Um teste ousado, que contraria o óbvio, mas que tem chance de dar certo. Assim será a experiência prática de Paulo Thadeu — CEO do estaleiro Real Powerboats –, que testará dois motores de popa com 300 hp numa embarcação de 40 pés que, na teoria, seria para três de 300 hp ou dois de 400.
A ideia deste experimento foi revelada em entrevista realizada no estúdio NÁUTICA. Em bate-papo, Paulo Thadeu disse que este projeto de 40 pés com motores de popa está em andamento, e existe a possibilidade dele ser lançado no São Paulo Boat Show de 2024.
Vale destacar que todas as embarcações de 40 pés da marca vinham com motores de centro-rabeta ou pé de galinha, até este projeto. Segundo Paulo, a ideia é tentar colocar dois motores de popa 300 hp da Mercury num modelo do mesmo tamanho.
Entretanto, Paulo acredita que o teste vai ser bem-sucedido, muito por conta do hidrolift, sistema esse que é capaz de reduzir o arrasto do barco, além de permitir o uso de motores menos potentes.
Hoje o grande diferencial do hidrolift é que ele não te exige motor na decolagem, e decola sem levantar proa
Segundo o CEO da Real Powerboats, o barco de 40 pés com dois motores de 300 hp oferece 28 nós de velocidade de cruzeiro com 16 pessoas, além de decolar sem levantar proa. Inclusive, este é o grande trunfo para usar um equipamento menor e consumir menos.
Tem embarcações que colocam um motor menor, mas, quando desacelera, tem que encher a mão de novo para o motor decolar
De acordo com Paulo, as embarcações de 40 e 35 pés da marca não fazem isso — ou seja, não empopa quando desacelera e retomam a velocidade.
Por isso, vou fazer esse teste na prática, para ver se conseguimos mais este marco, por mais que todas as teorias digam que não
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
Não é novidade que a navegação noturna (ou qualquer situação que prejudique a visibilidade total) requer iluminação considerável, garantindo a identificação necessária para cada embarcação. Mas você sabe o que cada cor representa?
A diferença entre as cores, a posição e o número de luzes pode indicar desde o tipo de barco passando pelo local — uma lancha, um barco de pesca ou rebocador, por exemplo — a alguma situação determinada ou acontecimento — obstruções, riscos à navegação, acidentes, naufrágiose destroçosetc.
Portanto, é necessário estar sempre atento à iluminação ao redor do barco, especialmente àquelas que podem indicar que outra embarcação se aproxima.
As luzes obrigatórias, a forma de uso e o que elas significam estão devidamente explicadas no Regulamento Internacional para Evitar Abalroamento no Mar (RIPEAM-72), Regras 20 a 31 e seus detalhes técnicos de instalação e funcionalidades no Anexo I do regulamento.
É importante ressaltar que é matéria de prova de Mestre Arrais e Capitão Amador as regras do RIPEAM-72 e, nas aulas práticas obrigatórias, elas fazem parte da lista de itens a serem treinadas a bordo.
Todas as luzes tem uma função importante, mas as mais relevantes , são as “Luzes de Navegação”, que na verdade tem o nome oficial de “Luzes de Bordo”, as verdes e vermelhas (também chamadas de “encarnadas”). Elas indicam quando um barco está se aproximando ou se afastando. As vermelhas (encarnadas) ficam a bombordo, e as verdes, a boreste.
Ou seja, é possível facilmente identificar, pelas luzes de bordo que você avista, se a embarcação está indo ou vindo em relação a sua posição ou direção navegada.
Por exemplo, se você olha para o quadrante esquerdo (a bombordo, onde fica sua luz vermelha/encarnada) e avista a luz verde (bordo oposto/boreste), atente-se, pois a embarcação navega em sentido contrário ao seu e, portanto, está se aproximando. Vale dizer que as luzes são constantes, não piscam.
Qualquer navio, lancha ou veleirotambém é equipado com luzes brancas na popa. Barcos a motor de até 50 metros de comprimento possuem uma única luz branca, situada no mastro ou local mais visível possível (conforme as regras do Anexo I do RIPEAM 72).
A do veleiro não precisa ficar, necessariamente, no mastro, ao contrário dos navios com mais de 50 metros de comprimento total, que precisam apresentar duas luzes brancas, sendo uma num mastro da proa (mínimo de 6 metros de altura em relação ao convés), que fica a uma altura mínima de 4,5 metros mais baixa que a do mastro de ré.
Como navios são embarcações maiores, essa diferença existe para facilitar sua localização e, em especial, a direção que ela segue.
Ainda em relação às cores de cada luz, os rebocadores são uma exceção importante: ao rebocar outro barco, exibem luz amarela na popa, acima da luz branca de alcançado (aquela que fica na popa). Isso significa que existe um cabo de reboque conectando as duas embarcações, impossibilitando o tráfego atrás do rebocador. Esclarecidas as diferenças entre as cores, é importante ressaltar que existe mais de um tipo de iluminação.
Além das luzes comuns, as luzes circulares são aquelas que podem ser vistas de qualquer ângulo, ou seja, iluminam os 360 graus ao seu redor, e podem instaladas junto com as luzes de bordo desde que fiquem, neste caso, pelo menos 1 metro abaixo da luz de mastro (também conhecida como luz de fundeio ou ancoragem).
Se houver apenas uma luz circular, de cor branca, é para sinalizar barcos a remo, barcos pequenos (de até 23 pés, tanto a motor, quanto a vela), e barcos ancorados. Caso existam três luzes circulares vermelhas, significa que um navio está passando por algum canal pouco profundo e tem restrição de manobra por causa de seu calado.
Os barcos da Praticagem, ou seja, guiados por especialistas que organizam a logística do local, são sinalizados por duas luzes circulares, posicionadas na vertical, sendo a superior branca e a inferior vermelha. O hidroavião possui uma única luz circular branca entre as luzes de bordo.
Em relação aos barcos de pesca, existem alguns pormenores. Quando em movimento, possuem mais duas luzes circulares além das luzes já citadas, posicionadas verticalmente, em um mastro.
Caso essa pesca seja de arrasto, ou seja, com rede no fundo, a luz superior é verde e a inferior é branca. Se não for esse o caso, e o barco for de pesca com redes boiadas ou outro tipo, a luz superior é vermelha e a inferior é branca, devendo ainda exibir uma luz circular branca voltada ao aparelho de pesca se este tiver mais de 150 metros de extensão.
Lembre-se: luzes piscantes sinalizam faróis ou sinalizadores de canais. Portanto, é incorreto instalar luzes estroboscópicas ou qualquer tipo de iluminação que não seja contínua em embarcações comuns. Este tipo de luz pode e deve ser usada em aparatos de emergência, para facilitar as buscas no mar.
Quanto a regra básica para se evitar colisão, é simples: o barco que estiver navegando pelo seu boreste, ou seja, que você aviste olhando para a direita, com a luz de bordo vermelha, se à noite, tem a preferência de passagem. A única ressalva é em relação aos barcos a vela e de pesca arrastando redes, que possuem a preferência em relação ao motorizados de passeio em qualquer situação.
Além de tudo isso, as boias também são marcações muito importantes para a organização e segurança do tráfego marítimo. No Brasil, o padrão é o IALA B, ou seja, ao entrar em um porto, canal ou marina sinalizados, o correto é deixar as boias vermelhas/encarnadas a boreste e as verdes a bombordo.
Ao sair, a ordem, obviamente, se inverte. Numa próxima oportunidade vamos falar das boias e marcações de perigo, obstrução e indicativos de passagem segura, em especial as boias cardinais que têm sua representação principal por cores e formas e respectivas luzes indicativas noturnas, bem específicas. Fique atento!
Por Naíza Ximenes, sob supervisão do consultor técnico Guilherme Kodja e da jornalista Maristella Pereira.
Que a BMW é uma das pioneiras no ramo de veículos de luxonão há dúvidas, afinal, trata-se de uma marca centenária, fundada ainda em 1916. Mas e se a empresa alemã resolvesse se aventurar no universo náutico, será que obteria o mesmo sucesso? O novo The Icon, lancha elétrica em parceria da BMW com a fabricante de iates Tyde, será a chance de descobrir.
Lançada mundialmente durante o 76º Festival Internacional de Cinema de Cannes, nas águas do porto da cidade francesa, a embarcação é apresentada pela também alemã Tyde como “uma nova era na mobilidade sustentável na água.”
A parceria entre BMW e Tyde resultou em uma lanchaelétrica que chega, segundo as marcas, para revolucionar o mundo do lazer de luxo, através do uso da tecnologia. Um dos grandes destaques do The Icon é o seu design futurístico, que proporciona visão panorâmica para o mar através de grandes janelas em formato triangular, pensadas pela BMW Designworks.
A embarcação de 13,15 metros tem capacidade para até oito passageiros, é movida através de dois motoreselétricos de 100 kw (134 cavalos) e seis baterias, que fornecem capacidade total de 240 quilowatts-hora ao barco.
De acordo com a BMW, essas especificações fazem com que a lancha reduza seus requisitos de energia em até 80%. O The Icon pode navegar a 24 nós (45 km/h) e tem velocidade máxima de 30 nós (56 km/h). O alcance máximo entre recargas — que levam pouco mais de 5 horas — é de 50 milhas náuticas (93 quilômetros).
Na parte traseira das grandes portas de vidrodo barco está o acesso a uma área de estar, em que os passageiros podem aproveitar de assentos giratórios de 360 graus, visando um melhor aproveitamento da visão panorâmica da lancha. Um sistema de infoentretenimento baseado em tablet permite que eles controlem o entretenimento a bordo.
Também com acesso através da parte de trás do barco está o espaço de controle da embarcação, feito por uma tela sensível ao toque de 32 polegadas com resolução de 6K, que permite a visualização de informações e interação digital.
O painel tecnológico possui um sistema de controle de voz, que consegue recuperar informações, ajustar configurações e ativar recursos sem esforço. Atualizações meteorológicas, detalhes da navegação, personalização de controles climáticos, ajustes de iluminação e preferências de áudio são alguns dos comandos feitos através da tela.
Os eventos Boat Show reúnem os principais estaleiros do país em um único lugar, levando ao público o que há de melhor e mais novo no universo náutico. Por isso, a Sessa Marine estará presente na primeira edição do Foz Internacional Boat Show, que vai acontecer de 23 a 26 de novembro, no Iate Clube Lago de Itaipu, no Paraná.
A Sessa, que, neste ano, marcou presença nos Boat Shows do Rioe, recentemente, em São Paulo — com sua linha completa de lanchas — , chega ao Boat Show de Foz durante seu processo de unificação.
Isso porque, em abril, o estaleiro catarinense Intech Boating — até então, o responsável por produzir as embarcações da Sessa Marine no Brasil — , anunciou a aquisição de 100% das ações da marca italiana.
Estamos em um processo de sincronia entre as fábricas, de unificação das linhas. Ano que vem vamos produzir na Itália a primeira F5X para o Brasil – Débora Felipe, diretora de marketing da Sessa, durante o SPBS
Para auxiliar nessa nova etapa da marca, a Sessa esteve presente com um espaço alternativo (sem barcos) no último Cannes Yachting Festival. Por lá, a marca recebeu cerca de 21 dealers internacionais, de países como México, Polônia, Croácia, Suíça, Espanha, Portugale China.
Pudemos conversar, mostrar os nossos modelos e, a partir daí, entender um pouco o mercado, de que forma vamos unificar a linha – Débora Felipe, diretora de marketing da Sessa, durante o SPBS
Além da F5X, a Sessa F48 será uma das lanchas que serão produzidas também na fábrica da marca na Itália. O modelo, inclusive, teve recentemente sua primeira importação para a Europa, atracando na Polônia. Lançada no Rio Boat Show 2022, o estaleiro já vendeu 11 unidades da lancha que é inspirada na versão italiana Sessa F47.
Foz Internacional Boat Show 2023
O 1º Foz Internacional Boat Show terá quatro dias de exposição no oeste do Paraná, na região da tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.
A expectativa é reunir 15 mil visitantes e cerca de 30 marcas, com a apresentação de barcos na faixa dos 40 pés — a maioria deles disponível para test-drive nas águasnavegáveis do Lago de Itaipu.
Primeiro em água doce do Brasil e, também, primeiro salão internacional com a chancela Boat Show, o Boat Show de Foz é uma parceria entre a Secretaria de Estado do Turismo, a Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu, a usina hidrelétrica Itaipu Binacional, o Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e a Acobar.
O Foz Internacional Boat Show tem apoio também da Adetur (Agência de Desenvolvimento Cultural e Turístico da Região Cataratas do Iguaçu e Caminhos ao Lago de Itaipu).
