Arqueólogos encontram restos de navio de guerra naufragado em 1742
Construída em 1647, embarcação britânica HMS Tyger afundou após encalhar em uma região de corais na Flórida
Sabe aquela história sobre o fundo do mar guardar inúmeros segredos? Pois arqueólogos norte-americanos provaram que há bem mais do que isso ao identificarem resquícios de um navio de guerra britânico, construído em 1647.
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A embarcação, chamada HMS Tyger, afundou em 1742, durante a Guerra da Orelha de Jenkins, entre a Espanha e o Reino Unido. Cinco canhões, uma âncora e um objeto de cobre estão na lista de itens encontrados dentro dos limites do Parque Nacional Dry Tortugas, na Flórida.
Restos do navio de guerra foram localizados pela primeira vez em 1933, mas os pesquisadores ainda tinham dúvidas se realmente pertenciam ao HMS Tyger. Em 2021, uma reavaliação do local foi realizada e os canhões encontrados a cerca de 457 metros do ponto de naufrágio.
Ao cruzarem as medidas das peças de artilharia com uma nota no canto dos antigos diários de bordo da embarcação, os arqueólogos concluíram que se tratava dos espólios do navio de guerra.
“Esta descoberta destaca a importância da preservação no local, à medida que as futuras gerações de arqueólogos, munidos de tecnologias e ferramentas de pesquisa mais avançadas, serão capazes de reexaminar locais e fazer novas descobertas”, afirmou Josh Marano, líder da equipe, em comunicado divulgado neste mês.
As descobertas foram publicadas em 2023 no International Journal of Nautical Archaeology.
O que aconteceu com o navio de guerra britânico?
Ao longo de sua existência, o HMS Tyger foi reconfigurado vezes seguidas. Na época em que afundou, media quase 40 metros e pesava em torno de 704 toneladas. Em seu último respiro sobre as águas, fazia uma patrulha pela região do estreito da Flórida quando encalhou em uma área de corais, próxima à ilha Garden Key — localizada no Parque Dry Tortugas.
Ao perceber o problema, a tripulação, composta por cerca de 300 membros, tentou deixar o navio de guerra mais leve e jogou ao mar canhões e âncoras. A embarcação chegou a flutuar, mas não resistiu e afundou.
Após deixarem o navio de guerra, os homens permaneceram 66 dias isolados na ilha deserta e tiveram que enfrentar adversidades como calor, mosquitos e sede. Além de erguerem as primeiras fortificações do local, construíram navios com peças recuperadas do HMS Tyger.
Com as embarcações improvisadas, tentaram buscar ajuda, reuniram suprimentos adicionais e localizaram navios da marinha espanhola na área. Após um ataque fracassado a um navio adversário, os sobreviventes queimaram os restos do HMS Tyger para garantir que as armas não caíssem em mãos inimigas. Por fim, decidiram viajar à Jamaica para obter ajuda, um trajeto de mais de mil quilômetros.
“Os achados arqueológicos são emocionantes, mas conectá-los ao registro histórico nos ajuda a contar as histórias das pessoas que vieram antes de nós e os eventos que vivenciaram”, concluiu o gerente do Parque, James Crutchfiel. Ele relembra que a história é, sobretudo, de “perseverança e sobrevivência”.
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