Vem aí! 37ª edição da centenária America’s Cup começa em agosto; confira os destaques
Realizado pela primeira vez em 1851, o mais antigo evento esportivo internacional de vela acontecerá em Barcelona, de 22 a 25 de agosto
Depois de muita espera, o mais antigo evento esportivo internacional de vela está de volta! De 22 a 25 de agosto acontece a tão aguardada America’s Cup, competição criada ainda em 1851 que retorna após três anos. Para sua 37ª edição, a sede escolhida foi a cidade de Barcelona, na Espanha.
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Com novas categorias e mais eletrizante do que nunca, a mais tradicional competição de barcos do mundo consiste em cinco eventos, que ocorrerão entre 22 de agosto e 27 de outubro de 2024, na capital da Catalunha. Ao fim de todas as regatas, será decidido o campeão da America’s Cup.
Por enquanto, ainda não é possível dizer qual será a final, mas há uma certeza: a Emirates Team New Zealand estará nela. Campeão das últimas duas edições (2017 e 2021), a equipe detém o “cinturão” da vela, que garante acesso direto à grande decisão.
Em 2024, a America’s Cup se tornou mais inclusiva. Pela primeira vez, o evento terá uma categoria exclusiva para mulheres e competidores mais jovens, a UniCredit Youth & Puig Women’s. Mas calma, que explicaremos tim-tim por tim-tim como funcionará a tradicional disputa.
Como funciona a America’s Cup?
Contando com a disputa principal, a America’s Cup consiste em três fases: as regatas preliminares; Challenger Selection Series e a America’s Cup Match. No entanto, as duas primeiras regatas preliminares já ocorreram em 2023, na Espanha e Arábia Saudita. A terceira e última acontecerá no dia 22 de agosto, dia de abertura do evento.
O Challenger Selection Series é onde se decide quem enfrentará o atual campeão, que já está garantido na final. Com cinco equipes no páreo, serão duas etapas do ‘Round Robin’, com eliminações a partir da segunda rodada, em duelos um contra um. Os vencedores desta etapa podem escolher quem pegarão na semifinal.
A final do Challenger Selection será disputada entre os dois sobreviventes, num sistema de match race: dois barcos iguais correndo um contra o outro, sendo que ganha quem chegar na frente. A equipe que somar sete vitórias ergue a taça e, como consequência, se credencia à disputa da America’s Cup como desafiante.
Por fim, a tão esperada America’s Cup Match, a grande final. Serão 13 corridas individuais, novamente um contra um, com cada vitória valendo um ponto para o ganhador e zero para o vice. Quem pontuar sete vezes primeiro, é o grande vencedor da 37ª edição da America’s Cup.
Nasce uma dinastia?
Nas ligas esportivas americanas, costuma-se usar o termo “dinastia” para uma equipe que acumula títulos em sequência na sua modalidade. Sendo assim, caso os atuais bicampeões Team Emirates New Zealand ganhem novamente a America’s Cup, estaremos presenciando uma hegemonia.
Desde 1990, ano de sua fundação, o Team Kiwi — como também é conhecido — já venceu quatro títulos em sua história e, de maneira consecutiva, levou a America’s Cup de 2017 e 2021. Caso vença a próxima, será a primeira equipe da história do torneio a conquistar a glória máxima três vezes seguidas neste século.
Tendo em vista o timaço da Emirates, um novo título não seria surpresa. Medalhista de ouro nas Olimpíadas de Londres 2012 e prata na Rio 2016, o australiano Nathan Outteridge é a grande estrela da equipe, e terá a chance de entrar, definitivamente, na história centenária da copa.
Outra estrela que merece holofotes está na INEOS Britannia: Sir Ben Ainslie. Com quatro medalhas de ouro e uma prata em Olimpíadas, o britânico é uma lenda da vela mundial. Inclusive, ele — que é CEO e velejador da equipe — já venceu a America’s Cup em 2013, pelo Oracle Team USA.
Se você gosta de apostar em times com tradição, o New York Yacht Club American Magic é uma boa pedida. A equipe venceu as 25 primeiras edições da competição (de 1851 a 1980), construindo uma verdadeira dinastia. Porém, o time de Nova York está na fila há 44 anos, já que seu último troféu foi justamente em 80.
Mais tecnológico do que nunca
Melhor e mais atualizado: este é o novo AC75, uma “versão 2” do veleiro utilizado pelos velejadores na edição passada. Segundo a organizadora, “os foils da 37ª America’s Cup serão maiores para promover elevação mais rápida”, logo, tendo um voo mais veloz.
Contudo, de acordo com o site oficial, “vários dos elementos são estritamente do projeto” de cada time. Porém, para manter os custos sob controle, a organização definiu que as equipes só teriam permissão para construir um AC75 — ou seja, precisarão ser assertivos na produção do barco.
Para economizar no peso, o número de tripulantes do veleiro foi reduzido de 11 para 8. Com isso, é esperado que os barcos voem a velocidades que chegam a 50 nós (92,6 km/h), em ventos que têm média de 12 nós (22,2 km/h) no final do verão na cidade de Barcelona.
Estreia das mulheres na America’s Cup
Demorou, mas saiu! Depois de 173 anos de história de America’s Cup, a 37ª edição terá uma Copa Feminina independente, chamada Puig Women’s America’s Cup. A competição não tem restrição de idade. No total, a disputa terá mulheres da Nova Zelândia, Grã-Bretanha, Suíça, Itália, EUA, França, Espanha, Canadá, Holanda e Alemanha.
Para a modalidade, o barco não será o mesmo utilizado pelos homens. Nesta disputa, será usado o AC40, um monocasco de foil multiuso, que todas as equipes confirmadas usaram nos testes e eventos competitivos que antecederam a 37ª edição da America’s Cup.
Nomeado como o ‘Barco a Vela do Ano’ em 2023, o AC40 já foi utilizado em algumas etapas preliminares da America’s Cup. A embarcação também será usada da UniCredit Youth, liga de jovens talentos da vela. Este ainda será o primeiro ano da America’s Cup E-Series, regata virtual que será disputada no jogo AC Sailing.
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
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