Como ser um expositor no Boat Show de Foz
Para expor sua marca ao lado dos principais nomes do setor náutico do Brasil e do mundo, entre em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (11) 2186-1068 e confira os espaços disponíveis.
FOZ INTERNACIONAL BOAT SHOW Anote aí!
Quando: De 23 a 26 de novembro de 2023
Onde: Iate Clube Lago de Itaipu (R. Inacio Reuter Sottomaior, 1020, Jardim Porto Dourado, Foz do Iguaçu – PR)
Horário: 16h às 22h
Saiba mais no site oficial do evento
A Intermarine é uma das expositoras confirmadas no 1º Foz Internacional Boat Show. De 23 a 26 de novembro, o público poderá ver de perto a Intermarine 58 Offshore no Boat Show de Foz do Iguaçu, atracada nas águas do Iate Clube Lago de Itaipu.
A Intermarine 58 Offshore, que também marcou presença na primeira edição do Marina Itajaí Boat Show, é uma lanchaque chama atenção à primeira vista pelo design moderno. O modelo traz elementos inéditos aos barcos offshore, como a ampla faixa em vidro no costado, em sintonia com as outras linhas de produtos da marca.
Apresentada pelo estaleiro como “uma legítima Intermarine”, a lancha tem um conjunto de linhas arredondadas ao longo de todo o barco. O cockpit tem assentos minimalistas que trazem um visual poderoso e elegante à embarcação.
Aliás, muito da elegância da lancha vem do trabalho feito à mão pela equipe de colaboradores da marca, desde a marcenaria, até a costura de estofados.
A embarcação de luxo tem ainda uma suíte, lavabo, cozinha, mesa de jantar e pé direito com 2 m, tudo isso com o conforto de um barco cabinado. Potente, a Intermarine 58 Offshore pode ser equipada com dois motores de 1 00 hp Volvo Penta, que, segundo o estaleiro, permitem ao barco alcançar uma velocidade máxima de 55 nós (43 nós em cruzeiro).
Foz Internacional Boat Show 2023
O 1º Foz Internacional Boat Show terá quatro dias de exposição no oeste do Paraná, na região da tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.
A expectativa é reunir 15 mil visitantes e cerca de 30 marcas, com a apresentação de barcos na faixa dos 40 pés — a maioria deles disponível para test-drive nas águasnavegáveis do Lago de Itaipu.
Primeiro em água doce do Brasil e, também, primeiro salão internacional com a chancela Boat Show, o Boat Show de Foz é uma parceria entre a Secretaria de Estado do Turismo, a Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu, a usina hidrelétrica Itaipu Binacional, o Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e a Acobar.
O Foz Internacional Boat Show tem apoio também da Adetur (Agência de Desenvolvimento Cultural e Turístico da Região Cataratas do Iguaçu e Caminhos ao Lago de Itaipu).
Como ser um expositor no Boat Show de Foz
Para expor sua marca ao lado dos principais nomes do setor náutico do Brasil e do mundo, entre em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (11) 2186-1068 e confira os espaços disponíveis.
FOZ INTERNACIONAL BOAT SHOW Anote aí!
Quando: De 23 a 26 de novembro de 2023
Onde: Iate Clube Lago de Itaipu (R. Inacio Reuter Sottomaior, 1020, Jardim Porto Dourado, Foz do Iguaçu – PR)
Horário: 16h às 22h
Saiba mais no site oficial do evento
Primeira estrutura náutica com serviços de hotel (e vice-versa) em Santa Catarina, a marina-hotel VillaReal — construída estrategicamente em São Francisco do Sul, de frente para a Baía da Babitonga — foi apresentada como um dos maiores cases de sucesso no setor náutico do país durante o 8º Congresso Internacional Náutica — realizado paralelamente ao São Paulo Boat Show 2023.
Os convidados ficaram impressionados com a palestra de Silvia Fernandes, gestora dos hotéis VillaReal, do tradicional grupo J. Malucelli, e presidente da Associação Empresarial de São Francisco do Sul. Não é para menos.
Idealizada pelo empresário Joel Malucelli e por seu filho, Cristiano Malucelli, a marina hotel VillaReal alia uma completa estrutura náutica (incluindo posto de abastecimento próprio) aos serviços e confortos de um hotel quatro estrelas, incluindo restaurantes, loja de conveniência e a estrutura de lazer: piscinas, quadras de tênis, academia, salões de jogos, etc.
Mesmo antes de começar a operar, já se destacava com uma referência na Baía da Babitonga, em matéria de equipamentos e excelência de serviços.
“Tudo foi pensado e executado para que possamos receber os navegadores com segurança e qualidade, contribuindo com o desenvolvimento do turismo náutico na região, uma das mais bonitas de nosso litoral”, diz Silvia Fernandes.
Localizada em um lugar abrigado e muito seguro para deixar o barco, a marina oferece 23 vagas molhadas para embarcações de até 100 pés, sendo 12 vagas de 30 a 100 pés em um flutuante anexo ao píer (feito com fibra de basalto) e 11 vagas em poitas para até 70 pés, em sistema de locação de diárias ou mensalistas.
O projeto atende a diversas demandas por parte dos usuários de náutica na região, que passam a contar com água potável, energia elétrica, wi-fi, equipe treinada de apoio e segurança monitorada 24 horas, além de modernos píeres flutuantes, com estrutura de alumínio, como nas melhores marinas do mundo, instalados pela Metalu Brasil.
“No total são 1.080 m² de píeres, sendo sete píeres de 12 metros de comprimento por 3 metros de largura, que se conectam com o continente por meio de duas passarelas de 18 metros de comprimento por 1,20 metro de largura interna cada” explica Silvia Fernandes.
Mesmo quem não quiser pernoitar nos quartos do VillaReal (todos com vista para as águas da Baía da Babitonga) pode atracar na marina e desfrutar da estrutura do hotel com o pagamento da chamada hospedagem day use, que se inicia de manhã e se encerra no fim da tarde.
A jornada inclui uma experiência gastronômica no restaurante Convés, anexo ao hotel, com pratos tanto caiçaras (inspirados na própria Praia do Paulas, o bairro pesqueiro onde a VillaReal está instalada) quanto internacionais, com destaque para os frutos do mar.
Protegida das ondas, com boa profundidade e uma água tão clara que é difícil de acreditar, a Baía da Babitonga é um daqueles lugares dos sonhos para quem gosta de navegar. Tem uma área total de 160 km², quase toda navegável.
Faltava, porém, uma estrutura náutica que, além de uma marina completa e segura para guardar o barco, oferecesse também hospedagem e atividades sociais para atrair clientes e desenvolver o turismo náutico na região. Não falta mais.
Confira os temas do 8º Congresso Internacional Náutica
Eduardo Bekin: Case Porto Barão de Tefé, Antonina/PR
Roberto de Lucena: Desenvolvendo o Turismo Náutico no Estado de SP
Aguilar Junior: Novo molhe de Caraguatatuba
Carlos Henrique Sobral: Turismo Náutico Brasileiro
Ter acesso à água potável mais barata é um sonho para muitos. Porém, com a criação de pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussetts), que utiliza energia solar para realizar a dessalinização, este desejo pode se tornar realidade.
Em artigo publicado na revista Joule, pelos cientistas e a Universidade Jiao Tong de Xangai, os engenheiros conseguiram desenvolver um novo sistema de dessalinização que absorve água salgada e aquece com luz solar natural de modo mais econômico.
Vale destacar que a dessalinização é um processo de tratamento que retira o excesso de sais minerais dissolvidos na água salgada, como a do mar — inclusive, isso já existe no Brasil e outros países. Entretanto, essa tecnologia é muito cara e requer um alto gasto energético.
Na experiência dos pesquisadores do MIT, o sistema diminuiu significativamente os custos de produção, visto que não precisa de eletricidade para funcionar. Os testes apontam que o sistema poderia dessalinizar o fluido sem acumular sal durante vários anos — e oferecer acesso à água potável mais barata.
Entenda como funciona
O sistema teve inspiração num processo que já ocorre na natureza: a circulação termohalina dos oceanos. Através de correntes circulares — que parecem com pequenos redemoinhos –, combinada com o calor do sol, o dispositivo faz com que a água evapore e deixe o sal para trás.
O vapor de água resultante pode então ser condensado e coletado como pura e potável. Afinal, o sal que resta continua a circular através e fora do dispositivo, em vez de acumular e obstruir o sistema.
Água potável mais barata e em mais lugares
Com o resultado da pesquisa, os cientistas preveem que este sistema, de forma ampliada, poderia produzir água potável suficiente para atender às necessidades de uma família pequena.
Além disso, o dispositivo poderia prover comunidades costeiras fora da rede — ou seja, em lugares onde a água do mar é mais acessível. Assim, a equipe estima que o custo global do funcionamento deste sistema seria mais barato do que o custo para produzir água canalizada nos Estados Unidos.
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
Com 25 palestras, diversos convidados e mais de mil pessoas presentes, a 2ª edição do NÁUTICA Talks foi um sucesso! Realizado no São Paulo Boat Show 2023, o espaço contou com grandes nomes do setor que movimentaram os visitantes da 26ª edição do maior evento náutico da América Latina.
No meio de diversas embarcações e novidades no mercado náutico, o público que estava no São Paulo Expo — durante os dias 21 a 26 de setembro — acompanhou diversas histórias de quem ama navegar, além de muitas dicas para barcos, equipamentos e navegação.
Com ótima presença de espectadores, as palestras do NÁUTICA Talks foram um sucesso de público. Os bate-papos foram abertos e contaram com assuntos para quem já ama o setor ou para quem ainda está iniciando no universo náutico — com experiências próprias, instruções e destinos.
O espaço do NÁUTICA Talks teve ainda grandes nomes do ramo, como Marcio Dottori, Max Fercondini, João Kairalla, Marcelo “Marreco” Giardi e muitos outros apaixonados pelo mundo náutico. Seja com histórias de travessias alucinantes ou curiosidades de expedições, todas atraíram vários interessados no evento.
Para quem estava procurando sugestões de barcos, informações de como se tornar um tripulante ou queria saber como ler a previsão do tempo para navegação, o espaço ofereceu palestras mais técnicas nesse sentido — como você pode conferir no vídeo com Giovanni Dolif.
Com média de 4 a 5 palestras durante os seis dias de evento e mais de mil espectadores, o NÁUTICA Talks ainda teve histórias incríveis, como a do casal Ramiro e Giorgina. Eles reformaram um histórico veleiro Força Maior e falaram sobre este momento no São Paulo Boat Show.
Além disso, a Amstel Ultra, cerveja oficial do evento, disponibilizou totens para recarga das baterias de celular. Foi uma experiência completa de imersão em todas as camadas do mundo náutico. Confira algumas fotos do NÁUTICA Talks e assista todas as palestras na íntegra no Canal NÁUTICA no Youtube.
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
Se você acha que personalizar um barco é apenas escolher seu piso e revestimento, está muito enganado. No Estúdio NÁUTICA, Allan Cechelero, diretor de marketing da Triton Yachts, revelou que o estaleiro paranaense se aproxima do cliente para discutir desde o tamanho até melhorias de espaço em cada projeto de barco.
“A gente tenta passar essa proposta do cliente se envolver junto no processo”, explica Cechelero. Dependendo da sugestão, é possível até mesmo conseguir que um modelo de embarcação seja futuramente atualizado com a solução que o cliente apontou.
O diretor ressalta que o objetivo é criar barcos adequados às necessidades de cada cliente. Ele aponta que existe um limite construtivo durante a customização, mas que na maioria das vezes “dá para brincar bastante”.
Isso que a gente procura, cada vez mais se aproximar e fazer projetos adequados às necessidades do cliente
Por conta da forma como a Triton Yachts personaliza seus modelos, Allan Cechelero acredita que este é um dos diferenciais do estaleiro no mercado náutico.
O representante da Triton Yachts, inclusive, revela que boa parte dos retornos e sugestões costumam acontecer durante os Boats Shows. Segundo ele, muitas das questões referente a personalizações e aprimoramentos acontecem durante esses eventos, e a Triton costuma ouvir muito os feedbacks.
O porta-voz da Triton ainda destaca que o mercado mudou muito nos últimos tempos, já que os clientes têm demandas diferentes do que tinham há cinco anos. Sendo assim, alinhar as necessidades dos compradores ao que o barco oferece é ideal para a empresa.
Com a nossa experiência e a sugestão dos clientes, a gente consegue fazer um produto mais agradável para várias pessoas
Com fundação em 1984, o estaleiro é comandado pelo engenheiro José Maria Cechelero Júnior, enquanto o seu filho, Allan Cechelero, é porta-voz e diretor de marketing.
