‘Cemitério’ no meio do oceano será última morada de estação espacial da NASA
Habitada por astronautas há quase 24 anos, ISS deve ser enterrada no Ponto Nemo em 2030
Uma espécie de ‘cemitério’ de espaçonaves, localizado nas profundezas do oceano Pacífico Sul, será a última morada da Estação Espacial Internacional (ISS) da NASA, habitada por astronautas desde 2000.
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Maior estrutura já construída no espaço, com 430 toneladas, a ISS deve dar adeus à órbita em 2030 e encontrar seu descanso eterno no Ponto Nemo, considerado o pedaço mais isolado do mundo. Suas profundezas abrigam objetos espaciais sem utilidade, como satélites, espaçonaves e estações espaciais.
Quem transportará a ISS a esse ‘cemitério’ no oceano é a SpaceX, fundada pelo bilionário Elon Musk. A empresa foi selecionada pela NASA na última quarta-feira (26), quando ambas assinaram um contrato com valor potencial de US$ 843 milhões — equivalentes a R$ 4,71 bilhões, na conversão atual.
A missão da SpaceX envolve construir uma nave — batizada de ‘US Deorbit Vehicle’ — que será a responsável por trazer a ISS de volta à terra firme. O processo é necessário pois, segundo os engenheiros da NASA, ainda que parte do posto orbital vaporize ao reentrar na atmosfera, grandes pedaços devem sobreviver.
De acordo com a NASA, a ISS conta com seis quartos , dois banheiros, uma academia e uma janela saliente com vista de 360º. Mais de 270 astronautas a visitaram, sendo que uma tripulação internacional de sete pessoas vive por lá, enquanto viaja a uma velocidade de oito quilômetros por segundo, orbitando a Terra a cada 90 minutos.
Como é o ‘cemitério’ no oceano
O Ponto Nemo fica longe de qualquer continente ou ilha, sendo que 2,7 mil quilômetros o separam da terra mais próxima. Os seres humanos que mais se aproximam dele são os que habitam a ISS. Quando sobrevoam o local, ficam a uma altitude de cerca de 415 quilômetros de distância.
Não há atividades humanas nas redondezas, incluindo transporte marítimo ou pesca. A presença de animais também é baixa, já que o vento quase não carrega matéria orgânica até lá.
Outro fator que contribui para a baixa taxa de habitantes é a posição do ‘cemitério’ no meio do Giro do oceano Pacífico Sul, onde há uma imensa corrente oceânica giratória, com águas superficiais de 5,8ºC, que bloqueiam a entrada de água mais fria e rica em nutrientes.
Apesar de isolado, o Ponto Nemo não é secreto. Situado entre a Nova Zelândia e o sul do Chile, pode ser encontrado pelo Google Maps com as seguintes coordenadas, fornecidas pelo National Ocean Service: 48°52’6″S 123°23’6″ W.
Programado para receber a ISS na próxima década, o ‘cemitério’ no oceano já conta com os despojos da Estação Espacial Mir, seis naves do programa Salyut, 140 veículos de reabastecimento da Rússia, seis veículos de transferência de carga lançados pelo Japão e cinco da Agência Espacial Europeia (ESA).
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