De 4º maior lago do mundo a deserto: o que aconteceu com o Mar de Aral
Má gestão de recursos naturais tornou o Mar de Aral um dos maiores desastres ambientais do mundo


A má gestão de recursos naturais pode trazer consequências tanto ambientais, quanto sociais. Bom exemplo disso é o Mar de Aral, que deixou de ser um dos maiores lagos do mundo para se tornar um grande deserto — mas não por vontade própria.
Linda e precária: ilha no Caribe Colombiano é a mais densamente povoada do mundo
Ilhabela deve ganhar 1ª usina de dessalinização de água de São Paulo em 2026
Inscreva-se no Canal Náutica no Youtube
Localizado entre o Cazaquistão e o Uzbequistão, na Ásia, o Mar de Aral era considerado o quarto maior lago do mundo, com 20 metros de profundidade e uma área de 68 mil quilômetros quadrados. Entre as décadas de 1960 e 1970, contudo, a água, aos poucos, começou a dar lugar à areia.


Isso porque, nesse período, grandes projetos de irrigação desviavam os rios Amu Darya e Syr Darya — que alimentavam o Mar de Aral — para, principalmente, projetos de irrigação em larga-escala na produção de algodão. Dessa forma, a diminuição desenfreada da entrada de água fez com que o lago perdesse 90% de seu tamanho original.
Com a chegada da areia e a queda no nível da água vieram também outros problemas. O aumento da salinidade, por exemplo, acabou com a pesca, resultando em desemprego, dificuldades socioeconômicas e graves problemas ambientais, incluindo tempestades de sal e poeira.
Uma gota de esperança
Durante o processo de “secagem” do Mar de Aral, o lago começou a se dividir em partes menores, formando o Grande Aral (parte sul) e o Pequeno Aral (parte norte). A partir dos anos 2000, projetos de recuperação começaram a ser implementados, como a construção do dique Kokaral, em 2005, para tentar salvar as águas da parte norte.


A iniciativa conseguiu aumentar o nível do Pequeno Aral, melhorando parcialmente a situação ecológica e econômica dessa região. Em 2008, o nível da água já havia subido doze metros em comparação ao nível mais baixo, registrado em 2003. A salinidade caiu e, consequentemente, os peixes começaram a aparecer, dando esperanças para a pesca.
O Grande Aral, contudo, continuou diminuindo, com grande parte transformada em um deserto tóxico conhecido como Aralkum, um dos mais novos desertos do mundo. Para Ban Ki-moon, um dos ex-secretários-gerais da Organização das Nações Unidas (ONU), a região é “um dos piores desastres ambientais do planeta”.
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
"Endurance 64: o veleiro polar" estreia nesta quinta-feira (24) e acompanha jornada ao continente gelado
Grandes personalidades do setor levarão dicas e histórias do mar para o evento, de 26/04 a 04/05, na Marina da Glória
Trajeto da Baía de Guanabara ao cartão-postal do Rio será feito a partir de inscrição; saiba como fazer a sua
Obra entregue no último dia 12 inclui rampa de acesso, píer flutuante, deques, mirante e novos quiosques públicos
O Solar Skin 3.0 utiliza células de silício para produzir energia elétrica otimizada com inteligência artificial; entenda