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
A equipe de NÁUTICA ouviu algumas histórias inspiradoras que comprovam: quem tem barco é mais feliz. Durante encontro de donos de lanchas Sessa Marine, em Ilhabela, navegadores apaixonados compartilharam suas experiências maradentro.
No evento, promovido pela Regatta Yachts, os donos de lanchas detalharam desde como entraram neste universo até como chegaram às embarcaçõesda Sessa — um grande sonho para muitos.
É uma libertação. O mar é uma imensidão. Quando você está navegando, se sente liberto. Acho que é como um passarinho voando – Gerson Seccato, proprietário de uma Sessa F42
Durante as entrevistas, fica nítido o quanto um barco é capaz de melhorar a vida de quem navega. Tanto é que, entre os donos de embarcações Sessa, é quase unanimidade: os momentos mais felizes dentro das lanchas estão associados à família. Confira abaixo!
Conversamos com os apaixonados pelas lanchas Sessa: Fabio Neri, Gerson e Vivian Seccato, Hiroshi Ogawa, Klaus e Monica Hasserodt, Michael Asam e Marcelo Galvão Bueno (da Regatta Yachts).
Passar tempo de qualidade ao lados da família e amigos é a principal razão pela qual ter um barco faz tanta diferença na vida dos proprietários. Foi dentro de uma Sessa C36 que Michael Asam, por exemplo, avistou baleias jubarte, orcas e golfinhos ao lado da família.
Dois dias no mar, pra mim, são como três meses de férias – Klaus Hasserodt, proprietário de uma Sessa F42
Quando o assunto é trocar de barco, outra coisa fica clara: só se for para uma Sessa maior. Entre os entrevistados, o pós venda do estaleiro se destaca como um dos principais motivos pelo qual ter uma Sessa é sinônimo de felicidade.
Assista ao vídeo completo e conheça as histórias de oito apaixonados pelo mar, que desbravam essa imensidão e colecionam histórias a bordo de uma Sessa Marine.
O estaleiro catarinense Schaefer Yachts já tem a previsão de lançamento da tão esperada lancha V44 — que teve seu conceito apresentado no início deste ano, em Miami. No estúdio NÁUTICA, Rodrigo Loureiro, gerente de trade marketing da empresa, contou que o novo barco deve ser conhecido pelo público no próximo Rio Boat Show.
Com 44 pés, o modelo de embarcação deve ir às águas antes do evento náutico no Rio de Janeiro. Mas a expectativa da Schaefer, afirma Loureiro, é sempre prestigiar seus lançamentos nos salões náuticos. Com isso, a empresa almeja levar a irmã maior da série V — o maior produto desta linha — ao Boat Show do Rio.
Além disso, o gerente de trade marketing da empresa entregou mais detalhes do barco, como por exemplo, sobre a motorização.
Estamos acreditando que vão ser três Verado 300 hp ou 400 hp. Ou dois motores internos D6-400 ou D6-440 hp – Rodrigo Loureiro, da Schaefer Yachts
A novidade da Schaefer Yachts terá ainda aproximadamente 4,20 metros de boca e duas plataformas laterais (com 2,5 metros cada uma). Além disso, a V44 apresenta um cockpit com beach club em um único nível e acionamento hidráulico.
Como apresentado inicialmente no Miami Boat Show, a nova Schaefer V44 privilegia a área externa da embarcação e conta ainda com plataforma de popa submersível. A lancha tem a capacidade para até quatro pessoas no pernoite.
Sendo assim, o novo walk around da marca tem opção tanto para motorização centro-rabeta quanto com motor de popa.
Com presença muito forte nos Estados Unidos , esta foi a primeira vez que a empresa anunciou um lançamento primeiro em Miami antes de lançar no Brasil — segundo Rodrigo Loureiro.
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
O sonho de ter seu barco próprio também pode se juntar ao desejo de ter seu carro dos sonhos — desde que tenha muito dinheiro. Inspirado em veleiros da America’s Cup — a mais antiga competição à vela do mundo –, a Rolls-Royce possui um dos veículos mais caros do mundo: o Boat Tail.
Como o nome Boat Tail (“rabo de barco”, em tradução literal) já sugere, o carro recebeu esse nome por ser uma reinterpretação do Phantom II Boat Tail, de 1932, automóvel cuja traseira foi inspirada nos J Class, icônicos veleiros que disputavam nos anos 1920 a icônica America’s Cup.
O veículo é um conversível que estabelece o retorno da Rolls-Royce ao segmento dos personalizados. Além disso, o carro custa 20 milhões de libras (mais de R$ 125 milhões, segundo valores convertidos em outubro de 2023). Este é o preço que se paga pela exclusividade, visto que pouquíssimas unidades foram produzidas.
A primeira unidade do sedã de luxo com jeito de barco foi feita sob encomenda do casal Beyoncé e Jay-Z, que optaram pela cor “azul oceânico infundido com cristais brilhantes” (segundo a Rolls-Royce), que remete à paradisíaca Cote D’Azur, na Riviera Francesa.
Já o segundo Boat Tail foi uma encomenda de um empresário, baseado no Oriente Médio. Este modelo foi apresentado nos jardins do hotel Mandarin Oriental, nas margens do Lago di Como, na Itália. Ele chama atenção pela pintura, que muda de tom de acordo com a luz do sol, passando de branco para bronze.
Exclusividade de luxo
Foram quatro anos de desenvolvimento, com vários ajustes nos detalhes de personalização, até o projeto ficar pronto. Na assinatura do contrato, a marca se comprometeu com os compradores a não produzir mais nenhuma unidade do sedã de luxo além do estipulado (somente três).
Apesar de todos terem a mesma carroceria e um motor V12 6.75 biturbo de 571 hp, cada exemplar do carro é único, graças ao processo de hiper personalização. Assim, o produto ganha a cara do freguês — junto com o requinte e a personalidade de cada um.
No caso do segundo Boat Tail, por exemplo, o proprietário — cujo pai fez fortuna na indústria de pérolas — exigiu que fossem usadas quatro conchas na decoração do interior. Sem contar o painel interno, que conta com um hipnotizante relógio de madrepérola, enquanto o Spirit of Ecstasy (o tradicional símbolo da marca que vai no capô) é feito de ouro rosa.
Além do para-choque de inox e nogueira real (Royal Walnut), com riscas de ouro rosa incrustadas, um dos carros mais caros da Rolls-Royce abriga um verdadeiro deque. Ao abrir-se, o porta-malas — que tem o formato de asas — revela um arsenal de itens para um banquete a céu aberto.
O carro conta com itens como um guarda-sol, banquetas de fibra de carbono dobráveis, uma mini geladeira para champanhes, uma adega climatizada, jogo de jantar com pratos de cristal e muito mais. A ideia é proporcionar refeições ao ar livre, como se os ocupantes estivessem na popa de um barco.
Nascido no departamento de personalização da marca inglesa, o modelo chegou a ser o mais caro da Rolls-Royce, batendo o valor do Sweptail, construído em 2017 a pedido de um milionário europeu, ao custo de 12,8 milhões de dólares — preço que hoje chegaria a mais de R$ 66 milhões (valores convertidos em outubro de 2023).
Como diz o diretor executivo da Rolls-Royce, o grande trunfo para permanecer reinando no segmento de produtos exclusivos não está apenas no preço, mas nas características que a consagraram ao longo de seus 118 anos de atividades.
Se entregar ao mundo náutico é uma experiência apaixonante. Prova disso é que Mauricio Giamellaro, CEO do Grupo Heineken Brasil, acumula apenas três anos como navegador, mas já se rendeu totalmente ao universo dos barcos.
Durante um bate-papo com NÁUTICA, Giamellaro contou suas principais experiências pelo mar e como sua relação com os barcos se iniciou. Morador da Praia de Juquehy, ele revela que começou a navegar há pouco tempo, ainda em 2020.
Com tanta proximidade com o mundo náutico — por contas das parcerias com o Boat Show e o Grupo NÁUTICA –, foi apenas questão de tempo até o CEO da Heineken Brasil comprar o seu primeiro barco.
Comprei uma Ventura de 21 pés, comecei a navegar com minha esposa e meus filhos, e me encontrei
Satisfeito com o modelo de porte pequeno — apontado como barco de entrada, indicado justamente para quem está começando a navegar –, Giamellaro acreditava que nunca sairia deste tamanho de embarcação.
No entanto, assim como muitos navegadores, pouco tempo depois o executivo se rendeu e mudou de ideia. Ele então comprou uma Ventura de 30 pés, de cabine fechada e hard-top. No que depender dele, a tendência é adquirir um barco cada vez maior, revelou.
Você sempre acha que está bom, até alguém parar do seu lado com um barco maior — brincou o CEO da Heineken no Brasil
Hoje, Giamellaro diz que já perdeu as contas de quantas viagens já realizou, mas acredita ter entre 150 e 200 horas navegadas. Mesmo iniciante, ele já tem boas histórias para contar sobre seus roteiros a bordo de embarcações.
Uma viagem que o executivo revela ter sido marcante foi uma jornada com sua esposa, navegando de Barra do Una até o Saco do Mamanguá, em comemoração aos 25 anos de casamento dos dois. Realizada no dia do aniversário dela, o roteiro ainda contou com parada em Ubatuba.
Segundo Giamellaro, a experiência foi maravilhosa, embora ele tenha feito uma manobra errada logo na saída. Ele até pensou em voltar para casa depois da falha, mas contou com o apoio de sua esposa para prosseguir, e a viagem foi um sucesso.
Heineken e o mundo náutico
Na entrevista concedida à apresentadora Jordana Medeiros, Mauricio Giamellaro ressaltou também a importância de não misturar bebida e direção de embarcações, para um passeio com segurança. Quem comanda barco também conta com opções de rótulos não alcoólicos no portfólio da Heineken.
Entre os destaques nesta categoria estão a cerveja Heineken 0.0, o refrigerante Fys — que contém 50% menos açúcar que os refrigerantes comuns — e o lançamento Clash’D — definido pelo CEO da empresa no Brasil como uma “colisão de sabores” –, que é uma bebida fermentada, com adição de frutas, zero açúcar e três sabores.
Já para quem vai curtir o barco apenas como passageiro, a cerveja Blue Moon — premiada internacionalmente e artesanal — costuma agradar em cheio o público náutico, que adora bebidas premium. Outra opção da empresa é a Amstel Ultra — que foi a cerveja oficial do São Paulo Boat Show –, que tem zero glúten, baixo carboidrato e apenas 71 calorias.
O Grupo Heineken é parceiro do Grupo NÁUTICA desde 2010 — e há quatro anos seguidos está presente nos Boat Shows. Outra iniciativa recente da empresa de bebidas, o badalado primeiro bar flutuante do mundo, instalado no Rio Pinheiros, em São Paulo, conta com a parceria da Metalu — divisão de infraestrutura do Grupo Náutica.
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
Os frequentadores do rio Tietêcostumam usar um verbo que não existe: “eclusar”. Ou “o ato de atravessar eclusas” — que, para quem nunca esteve na Holanda ou não se lembra dos tempos de escola, são obras de engenharia que permitem aos barcosvencerem desníveis de água com a altura de edifícios, como acontece ao longo de boa parte do Tietê.
De Barra Bonita para baixo, tudo no maior rio de São Paulo gira em torno das eclusas, gigantescos “elevadores” de barcos, onde o que sobe ou desce não são apenas as embarcações, mas também toda a águaao redor deles, feito um colossal tanque móvel.
São as eclusas que permitem o fluxo de água do rio e a sua navegação, além de tornarem o Tietê ainda mais atraente para o turismo, já que esse tipo de recurso é raríssimo no país.
Entrar com um barco em uma eclusa é uma experiência e tanto, até pelas dimensões da coisa. São colossais caixas de concreto, revestidas de aço, que, vazias, têm a altura de edifícios e, cheias, viram piscinas com centenas de milhões de litros d’água, que sobem e descem junto com o barco.
Em algumas eclusas do Tietê, a diferença entre o sobe e desce do conjunto barco e água chega a 30 metros de altura, o mesmo que um prédio de dez andares.
Uma vez dentro da eclusa, a visão das paredes, altíssimas, úmidas e escuras é um tanto fantasmagórica— e a certeza de que, do outro lado, existe uma muralha d’água querendo entrar, não é muito reconfortante. Mas a magnitude do sistema é algo extraordinário. Embora bem simples no conceito.
Uma eclusa é como se fosse uma caixa sem tampa (a “câmara”), onde em cada extremidade há uma porta (“comporta”), que sobe e desce feito uma guilhotina e serve tanto para permitir a entrada da água quanto para retê-la lá dentro, quando a caixa já estiver cheia.
