa Cruz del Islote é estar a anos-luz de distância dos hábitos vistos como comuns na sociedade de forma geral e a população sofre com a falta de infraestrutura, recursos e serviços. Por lá, além dos quatro hostels, há quatro lojas, uma arena de briga de galos, um posto de saúde, uma igreja e uma escola.
Há 70 anos, um incêndio destruiu todas as casas feitas de bambu e palha da ilha. Por sorte, ninguém ficou ferido. As estruturas foram reerguidas com materiais “melhores”: pedra, entulho e até lixo retirado do mar.
A energia da ilha é fornecida por painéis solares e um gerador noturno. Apesar da presença de um posto de saúde com médico permanente, em caso de emergência os pacientes precisam ir para um hospital com melhor estrutura a bordo de um barco.
O local também não tem cemitério e, após um cortejo fúnebre pela cidade, os falecidos são levados para ilhas vizinhas.
Não há abastecimento de água potável — a população toma banho com a água salgada do mar. A cada dois meses e meio, a Marinha colombiana vai ao local e enche enormes tanques na ilha. Um comitê fica responsável por distribuir o líquido de forma igualitária para a comunidade, que também aproveita o período chuvoso para coletar águas pluviais em cisternas próprias.
A gestão de resíduos é ainda um dos maiores desafios em Santa Cruz del Islote. Apesar de a comunidade trabalhar para reduzir o impacto do lixo, sua separação para reciclagem ainda não é generalizada. Uma pessoa fica encarregada pela coleta do material, que posteriormente é transportado por ela mesma até a ilha de Tintipán.
Outro morador colabora com a separação dos recicláveis a cada 15 dias, que depois são levados de barco até Cartagena. No saneamento, o esgoto é direcionado para fossas sépticas que deságuam no mar sem tratamento, representando mais um problema ambiental.
De forma geral, Santa Cruz del Islote escancara os desafios de sustentar uma população densa em uma área pequena, ao mesmo tempo que mostra, na prática, como pode ser desafiadora a necessidade de equilibrar turismo com preservação ambiental.
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