Quando uma porta se abre, a outra tem que estar fechada, para a caixa encher ou esvaziar, através de tubulações. A parte de cima da eclusa chama-se “montante”; a de baixo, “jusante”. O barco (ou “barcos”, já que cabe uma flotilha inteira dentro de uma eclusa), entra por uma porta e sai pela outra, depois que a caixa encher ou esvaziar. Ao sair, ele estará muitos metros acima ou abaixo de quando entrou.
Sem as eclusas, a navegação no Tietê seria impossível, porque originalmente o rio tinha cachoeiras e vários trechos de corredeira — sem contar que ainda haveria escassez de energia em boa parte do estado de São Paulo, porque a função das barragens é represar a água para fazer girar as turbinas que geram eletricidade para as cidades.
Mesmo para os mais familiarizados com grandes feitos da engenharia, é uma obra e tanto. No mínimo, algo que não se vê todos os dias. A menos, claro, que você viva no Tietê e esteja pra lá de cansado de “eclusar”.
Foz do Iguaçu, no Paraná, entra para o circuito dos grandes eventos náuticos do país. Charmoso Iate Clube Lago de Itaipu vai receber Boat Show de 23 a 26 de novembro
Mais uma grande novidade no setor de eventos náuticos do Brasil. Uma nova edição do Boat Show — marca forte e respeitada por empresários e pelo público — está confirmada: o 1º Foz Internacional Boat Show, que acontecerá de 23 a 26 de novembro de 2023 no oeste do Paraná, tendo como palco o Iate Clube Lago de Itaipu e como cenário de fundo as impressionantes Cataratas do Iguaçu.
“A realização deste Boat Show é o passo inicial de um ambicioso projeto de desenvolver o mercado náutico na região e potencializar o uso de barcosde lazer naquele que é um dos principais pontos turísticos do Brasil e do mundo”, conta Ernani Paciornik, presidente do Grupo Náutica.
Será um momento náutico histórico em que barcos e nações vão se unir na tríplice fronteira Brasil, Paraguai e Argentina – Ernani Paciornik
O Foz Internacional Boat Show, primeiro em água doce do Brasil e, também, primeiro salão internacional com a chancela Boat Show, é uma parceria entre a Secretaria de Estado do Turismo (SETU/Viaje Paraná), a Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu, a usina hidrelétrica Itaipu Binacional, o Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e a Acobar.
“O turismo náutico é uma das vocações naturais dessa região, com todas as implicações positivas que traz à tona, como geração de renda e de empregos. É uma satisfação ser parceiro de um evento como este”, diz Márcio Nunes, Secretário do Turismo do Paraná, explicando a realização do evento.
Serão quatro dias de exposição, com a expectativa de reunir 15 mil visitantes e cerca de 30 marcas, com a apresentação de barcos de cerca de 40 pés, a maioria disponível para test-drive nas águasnavegáveis do Lago de Itaipu.
Por sinal, águas navegáveis é o que não faltam nesse domínio paranaense, abençoado com rios caudalosos, represas generosas e um verdadeiro mar de água doce chamado Lago de Itaipu, formado artificialmente em 1982.
Paralelo ao Foz Internacional Boat Show será realizado o Congresso Internacional Náutica, que se concentrará na promoção e reconhecimento das potencialidades turísticas do Lago de Itaipu, localizado na fronteira entre o Brasil e o Paraguai.
O congresso visa a disseminação de boas práticas na gestão sustentáveldo turismo náutico e de pesca, a criação de redes de colaboração entre profissionais e empresas do setor, a discussão de desafios e soluções para a preservação e restauração ambiental da região, além de impulsionar o crescimento econômico local por meio do turismo.
Além disso, reunirá especialistas, empresários, gestores públicos e entusiastas do turismo para compartilhar conhecimentos e experiências que contribuam para o desenvolvimento sustentável do turismo náutico no Lago de Itaipu.
Para o Diretor de Turismo da Fundação Parque Tecnológico Itaipu (PTI), Yuri Benites, o turismo náutico é estratégico para o desenvolvimento sustentável da região contígua ao Lago de Itaipu.
“O setor náutico, que deve crescer cerca de 20% em 2023, gera empregos de qualidade e movimenta outros setores da economia, provocando um movimento virtuoso, que queremos para a nossa região”, diz Benites.
“O Parque Tecnológico Itaipu, com esse olhar para o território e o bem-estar das pessoas, entende que o Lago de Itaipu deve ser aproveitado para impulsionar esse movimento”, acrescenta o diretor de turismo do PTI.
A Itaipu Binacional também apoia a realização do Foz Internacional Boat Show, por sua importância no desenvolvimento do turismo náutico no Lago de Itaipu, o que inclui atividades de turismo, lazer e a pesca esportiva; esta, uma prática já consolidada na região.
“É necessário olhar o Lago como oportunidade para os municípios lindeiros na geração de renda e emprego, seja pelo turismo ou pelo incentivo à indústria náutica para que se instale na região”, defende Aline Teigão, gerente de Iniciativas de Turismo da Itaipu Binacional.
Pelo lado dos usuários de barcos, Evandro Ferreira, comodoro do Iate Clube Lago de Itaipu (“ICLI”, para os íntimos), diz que a realização do evento terá impacto direto no crescimento das atividades náuticas na região.
“O Boat Show terá um papel estratégico no desenvolvimento do turismo das águas não apenas em Foz do Iguaçu, mas em todos os municípios que ficam no entorno do Lago, incluindo os da tríplice fronteira”, acredita ele.
Fortalecer ainda mais o turismo na região é a expectativa também de André Alliana, Secretário de Turismo e Projetos Estratégicos de Foz do Iguaçu. “Nós temos dois rios muito navegáveis, que são o Iguaçu e o Paraná, além do Lago de Itaipu. Explorar esses espaços, ocupá-los com atrativos do turismo náutico, e assim atrair investimentos, é uma decisão estratégica para nós. E a realização do Boat Show chama atenção de todos os players — usuários, investidores, fabricantes e todo mundo que tem relação direta ou indireta com mundo náutico — para o quanto Foz de Iguaçu tem de potencialidade para esse setor”.
Por sua vez, Thalita Vicentini, diretora-geral da Boat Show Eventos, lembra que, além de atrair um grande número de visitantes locais, o Foz Internacional Boat Show terá grande penetração de mídia, graças ao know-how dos mais de 50 Boat Shows já realizados pelo país.
“Todos juntos no mesmo objetivo: vender bem o turismo de Foz do Iguaçu e potencializando a região como destino náutico. O primeiro Boat Show internacional terá embarcações lado a lado na água, ampla diversidade de produtos, serviços náuticos e muito entretenimento e lazer”, ressalta a diretora da Boat Show Eventos.
O Foz Internacional Boat Show tem apoio também da Adetur (Agência de Desenvolvimento Cultural e Turístico da Região Cataratas do Iguaçu e Caminhos ao Lago de Itaipu).
As Cataratas são a principal atração de Foz do Iguaçu, cidade com fama mundial por suas 275 quedas d’água. Mas estão longe de serem a única. Há ainda o Parque das Aves e o Marco das Três Fronteiras. Sem esquecer a Usina Hidrelétrica de Itaipu, aberta a visitação guiada, cuja barragem — que fica iluminada durante a noite — pode ser admirada desde um mirante.
Em um país com tantas águas navegáveis, sempre cabe mais um Boat Show. Ainda mais em um estado com vocação náutica, como o Paraná.
Saiba como ser um expositor no Foz Internacional Boat Show
Para expor sua marca ao lado dos principais nomes do setor náutico do Brasil e do mundo, entre em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (11) 2186-1068 e confira os espaços disponíveis.
Sobre o Grupo Náutica
Com mais de 40 anos de mercado, o Grupo Náutica traz soluções em infraestrutura, eventos e comunicação náutica. É formado pela Revista Náutica, pioneira e líder absoluta no setor; o Boat Show Eventos, mais importante organizador de eventos náuticos da América Latina com as edições de São Paulo, Itajaí, Rio de Janeiro e Foz do Iguaçu; e a Metalu, maior fabricante de píeres e passarelas em alumínio do mundo.
O grupo também se preocupa com as questões sociais e é detentor das ações “Só Jogue na Água o que Peixe pode Comer”, assinada pelo cartunista Ziraldo, e “Por Uma Cidade Navegável”, que busca a navegação em lugares inimagináveis, assim como desenvolve os principais Guias de Turismo Náutico do país.
FOZ INTERNACIONAL BOAT SHOW Anote aí!
Quando: De 23 a 26 de novembro de 2023
Onde: Iate Clube Lago de Itaipu (R. Inacio Reuter Sottomaior, 1020, Jardim Porto Dourado, Foz do Iguaçu – PR)
Horário: 16h às 22h
Saiba mais no site oficial do evento
A fotografia é capaz de mostrar flagrantes hilários da natureza. Já imaginou uma turma de pinguins de mãos dadas ou ainda ver uma foca posando ao estilo de Kate Winslet, em “Titanic”, ao dizer a célebre frase “Me desenhe como uma das suas garotas francesas”? Pois cenas impensáveis como essas são finalistas de um concurso que vai escolher a foto mais engraçada de animais selvagens.
A Comedy Wildlife Photography Awards é uma competição gratuita, aberta a fotógrafos tanto amadores quanto profissionais, que celebra a hilaridade da natureza enquanto destaca a necessidade de protegê-la. O ganhador será premiado com 500 libras em dinheiro, aproximadamente R$ 3.200 (valores convertidos em outubro de 2023).
Liderada pelos fundadores Paul Joynson-Hicks MBE e Tom Sullam, o concurso começou ainda em 2015, como uma competição fotográfica. De lá pra cá, o projeto ganhou força e tornou-se conhecido mundialmente, cativando a visibilidade de milhões de pessoas.
A competição de foto mais engraçada da vida animal teve milhares de envios, gerando um “problema bom” para a organização do concurso, que conseguiu selecionar 41 finalistas. Agora, as fotos vão para voto popular através do site oficial da Comedy Wildlife.
Confira algumas fotos finalistas do Comedy Wildlife
Além de votar no concurso, é possível comprar uma das fotos finalistas, gerando visibilidade e valorizando o trabalho dos participantes da competição.
Na última quarta-feira (27), um grupo de pesquisadoresda fauna do estado de Connecticut, nos Estados Unidos, encontrou uma raia gigante com 1,5 metros de largura, 180 kg e cauda venenosa, em meio ao Oceano Atlântico.
Segundo os pesquisadores, apesar da cauda venenosa, o animal— que naturalmente vive no Atlântico norte — costuma ficar longe da costa e, então, não oferece perigo aos humanos.
Também conhecida como “roughtail” (em tradução livre, cauda áspera), raia-prego-de-cauda-áspera ou Bathytosia Centroura (nome científico), o animal leva esse nome devido às placas espinhosas ao longo do corpo e na base da cauda.
Como outras raias dessa espécie, a cauda áspera tem um ou dois espinhos serrilhados e afiados, equipados com glândulas de veneno e cobertos por uma fina camada de pele.
Após a captura, os cientistasfizeram algumas medições e imediatamente devolveram a raia gigante para a água, em segurança.
Na foto que registra o momento do encontro com os pesquisadores, o animal está com seu ventre de cor clara (a barriga) virado para cima.
*A foto que abre essa matéria foi feita por Filipe Guillaume, e reproduzida de seu perfil no Flickr.
As inovações na indústria dos iatesde luxoestão sempre surpreendendo os aficionados por esse universo, que procuram, cada vez mais, por embarcaçõesfuturísticas e supermodernas. Sabendo disso, o designer Luiz de Basto, fundador da De Basto Designs, criou um conceito de megaiate com essas características, chamado Projeto MED.
Criado para celebrar o estilo de vida mediterrâneo, o Projeto MED é um megaiate de 92 metros. Sua estrutura de vidro reflexivo faz com que a embarcação pareça flutuar acima do casco. Para remeter o iate às costas mediterrânicas, Basto traçou linhas exteriores sinuosas e suaves, além de espaços abertos com ligação profunda com o mar.
A superestrutura de vidro — um dos grandes diferenciais do barco — foi pensada pela Lateral Naval Architects, que trabalhou em parceria com a De Basto Designs no projeto criando um sistema de treliça estrutural com apenas quatro suportes, que mantêm a estrutura “suspensa”, dando a ilusão de que ela flutua sobre o casco.
Uma vez conectada em pontos mínimos, a estrutura permite que o convés principal do Projeto MED tenha um espaço amplo para ser aproveitado. No caso, a área ganhou um espaço multifuncional ao ar livre, repleto de mesas, cadeiras, sofás, plantas… em que os hóspedes podem se reunir para refeições ou apenas para desfrutar da paisagem.
Não apenas super futurística, a estrutura de vidro fornece sombra aos passageiros, enquanto, sutilmente, esconde as janelas e aberturas do casco, além de um bônus: reflete o ambiente ao seu redor.
Queria tirar do perfil tudo o que fosse supérfluo, deixando apenas a quantidade certa de elementos para transmitir o conceito. O volume da superestrutura voadora toca delicadamente o casco, dissolvendo o convés principal em um espaço vazio e deixando o convés aberto – Luiz de Basto, Yacht Designer
O megaiate não impressiona só por fora. No interior, os passageiros contam com espaços generosos, ambientes privados e acomodações para até 14 pessoas em sete cabines, sendo que a suíte master do proprietário fica no convés superior. Os hóspedes, por sua vez, têm quatro suítes e duas cabines VIP para escolher.
Claro que, em uma embarcação como essa, não poderiam faltar comodidades de luxo. O Projeto MED, então, conta com uma enorme piscina na popa, academia, heliporto e uma infinidade de espaços para, apenas… relaxar.
Falando de potência, os projetistas imaginaram um sistema híbrido diesel-elétrico, que daria ao barco velocidade máxima de cerca de 16,5 nós (14 de cruzeiro). A embarcação futurística inspirada no Mediterrâneo pode até não ser transformada num iate real, mas com certeza vai inspirar modelos para o futuro das embarcações de luxo.
Apaixonado por veleirosem geral e por modelos da Fast Yachts em particular, o casal Ramiro Eli e Giorgina Karolyi Eli mal acreditou quando encontrou um celebrado Fast 500 ano 1986 em estado de quase abandono nas águasde Cabedelo, na Paraíba.
Ainda mais quando soube que a unidade em questão era nada mais nada menos que a número 1 fabricada pelo memorável estaleiro, que caiu nas graças dos velejadores brasileiros, nos anos 1980, construindo barcostão bons que mesmo hoje, muito tempo depois de deixarem de ser produzidos, continuam sendo objetos de desejo entre os amantes da vela.
Eu e o Ramiro nos conhecemos velejando ainda na infância, quando nossos pais tinham veleiros. Casamos e continuamos dividindo essa paixão. Foi quando descobrimos o Força Maior, abandonado havia 17 anos em uma poita na Paraíba. – conta Giorgina
Era a primeira unidade do veleiro de 50 pés construído pelo estaleiro, em 1986, espécie de joia rara da vela nacional. Mal a primeira unidade do Fast 500 ficou pronta, os velejadores alvoroçaram-se. Era o maior veleiro oceânico de construção em série já feito no Brasil. E não era apenas o seu tamanho que chamava a atenção.
Ele trazia equipamentos sofisticados a bordo, coisa até então rara por aqui. Imagine só: 37 anos atrás, este veleiro já saía de fábrica com micro-ondas, freezer, som completo, gerador, navegador por satélite, vhf e um pré-gps, chamado Navsat. Para navegar, ele trazia três comandos diferentes de leme e velejava macio.
Apesar do grande comprimento, três pessoas conseguiam conduzi-lo com tranquilidade, já que havia catracas elétricas, por exemplo. Foi desenhado por um dos maiores projetistas do mundo, o argentino German Frers, que também fez os famosos Swan, considerados os Rolls Royces do mundo da vela.
Por coincidência, o Força Maior morava na imaginação de Ramiro desde que a revista Esportes Náutica (que daria origem à NÁUTICA) publicou uma reportagem sobre ele, no mesmo ano. “Eu gostava tanto desse veleiro que, quando era adolescente, tinha um poster do Força Maior na porta de um armário do meu quarto”, garante Ramiro.
Então, por uma daquelas coisas inexplicáveis da vida, lá estava ele, o nosso sonho unindo mais uma vez a nossa história. Não tivemos dúvida de que era hora de embarcar e mergulhar de cabeça nesse sonho. – conta Ramiro
Coincidência é pouco. O casal estava à procura de um veleiro para comprar, na região entre Ubatuba e Paraty, quando ficou sabendo da existência do Força Maior. “Foi por meio de uma conversa ocasional com seu próprio dono, o senhor Carlos, de quem fomos ver um outro veleiro, de casco de aço, em Paraty”, recorda Giorgina.
Durante a conversa, surgiu a informação sobre o Fast 500, que estava fora de combate em uma poita na Paraíba. A notícia soou como música (das boas) para o ouvido do casal. Ainda mais quando souberam que se tratava do próprio Força Maior dos sonhos de Ramiro. “Eu não podia perder a oportunidade de comprá-lo”, lembra o velejador.
Os dois não perderam tempo: assim que a agenda permitiu, voaram para a Paraíba, atrás da preciosidade, mesmo sem o barco estar à venda. Encontraram o veleiro detonado, já quase a ponto de virar sucata, num canto da Marina Jacaré. Dava tristeza. Mesmo assim, fecharam negócio, determinados a promover a ressurreição do Força Maior.
“Sabíamos que ele precisaria de uma ampla reforma, para voltar a ser o belíssimo barco que foi em outros tempos e nos nossos sonhos. E decidimos encarar essa missão”, explica Ramiro, que sempre gostou de construção naval e, por um tempo, trabalhou com survey de barcos de grande porte, sua outra paixão.
“Fizemos a compra oficial, no papel, no dia 21 de janeiro de 2020”, lembra Giorgina. A princípio, o antigo dono não queria vender. Dizia apenas que, se algum dia fosse abrir mão do barco, seria para ela e o Ramiro. Mas acabou vendendo, pois houve uma empatia muito grande entre o trio.
Imediatamente, colocando eles próprios a mão na massa, os dois iniciaram uma meticulosa restauração do velho Fast 500, que teve Nelson de Sampaio Bastos (proprietário da Fast Yacht) como primeiro dono.
Em plena pandemia, passamos a voar de São Paulo para a Paraíba a cada 15 dias, quando as regras de isolamento social permitiam. E fomos fazendo tudo, passo a passo, atualizando os itens principais e de segurança, junto com um pessoal especializado em marcenaria. – lembra a velejadora
Nesse processo, da marcenaria à vela, passando pelo motor (que estava fora de combate), tudo foi pacientemente revisado e restaurado. Passaram pela reforma o estaiamento (completamente trocado), o motor, o leme e seu sistema, a parte elétrica (totalmente reinstalada) e até os tanques de diesel.
Nove meses depois, já com o Força Maior em condições seguras para navegar, com toda a parte de marcenaria concluída, o casal embarcou no velho veleiro rumo a São Paulo, onde a reforma seria concluída.
A viagem entre Cabedelo e Ubatuba demorou oito dias e foi feita quase toda a vela, com poucas horas de motor. “Chegamos a atingir singradura de 212 milhas náuticas nessa travessia, mesmo com o barco em condições precárias e o fundo sujo”, diz Giorgina, sem esconder uma ponta de orgulho.
A segunda fase da reforma, que envolvia o “recheio” do barco e, na fase final, a pintura do casco, foi feita no Iate Clube de Santos, no Guarujá. “Três vezes por semana, descíamos para lá, para acompanhar a obra e colocar a mão na massa”, afirma Ramiro, que mora em São Paulo.
O veleiro teve todo o seu interior desmontado, com cada item avaliado. Nesse processo, duas anteparas foram trocadas, por estarem comprometidas; e todas as ferragens foram removidas e revisadas, dos trilhos ao mastro.
“Preservamos o layout da distribuição interna como original, com pouquíssimas alterações, apenas o necessário para melhorar conforto da família”, ressalta Georgina, que ao lado de Ramiro e dos filhos, Martin, de 7 anos, e Nicolas, de 5, pretende morar a bordo do Força Maior num futuro próximo.
Mas o trabalho mais relevante mesmo foi a nova pintura, idêntica à original. E que deixou o veleiro com 36 anos de uso novo, de novo, como se tivesse acabado de sair do estaleiro. “Além de ser a cor original do barco, era com esse vermelho que o Força Maior morava na imaginação de Ramiro”, conta a velejadora.
Antes de voltar para o mar, o barco ganhou ainda uma capota com extensão lateral, que permite cobrir tanto o posto de comando quanto a praça de popa, e um balão vermelho, combinando com o casco. E foi assim, impecável como barco de colecionador, que a unidade número 1 do Fast 500 voltou para a água no dia 15 de janeiro de 2022.
“De lá para cá, navegamos pouco ainda, menos de 1.000 milhas”, explica a comandante do barco, que avalia o resultado do árduo trabalho de restauração em apenas duas palavras: “melhor impossível”.
Ficou mesmo uma beleza, reluzente, como nos velhos tempos. Sem exageros, é um sério candidato ao posto de barco a vela mais bonito do Brasil.
Há mais de 30 anos no mercado, a Marine Express foi uma das primeiras marcas especializadas em equipamentos náuticos a viabilizar aos estaleiros do Brasilo acesso a itens feitos por marcas de expressão mundial, como Raymarine e Seakeeper. Entre eles, estão os super tecnológicos Radar Raymarine Cyclone e a Câmera Flir, testados na prática em mais um Teste NÁUTICA.
Guilherme Kodja, consultor técnico de NÁUTICA, foi até a Marina Itajaí — local em que a Marine Express possui uma de suas lojas–, para testar os equipamentos fornecidos pela marca, na prática, a bordo do On Board Test, uma lancha que funciona como barco de testes da empresa.
Em um dia fechado com respingos de chuva na cidade caterinense, a embarcação saiu da Marina Itajaí já equipada com o Radar Raymarine Cyclone e a Câmera Flir. O objetivo era observar o comportamento dos equipamentostanto de forma isolada, quanto de forma integrada.
Logo na saída, o radar já fez o mapeamento de toda área da marina. Com a tecnologia de prevenção de colisões Doppler, o equipamento é capaz de destacar, instantaneamente na tela, os contatos em movimento e os codificar por cores (verde, branco e vermelho), para indicar se estão entrando ou saindo da zona de risco da embarcação, facilitando o discernimento de alvos potencialmente perigosos ao navegar.
A fim de testar o máximo possível das funções do radar, Kodja evitou se distanciar tanto da marina, parando quase dentro do canal de navegação e aumentando a possibilidade de encontrar possíveis contatos. Nesse momento, o radar girava lentamente, a 20 rotações por minuto (o equipamento vai até 60), com todas as definições em automático.
De forma quase instantânea, o Doppler do radar já identificou alguns itens passíveis de riscos à navegação, como um barco pesqueiro, que apareceu em vermelho na tela, uma vez que navegava em direção à embarcação de teste. Saindo da rota de colisão utilizando o radar como norte, o pesqueiro logo muda de cor, ficando em verde — sinalizando que o mesmo deixou de oferecer perigo.
Kodja aumentou as varreduras do radar de 10 para 30, com isso, o equipamento mapeou o local de forma mais rápida. A função Doppler acompanhou, mostrando na tela, mais rapidamente, possíveis obstáculos na navegação e, novamente, os marcando com as cores correspondentes.
Em resumo, o Raymarine Cyclone faz a varredura do local, a função Doppler identifica o alvo, mostra que o mesmo está em movimento — já que tem consistência de identificação — e o pinta de verde, branco ou vermelho, a depender do risco que oferece.
Vale ressaltar que o radar com Doppler da Raymarine não é uma exclusividade do Cyclone. Os radares digitais dos modelos da marca, como o modelo Quantum, já têm essa função. Inclusive, o radar do Leopard 46 — catamarã que atravessou o Atlântico — é um Quantum de 48 milhas, digital, com função Doppler.
Já para demonstrar a utilização da Câmera Flir, Kodja marcou como alvo, na tela do radar, um dos barcos que se aproximava. Com a função “rastrear com câmera”, a Flir — que antes mostrava em sua tela o cenário à frente da embarcação — passou a buscar o alvo, para mostrá-lo na tela ao piloto através da integração com o radar.
Com o alvo marcado, a câmera passa a segui-lo, mesmo em movimento. No momento do teste, a visibilidade estava consideravelmente baixa e, mesmo assim, a Flir conseguiu identificar o alvo escondido no nevoeiro. Na tela, era possível ver sua sombra se movimentando no horizonte.
Ou seja, trabalhando juntos, câmera e radar são muito eficientes na prevenção de acidentes, uma vez que disponibilizam ao piloto, através de imagens, qualquer risco de colisão e qual o melhor caminho para evitá-la.
“Se alguém, algum dia, o convidar para navegar na Hidrovia Tietê-Paraná, aceite na hora”, diz Paulo Fax, coordenador da Câmara Temática de Navegação e Segurança do Fórum Náutico Paulista (FNP). A dica foi dada durante o 8º Congresso Internacional de Náutica, realizado paralelamente ao São Paulo Boat Show 2023.
Na ocasião, Paulo apresentou o imprescindível “Guia de Turismo Fluvial da Hidrovia Tietê-Paraná”, idealizado por ele e pelo presidente do FNP, Marco Antônio Castello Branco.
Com 2,4 mil quilômetros navegáveis, a Hidrovia Tietê-Paraná é usada principalmente para o transporte da produção agrícola até o porto de Santos. No entanto, as embarcações de lazer também têm vez ali.
É comum a presença de lanchas e veleiros, além de grandes barcos de cruzeiro. Um exemplo disso é o NM Homero Krähenbühl, o iate de 47 metros que o jornalista Carlos Nascimento construiu para transportar turistas e operar como uma espécie de centro de convenções flutuante, entre Barra Bonita e Bariri, no interior paulista.
Conheça destaques do Guia de Turismo Fluvial
O rio Tietê, que corta o estado de São Paulo de ponta a ponta, no curioso sentido leste-oeste (ou seja, do mar para o interior), é uma prova da força da natureza. Quanto mais se afasta de São Paulo, o curso d’água mais mal falado do país apresenta um lado surpreendente: limpo, puro, transparente.
Em Barra Bonita fica a primeira das seis barragens com eclusas, que permitem que o Tietê seja navegável até o encontro com o Rio Paraná — já repleto de peixes, barcos de recreio, marinas, iates clubes, atracadouros públicos, clubes náuticos, praias e condomínios. Depois, os dois rios juntos formam uma hidrovia de 2.400 quilômetros, que vai desaguar no Rio da Prata e, em seguida, no Atlântico.
Para quem navega por toda a região não perder nada dessa jornada por destinos capazes de despertar emoções — pela aventura, pela cultura e pelo entretenimento –que a Câmara Temática de Navegação e Segurança do Fórum Náutico Paulista editou o Guia de Turismo Fluvial.
A navegação no Tietê reconvertido em rio limpo não é apenas prazerosa como pra lá de enriquecedora, do ponto de vista da experiência cultural. Percorrendo-o, com tempo e paciência para ouvir histórias, vai-se conhecendo os atrativos turísticos das cidades ribeiras, bem com os costumes dos moradores, folclores, sabores e importância histórica.
As eclusagens podem ser feitas com qualquer barco e são gratuitas. E até quem não tem embarcação pode experimentar a sensação de subir e descer 26 metros de desnível, entre a parte de cima e a de baixo do rio, a bordo de um dos grandes barcos — lá chamados de “navios”, já que levam mais de 600 pessoas a bordo –, que fazem passeios pelo rio.
As cidades escolhidas para o Guia de Turismo Fluvial tiveram como atribuição obrigatória apresentar acesso por água e pelo menos um ponto de parada e apoio aos navegadores.
Com 46 páginas, o Guia de Turismo Fluvial da Hidrovia Tietê-Paraná, editado com apoio da Sabesp, pode ser baixado, gratuitamente, no site do Fórum Náutico Paulista.
Confira os temas do 8º Congresso Internacional Náutica
Eduardo Bekin: Case Porto Barão de Tefé, Antonina/PR
Roberto de Lucena: Desenvolvendo o Turismo Náutico no Estado de SP
Aguilar Junior: Novo molhe de Caraguatatuba
Carlos Henrique Sobral: Turismo Náutico Brasileiro
Entre as iniciativas para estimular o crescimento do turismo náutico — tema do 8º Congresso Internacional Náutica, realizado paralelamente ao São Paulo Boat Show 2023 — o prefeito de Três Fronteiras, Rubens José Belão, destacou a criação da “Rota do Peixe”, que passa pela Região Turística Entre Rios, no Noroeste de São Paulo.
São 13 cidades (incluindo Aparecida do Tabuado, já no estado de Mato Grosso do Sul), nove delas banhadas por rios: Mesópolis, Santa Albertina, Santa Fé do Sul, Palmeira D’Oeste, Santa Rita D’Oeste, Santa Clara D’Oeste, Rubinéia, Nova Canaã Paulista e, naturalmente, Três Fronteiras — cidade que recebeu esse nome por fazer divisa com os Estados de Mato Grosso e Minas Gerais, às margens do rio Paraná.
Para o turista que aprecia navegar em meio à natureza, com muita fauna e flora em volta, e esticar a linha para a pesca, este é o destino certo. O lugar contra com uma estrutura náutica pequena, mas crescente, com marinas, garagens náuticas, píeres e deques de embarque e desembarque.
Três Fronteiras, segundo Rubens José, conta com a maior área de lazer do chamado “Grandes Lagos” (assim mesmo, no plural), formado às margens do marco zero do Rio Paraná, após a confluência entre os rios Paranaíba e Rio Grande, bem na divisa com os estados de Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
“Estamos falando de um lugar de rara beleza, e com uma das maiores bacias hidrográficas do centro-sul do país. São 300 quilômetros de orla fluvial. Um verdadeiro paraíso da pesca e do lazer, com um potencial enorme para atrair empreendimentos como condomínios, clubes, praias públicas e resorts”, destaca o prefeito.
Como gestores públicos, nossa tarefa é dar o impulso, com a entrega da infraestrutura, para atrair o investimento privado e fazer do turismo náutico algo ainda mais eficaz do que já é – Rubens José Belão, prefeito de Três Fronteiras
Rubens José ainda ressalta que, com apoio do governo de São Paulo, foram investidos cerca de R$ 18 milhões na construção de 13 estruturas náuticas, como píeres, passarelas e rampas públicas.
“Como reflexo desse investimento, em três anos, praticamente o dobramos o número de embarcações cadastradas na região, saltando de 500 barcos, em 2020, para 900, em 2023”.
Outra iniciativa com potencial para atrair turistas à região, destaca o prefeito de Entre Rios, é o projeto Orla do Sol, que está ganhando forma em Santa Fé do Sul.
A proposta é a construção de Parque Aquático e um complexo hoteleiro, que seria um divisor de águas na história do turismo da cidade e da região.
Para os aficionados pela pescaria, o peixe típico da região é o tucunaré, farto para a pesca esportiva. Em Santa Fé do Sul existe até um monumento dedicado a ele.
Além disso, a região é rica em espécies como piau, traíra, pacu, corvina, tilápia, barbado, curimbatá, mandi serrote, peixe-cachorro amarelo e branco. Tá nervoso? Vai pescar em Três Fronteiras!
Confira os temas do 8º Congresso Internacional Náutica
Eduardo Bekin: Case Porto Barão de Tefé, Antonina/PR
Roberto de Lucena: Desenvolvendo o Turismo Náutico no Estado de SP
Aguilar Junior: Novo molhe de Caraguatatuba
Carlos Henrique Sobral: Turismo Náutico Brasileiro
Natação, vela, wakeboard, surf… são inúmeras as modalidades que podem ser praticadas na água, mas uma ação no Rio Pinheiros conseguiu expandir ainda mais esse leque, levando esportescomo vôlei, handebol, tênis e basquete também para este universo. Como? Através da Arena Rio Pinheiros, uma quadra esportiva flutuante, inaugurada em 24 de setembro.
Em cima de uma balsa, a estrutura provisória — proposta pela Secretaria de Esportes de São Paulo em conjunto com a pasta do Meio Ambiente e a Sabesp e instalada pela empresa Recoma — tem 40 m x 18 m, e fica ao lado da ciclovia do Parque Bruno Covas, na Zona Sul.
A Arena Rio Pinheiros já recebeu um jogo de lendas do vôlei brasileiro, reunindo nomes como Erika, Sheilla, Maurício, Rodrigão, Murilo, Serginho, Dante e Jackie Silva, no COB Expo, evento do Comitê Olímpico do Brasil, que aconteceu de 24 a 29 de setembro.
A ideia é que, a partir de agora, o local receba outras atividades até a Virada Esportiva de São Paulo que, até o momento, está prevista para os dias 28 e 29 de outubro.
Essa é mais uma ação que visa chamar atenção da população para os processos de revitalização do Rio Pinheiros. Sergio Schildt, presidente da Recoma, informou que o projeto busca a valorização do rio e mostrar para a sociedade que ele está sendo recuperado.
“Estamos entregando uma ação inédita. Uma experiência única tanto para o praticante como para o fã de esporte”, comentou também Heraldo Evans Neto, líder comercial da agência EA, uma das organizadoras da ação.
Vela no Rio Pinheiros
A quadra flutuante, até então, era algo impensável no Rio Pinheiros. Mas até uma coisa que — deveria ser — mais comum marcou essa nova etapa da revitalização do rio: a presença de barcos a vela e remo no local.
A ação contou com embarcações da Rede Náutica Guarapiranga, uma escola que realiza cursos de arrais amador e motonauta na Riviera Paulista, em São Paulo. A atividade, impensável há alguns anos, vem se tornando uma realidade e ressignificando o uso do rio, através do esporte.
Quer viver uma experiência assustadora, porém fascinante? Então o hotel Frying Pan Shoals, que ocupa as instalações de um farol abandonado no meio do Atlântico Norte, nos Estados Unidos — a 52 km da costa da Carolina do Norte — é o lugar certo para você.
Definitivamente não é fácil se hospedar neste hotel, considerado o “mais perigoso do mundo”. Apesar das diárias não serem proibitivas (cerca de US$ 1.500 por pessoa para estadia de três dias), a distância e a dificuldade de acesso encarecem — e muito — a viagem.
Para complicar, seu acesso se dá apenas por barco ou helicóptero — sem contar a solidão diante do tamanho do oceano. Além disso, ter dezenas de tubarões executando um balé no seu “quintal”, bem embaixo da sua janela, é deveras intimidador.
A história do hotel mais perigoso do mundo
Inicialmente erguida para servir de alerta sobre um banco de areia, a estrutura foi construída em 1964 para ser usada como farol — até porque, naquele lugar, havia acontecido vários naufrágios. Mas acabou por ser abandonado no início dos anos 2000, com a chegada de GPS e dos eletrônicos de última geração.
Com a desativação da torre, a Guarda Costeira dos EUA considerou transformá-la em recife artificial. Porém, mudou de ideia e preferiu fazer um leilão, em 2009 — que acabou em não pagamento do vencedor. Sendo assim, outra sessão foi feita em 2010.
Desta vez, foi arrematada por US$ 85 mil pelo empresário Richard Neal, de Charlotte, Carolina do Norte. Ele preferiu preservar a estrutura, mas transformá-la em um hotel: o Frying Pan Shoals (A Torre de Frigideira, em tradução literal).
O hotel fascinante possui 465 metros quadrados de área útil, com oito quartos, uma cozinha bem equipada, grande área para refeições e atividades de lazer; banheiros e uma grua para o rápido içamento das pessoas e do material que chegam de barco.
Falando em lazer, a estrutura tem um minicampo de golfe, mesa de sinuca, uma TV, sinal com acesso à internet e muito mais. Entretanto, toda essa estrutura não significa que este seja um hotel cinco estrelas. Afinal, não há uma única fonte de água potável por lá.
Perigoso? Nem tanto
Sobrevivente de alguns furacões, o hotel “mais perigoso do mundo” se mostrou bem seguro, ao sair ileso de todos desastres que já enfrentou. Até seu proprietário, que estava a bordo no Frying Pan em pelo menos três deles, saiu com nenhum ferimento.
Richard Neal, para salvar o antigo farol do desgaste, fundou uma organização sem fins lucrativos, que cultiva mais de 170 mil seguidores no Facebook e muitas doações. Além disso, vários profissionais ofereceram trabalhos voluntários, enquanto a Amazon fornece itens indispensáveis para se viver na torre.
E pelo visto, todo este cuidado valeu a pena, visto que, quando construído, a estrutura tinha uma expectativa de 50 anos de vida, marco que ultrapassou em 2014. Embora este hotel fascinante não seja tão perigoso quanto sugere, vale ressaltar: para quem teme isolamento e tem medo de altura, este hotel não é recomendado.
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
A ponte Hercílio Luz, cartão-postal de Florianópolis, só celebrará seu centenário daqui três anos, pois foi inaugurada oficialmente em 13 de maio de 1926, quando seu idealizador, o governador de Santa Catarina, Hercílio Luz, já havia falecido — daí o nome. Mas as comemorações começaram em novembro de 2022, quando completou-se 100 anos que a Velha Senhora, como também é conhecida, começou a ser erguida.
Foi nesse mês, em 1922, que o primeiro trabalhador fez seu primeiro gesto para a construção do primeiro pilar submerso, de um conjunto que sustentaria duas torres de 74 metros de altura e um leito carroçável de madeira com 821 metros de extensão, gerando um vão suspenso de 339,5 metros, que até hoje dá passagem a embarcaçõesde até 30 metros de altura.
Motivo de orgulho dos catarinenses, a estrutura (considerada a maior ponte pênsil do Brasil) foi erguida, como se sabe, para ligar a até então isolada ilha de Santa Catarina ao continente — o acesso à ilha, até aquele momento, dependia de um precário sistema de balsas.
Inicialmente, por conta das comemorações do primeiro centenário da emancipação do Brasil, deveria se chamar Ponte da Independência. Mas aí o governador catarinense faleceu durante a fase de construção e seu nome acabou sendo consagrado.
Além de unir a ilha ao continente, a estrutura passou a dividir as baías Norte e Sul, que banham toda a costa oeste da ilha de Santa Catarina e hoje são palco de inúmeras competições a vela. Tem bastante vento e lugares abrigados para jogar âncora.
Até hoje o projeto é considerado ousado. Em estilo Art Déco, é a única ponte pênsil do mundoque usa o apoio de barras de olhal (abertura ou vão de um arco que atravessa de lado a lado uma ponte ou arcada). Ao todo, foram aplicadas 360 barras de olhal, de 13 metros de comprimento cada, para sustentação da estrutura. O visual que proporcionam é um espetáculo. Lembram elos de uma corrente de bicicleta.
O projeto inicial previa o uso de vigas treliçadas, mas essa ideia teve de ser descartada devido a dificuldades de financiamento. Entrou em ação, então, o projeto da ponte pênsil, de autoria dos engenheiros americanos David Steinman e Duncan Robinson. A construção ficou a cargo da American Bridge Company, que trouxe dos Estados Unidos todo o material empregado na construção.
Sua singularidade deve-se ao sistema estrutural projetado por Steinman & Robinson, que, para viabilizar o projeto economicamente, substituíram os habituais cabos de suspensão por cadeias de barras biarticuladas — as tais barras de olhais. Atualmente a Hercílio Luz é a única ponte no mundo com este sistema estrutural.
Porém, sem qualquer manutenção nas primeiras décadas da sua existência e com uma manutenção precária a partir dos anos 1950, o cartão-postal de Florianópolis começou a dar sinais de deterioração. No fim de 1967, um alerta veio dos Estados Unidos com a tragédia da Silver Bridge, uma ponte de desenho e concepção estrutural similar à catarinense.
Sobre o rio Ohio, a Silver Bridge colapsou no horário de pico do dia 15 de dezembro de 1967, causando 46 mortes. Como a Hercílio Luz também tinha sido construída pela American Bridge Company, o acidente levantou uma desconfiança sobre a ponte de Floripa.
Mas o governo do Estado não deu muita bola. Em vez disso, em 1969, optou por trocar o barulhento piso de madeira por asfalto, muito mais pesado, o que comprometeu ainda mais a segurança da estrutura.
Até que, em 1981, uma perícia realizada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT) verificou que as barras de olhal estavam deterioradas, com uma trinca de cinco centímetros de abertura em uma das barras, e recomendou a interdição da ponte ao tráfego, o que foi feito em janeiro de 1982.
Felizmente, nessa época, já havia uma via alternativa, por conta da abertura, em 1975, da ponte Colombo Salles. (Em 1991, veio outra: a ponte Pedro Ivo Campos, que tem o vão central de aço). Mas, durante um período de 49 anos, a Hercílio Luz foi a única ligação entre Ilha e Continente.
Em 1988, a ligação do continente com a ilha até foi liberada para o tráfego de pedestres, bicicletas, motocicletas e veículos de tração animal. Mas em julho de 1991, o risco de colapso exigiu a interdição. Em 1992, a ponte foi tombada como Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico de Florianópolis. Em seguida, declarada Patrimônio Nacional.
Apesar disso, os anos de abandono se estenderam até 2005, quando finalmente o governo catarinense anunciou que iria restaurar o seu mais ilustre cartão-postal.
As obras foram iniciadas em fevereiro de 2006, com previsão de térmico em agosto de 2008. Mas a entrega foi sendo adiada, adiada… até o finzinho de 2019, quando — após quase três décadas servindo apenas como cenário para fotos —, a bela ponte recuperou seu antigo brilho.
No dia 30 de dezembro de 2019, com uma festa marcada pela presença de mais de 200 mil pessoas, a Velha Senhora retomou seu papel de ligar Ilha de Santa Catarina ao continente. Desde então, a estrutura continua imponente na paisagem do Centro de Florianópolis — principalmente à noite, quando rouba a cena, toda iluminada.
Chamado na Itália de “mais bonito do mundo”, o navio histórico italiano Amerigo Vespucci atracará ainda nesta semana na cidade de Fortaleza, Ceará. Considerado a “embaixada flutuante” do país europeu, o veleiro militar icônico da Marinha Italiana passará pelo Brasil como parte do seu tour mundial.
No momento, a previsão é de duas paradas no Brasil, como parte do roteiro da volta ao mundo. Com 20 meses de duração, a turnê começou no dia 1º de julho de 2023, partindo do porto de Gênova. O navio deve retornar à Itália em fevereiro de 2025, após passar por 31 portos, três oceanos, cinco continentes e 28 países.
Em terras brasileiras, o navio histórico italiano aportará no cais 106 do Porto de Mucuripe, em Fortaleza, nesta quarta-feira (4), onde deve ficar até o dia 8 de outubro. Vale destacar que no dia 7 de outubro o Amerigo Vespucci estará aberto para a visitação pública, guiada e gratuita. Assim, os visitantes poderão conhecer todas as curiosidades e funcionalidades do navio.
Em seguida, a viagem do navio histórico italiano será retomada rumo ao Rio de Janeiro, onde a embarcação ficará do dia 20 até 24 de outubro.
O tour mundial do navio histórico italiano, por sua vez, ainda passará muitos meses navegando pelo continente americano — para ser mais exato, até 6 de julho de 2024 –, quando sairá de Los Angeles, nos Estados Unidos, para cruzar o Oceano Pacífico até chegar no Japão.
Conheça o navio histórico italiano
Com o intimidador lema “Não quem começa, mas quem persevera”, o veleiro é o mais longevo a serviço da Marinha Militar e foi criado em 1930. Além disso, ele também serve como um navio-escola desde 6 de junho de 1931.
O Amerigo Vespucci possui 100 metros de comprimento, 21 de largura e 28 de altura. Ao todo, o navio conta com 264 tripulantes militares, entre oficiais, suboficiais, sargentos, cabos e marinheiros. O nome do navio, por sua vez, é uma homenagem ao navegador nascido em Florença, hoje na Itália, que viveu de 1451 a 1512.
Como navegador, Amerigo — ou Américo Vespúcio, em nome aportuguesado — participou três vezes de expedições marítimas. Devido às suas descrições sobre a nova terra, o continente americano foi batizado em sua homenagem.
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
O time de comandantes da Victory Yachtsnão para de gerar novos projetos, prova disso é que a marca levou 3 lançamentos ao São Paulo Boat Show. Das instalações da empresa paranaense são produzidos modelos de lanchas, de console central e cabinadas, não apenas para ir atrás dos peixes — segmento no qual o estaleiro é referência, com quase 20 anos de atividades — , mas também para passeio.
Uma delas é a Victory 310 Ride, lancha cabinada de 31 pés que traz as melhores características de um barco de pesca, mas também tem uma pegada de embarcação de lazer. Duas em uma. Ora passear, ora duelar em alto-mar. O que significa que família e pesca podem fazer parte do mesmo programa, uma proposta pra lá de tentadora.
Feita na plataforma da Victory 305 — uma das lanchas de pesca de maior sucesso da marca — , acrescida de itens típicos de uma day cruiser, a Victory 310 pode ser definida como uma utilitária de luxo. Daí o Ride do nome.
Traduzindo: a lancha tem casco navegador, grande autonomia de navegação, muita estabilidade e capacidade de cruzar e enfrentar com segurança ondulações geradas durante uma virada de tempo, por exemplo, só que com o conforto de uma lancha de passeio.
O conceito é o mesmo que, entre os automóveis, embala as vendas de caminhonetes e SUVs em terreno urbano. Quem compra diz: “Eu me sinto mais alto. Eu me sinto mais seguro em relação ao trânsito. Se bater, estou mais protegido. Se passar em um buraco, é mais difícil de quebrar.”
Polivalente, essa 31 pés (9,60 m) oferece uma praça de popa grande o bastante para até seis pescadores ao mesmo tempo, e capacidade geral para 12 passageiros, além de paióis para todas as tralhas, duas caixas de peixes no piso, viveiro na amurada de popa e porta-varas nos dois bordos e na estrutura da capota T-Top.
Elogiável também é a boa quantidade de cunhos, todos retráteis, inclusive à meia-nau, na passagem lateral do convés. Só isso? Não. Com foco nos passeios, a lancha tem um solário duplo na proa, com encosto de cabeça, e uma cabine que permite pernoite de até cinco pessoas. É aí que a família entra no jogo.
A Victory 310 Ride também oferece um maior conforto de condução para o piloto, uma vez que a posição elevada do posto de comando resulta em visão de 360 graus — o alcance do olhar só é prejudicado durante as curvas fechadas, por conta do T-top.
Para além do visual, chama atenção o padrão classe “A” na construção, com uso de gelcoat de primeira linha e espuma de PVC rígida (Divinycell) inclusive abaixo da linha d’água — na parte de obras vivas, ou seja, o fundo de casco, são 22 milímetros de espessura, o que garante uma grande estabilidade ao casco, além de maior resistência. Casco, convés, longarinas e tetos são laminados por sistema de infusão a vácuo.
Outro diferencial interessante do projeto é o cockpit autoesgotante, com dois drenos com condução de água diretamente pra fora do casco, dispensando o trabalho excessivo das bombas de porão. Sem contar que o casco não afunda (mesmo que colida com uma pedra), porque tem 2 metros cúbicos de espuma de poliuretano injetada dentro, o que representa segurança total nas saídas para o mar.
Como o modelo foi concebido tendo como público-alvo o pescador que deseja incluir a família no programa, a Victory 310 Ride vale-se de um truque inteligente para agradar os passageiros durante os passeios: a versatilidade dos sofás de popa.
São dois bancos (quase duplos) com encostos reversíveis, que podem estar voltados ora para o cockpit (facilitando a convivência a bordo) ora para a popa, posição conveniente na hora das pescarias ou dos mergulhos. E ainda há a possibilidade de convertê-los em solários. Quer maior prova da polivalência desta lancha?
A Victory 310 Ride também é muita prática. No centro da plataforma de popa há um compartimento que dá acesso ao porão, onde ficam os registros de água salgada e do toalete, as conexões do motor e das bombas de porão, facilitando a verificação e a manutenção.
Já pelas duas laterais distribuem-se caixas que podem ser usadas para guardar um pouco de tudo: âncora reserva, nadadeiras, máscaras de mergulho e tralhas de pesca. Detalhe: nenhum cabo da parte elétrica dos motores fica à mostra ou obstrui a circulação das pessoas pela plataforma de popa. Por sua vez, a escada de acesso e retorno do mar fica embutida e tem apoio para as mãos.
Uma “porta guilhotina” pode ser colocada entre o cockpit e plataforma, impedindo a passagem de crianças pequenas e animais de estimação. Na praça de popa, embaixo dos bancos (um em cada bordo) existem dois paióis que podem ser utilizados para guardar as tralhas, material de limpeza, etc. No centro do cockpit, uma base foi reservada para acomodação de uma mesa.
Ao lado dos bancos, nos dois bordos, há porta-copos duplos, além de um chuveirinho (a boreste) de água doce com cinco metros de mangueira, o que significa que a água pode ser levada até a plataforma de popa. A bombordo pode ser instalado um chuveiro de água salgada (item opcional).
Os oito porta-caniços (dois nas amuradas e seis na estrutura do hard-top) são itens de série, assim como as três geleiras, com capacidade total de 200 litros e tampo de madeira cedro maciça — um mimo para agradar a família. Para proteger o cockpit do sol forte e das intempéries, há um sistema de proteção stobag, que no modelo testado era manual, mas que pode ser de acionamento elétrico.
O acesso à proa é feito por corredores laterais, com pega-mãos no hard-top. Lá na frente, como não poderia faltar em uma lancha de passeio (como a Victory 310 Ride também), há um grande solário, um dos acessórios mais desejados e valorizados pelos brasileiros.
A gaiuta, bem grande, pode ser fechada com uma tampa acolchoada, que se integra ao solário, que, por sua vez, tem ótimos pega-mãos nas laterais — deu aquela balançadinha, você tem onde se segurar. O guarda-mancebo é alto, e portanto seguro, desde o bico de proa até depois da meia-nau. Além disso, salta para fora do barco, liberando espaço na passagem.
No posto de comando, embaixo do painel de instrumentos (que se eleva) há um ótimo porta-luvas, com espaço para guardar todos os objetos pessoais. O piloto dispõe de um banco duplo (a boreste) e o acompanhante, de uma poltrona simples (a bombordo), ambos retráteis. O painel tem uma posição excelente, que impede o ofuscamento da visão do piloto pelos reflexos do sol.
Nas botoeiras, a etiquetação está bem clara. Porém, Além disso, as botoeiras do lado direito do piloto poderiam ficar mais bem posicionadas, e não tão atrás do volante. Merecem elogios também a posição do rádio VHF (excelente, muito fácil de operar) e do comando dos flaps. O eletrônico tem uma tela de sete polegadas apenas; caberia uma maior, de nove ou até 12 polegadas.
O extintor está bem colocado, com fácil acesso, próximo ao piloto, assim como a boia circular. Ao lado dos bancos, há quatro porta-copos, todos de aço escovado, mais um mimo para agradar nos passeios. Mas, como nada é perfeito, o tanque de água doce tem capacidade de apenas 100 litros. Para uma lancha que também é de lazer, um tanque com capacidade de 150 litros cairia melhor, como mínimo desejável.
A capota T-top, com teto rígido e dois metros de altura, é item de série. Além de sua função natural, de proteção contra o sol e o vento, ela faz as vezes de um verdadeiro rack, em que se pode levar uma prancha de surf, uma prancha de SUP, uma esteira ou até um caiaque pequeno. Opcionalmente, é possível fechar toda a área do posto de comando, protegendo da chuva tanto o piloto como o acompanhante.
O acesso à cabine é feito por uma porta bem dimensionada para o tamanho do barco. Lá dentro, há uma cama em V na proa, reversível em dois sofás com mesa de jantar retrátil no centro. O ambiente é iluminado por uma gaiuta na proa, várias vigias e por luzes de led. O banheiro, com 1,75 metro de altura, tem vaso que pode ser elétrico, chuveirinho, pia, armário de madeira e lixeira.
Há ainda um camarote aberto à meia-nau com a opção de uma cama de solteiro mais um depósito (versão express) ou apenas uma grande cama (para até três pessoas) ocupando toda a boca do barco, que é de 2,96 m (versão cabin). Ao lado das camas há tomadas USBs. A cozinha (a bombordo) tem micro-ondas, frigobar e fogão (itens opcionais), além de armário, geleira e gaveteiro (itens de série).
Navegação
Mas, se agrada em cheio quando examinada em cada detalhe da construção, será que a Victory 310 Ride mantém a pontuação alta quando está navegando? Fomos conferir, claro, numa saída na Praia dos Maciéis, em Angra dos Reis.
A Ride é uma linha de barcos de uso misto da Victory Yachts (bons de pesca e de passeio) construídos quase 100% pelo processo de infusão a vácuo — as únicas partes que não seguem essa técnica são as geleiras e as caixas de peixe, sem função estrutural. Isso resulta em leveza e resistência na medida certa.
Aqui, vale um parênteses: barcos pesados sobrecarregam o motor, porque precisam de mais combustível e potência para navegar, resultando em menos milhas e mais consumo de combustível; por outro lado, cascos muito leves exigem malabarismos do estaleiro para torná-lo equilibrado e podem bater mais na ondulação picada.
O conceito do equilíbrio, do governo, é uma parte delicadíssima em qualquer barco. No caso da Victory 310 Ride, por conta do sistema de infusão ter sido pensado desde a planilha inicial, o casco já nasceu superequilibrado. Vazio, pesa entre 2,5 e 2,7 toneladas. Sendo assim, no teste de NÁUTICA, era de se esperar um grande desempenho desse casco. E a Victory 310 Ride correspondeu plenamente ao imaginado.
Equipada com dois motores de popa Mercury com comando eletrônico, de 225 hp cada, num dia de poucos ventos, na faixa entre 6 e 7 nós, a lancha mostrou fôlego de sobra. Para se ter uma ideia, planou com 10,5 nós, a 2000 rpm. Além disso, na melhor passagem, a velocidade de cruzeiro superou a casa dos 40 nós, atingindo mais de 44 de máxima.
Então é um barco com uma pegada bem esportiva, com um casco muito navegador, de águas abertas. No teste de aceleração, uma marca surpreendente: a Victory 310 Ride foi da marcha lenta aos 20 nós em menos de 5 segundos!
A bordo havia duas pessoas, 90 litros de água e aproximadamente 295 litros de combustível. O tanque, de 570 litros, garante uma autonomia de navegação muito boa, mais de 223 milhas náuticas em cruzeiro econômico, em velozes 36,2 nós.
É impressionante o equilíbrio e a maciez do leme. A gente manobra com muita facilidade, embora — como todo barco com parelha de popa — nas curvas mais fechadas, no final do raio, a direção hidráulica pese bastante.
Se você busca um casco de navegação confiável, o barco é este. O modelo testado, repita-se, estava equipado com dois motores de 225 hp, que mostraram potência de sobra. Com dois motores de 150 hp, certamente a Victory 310 Ride andará bem, mas vai faltar “pulmão” quando mais carregada; com um par de 300 hp, ficará absurdamente bem dotada.
Saiba tudo sobre a Victory 310 Ride
Pontos altos
Casco cortador de ondas;
Bom espaço no cockpit;
A qualidade da construção;
Pontos baixos
Direção fica pesada em curvas muito fechadas;
Botoeira auxiliar no painel fica atrás do volante;
Tanque de água tem apenas 100 litros;
Características técnicas
Comprimento: 9,60 m;
Boca: 2,96 m;
Calado com propulsão: 0,60 m;
Peso sem motor: 1.600kg;
Motorização de popa: 2 x 150 hp a 2 x 300 hp;
Tanque de combustível: 570 litros;
Tanque de água: 100 litros;
Capacidade (dia): 12 pessoas;
Capacidade (noite): 4 pessoas;
Altura máxima da cabine: 1,87m;
Altura do banheiro: 1,75m.
Consultor técnico: Guilherme Kodja Edição de texto: Gilberto Ungaretti Edição de vídeo: Gustavo Ferraz Fotos: Victor Santos e Divulgação
Um lugar que raramente recebe visitantes, inabitado por humanos e que chama a atenção pelo tamanho de suas construções. Estamos falando de uma inusitada cidade submersa, que foi construída há 58 anos e está localizada na Riviera Francesa, perto de Cap d’ Antibes.
Sua peculiaridade começa pelo tamanho de seus edifícios, já que o seu mais alto mede apenas um metro de altura. Isso se dá pelo motivo da cidade em miniatura ter sido construída para um filme — embora este cenário nunca tenha sido utilizado e ficou abandonado por 40 anos.
A cidade submersa está a 30 metros de profundidade no oceano, e conta com cabeleireiro, supermercado, anfiteatro, praça — e acredite — , até escritório de advogado. Localizado na região de La Fourmigue, o que sobrou desta construção francesa subaquática ocupa 1.000m².
Ela foi construída há 58 anos, erguida em apenas dois anos por cineastas ao lado de um pequeno farol na costa francesa. Na época, a finalidade da construção era servir de cenário para o musical L’Enfant et la Sirène (A Criança e a Sereia), dirigido por Sylver Néjad Atzamba.
As filmagens do longa começaram em 1965, mas as evidentes dificuldades de gravar no fundo do mar complicaram a continuidade do projeto, que teve de ser encerrado. Como solução, os diretores optaram por um estúdio de animação em Paris, mas as gravações nunca viram a luz do dia.
Desde então, a cidade submersa ficou abandonada nas profundezas do mar, praticamente inabitada por humanos durante longos anos. Entretanto, atualmente o local não é mais negligenciado como nos últimos tempos — principalmente após seu esquecimento.
Em 2007, a cidade costeira vizinha, Vallauris Golfe-Juan, finalmente recebeu a permissão para elaborar um projeto de renovação da cidade, que teria a restauração de algumas estruturas degradadas. Inclusive, não é descartado a possibilidade de adicionar alguns novos edifícios.
Enquanto isso, os únicos visitantes desta cidade submersa, na França, seguem sendo apenas cardumes de peixes e mergulhadores curiosos.
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
A Marinha do Brasildivulgou, nesta segunda-feira (2), uma atualização nas Normas da Autoridade Marítima (NORMAM). Entre as mudanças, duas delas afetam, principalmente, a vida náutica de esporte e lazer.
A antiga Normam 03 ganha um novo número: 211. A Normam 34 — especifica para motos aquáticas — , passou pelo mesmo processo e agora passa a ser a Normam 212.
As duas novas normas estão disponíveis para consulta no site oficial da Marinha do Brasil, através da Diretoria de Portos e Costas. Por lá, é possível acessar e baixar o documento, assim como conferir essas e outras possíveis mudanças nas normas.
As Normas da Autoridade Marítima são um conjunto de leis, decretos e convenções relacionados às competências legais da Autoridade Marítima, destacando-se as atividades nas áreas da segurança da navegação e salvaguarda da vida humana.
Não é novidade que o descaso do ser humano para com o meio ambiente tem, cada vez mais, prejudicado a vida dos animaisna Terra. Para ajudar a entender a dimensão do problema, a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) listou cinco animais marinhos como ameaçados de extinção.
Segundo a Fundación Aquae — organização não-governamental sediada na Espanhaque se dedica à proteção do meio ambiente — , as três principais causas da lista que vem a seguir são: poluição do meio ambiente, pesca excessiva e a destruição de habitats naturais dos animais.
5 animais marinhos ameaçados de extinção
Foca-monge-do-havaí
A foca-monge-do-havaí, cientificamente conhecida como Neomonachus schauinslandi, é encontrada ao longo da costa do Havaí, nos EUA. Segundo o último levantamento divulgado pela IUCN, em 2014, há aproximadamente 632 animais da espécie, cujo estado de conservação está em constante mudança.
Estes mamíferos habitam áreas de pouca profundidade, e sofrem ameaças vindas da pesca, doenças — trazidas por espécies invasoras — , poluição e interferência humana em seu habitat natural, principalmente devido ao turismo.
Cavalo-marinho Hippocampus whitei
O Cavalo-marinho Hippocampus whitei vive na costa de New South Wales, na Austrália, e é protegido por lei. A espécie ameaçada se alimenta de pequenos crustáceos e vive, geralmente, nas macroalgas, coraise esponjas marinhas que se encontram a uma profundidade de apenas 12 metros.
Segundo a IUCN, o animal é uma espécie ovovivípara (que nasce de ovos retidos no corpo do animal) e se reproduz, geralmente, entre outubro e abril de cada ano — sendo que as fêmeas depositam os ovos na bolsa incubadora dos machos e eles carregam os filhotes até o momento do nascimento.
Ainda segundo a instituição, o cavalo-marinho tem sua espécie ameaçada devido à invasão humana em seus lares naturais, ao turismo, à águacontaminada e aos resíduos agrícolas despejados no mar.
Baleia-azul
Muito conhecida no mundo inteiro e uma referência quando o assunto é oceano, a baleia-azul não foge da lista de animais marinhos ameaçados, mesmo abrangendo uma área de habitat que se estende por todos os oceanos do mundo.
Segundo a Fundación Aquae, o animal é, ainda, o maior cetáceo que existe e está entre os maiores animais que já habitaram a Terra. O mamífero da ordem Cetartiodactyla pode atingir 30 metros de comprimento e pesar um total de 150 toneladas.
No entanto, de acordo com dados registrados em 2018, apesar de estar na lista de animais ameaçados de extinção, a espécie apresenta uma tendência de crescimento populacional. Ainda assim, atualmente, o número estimado de indivíduos dessa espécie está entre 5 e 15 mil, com expectativa de vida de cerca de 30,8 anos.
As principais ameaças sofridas pelas baleias-azuis são a caça ilegal e a presença de atividades humanas em seu habitat natural. Como exemplo, a IUCN cita que os animais da espécie foram vistos colidindo com barcose sofrendo ferimentos e traumas em um local próximo ao Sri Lanka, na Ásia.
Raia-diabo
Desde novembro de 2018, a raia-diabo, também conhecida como arraia-diabo ou manta-diabo (Mobula mobular), está categorizada como uma espécie em risco de extinção. O peixecartilaginoso é natural dos oceanos Pacífico, Atlântico, Índico e do Mar Mediterrâneo e sofre, principalmente, com a pesca não intencional — as redes de pesca lançadas ao mar não as têm como alvo, mas são capturadas “sem querer”.
A população dessas raias está diminuindo, e, atualmente, não existem estimativas globais atualizadas sobre a sua presença, de acordo com a IUCN. As raias-diabo têm uma esperança de vida de quase 13 anos e habitam profundidades em torno de 50 metros.
Essa espécie realiza migrações em larga escala, cobrindo até 1.800 milhas diárias a velocidades mínimas de 63 milhas por hora, provavelmente em resposta a mudanças sazonais na disponibilidade de presas. – afirma a IUCN
Atum-rabilho-do-sul
Por fim, o último animal da lista é o atum-rabilho do sul. O animal tem como principal ameaça a pesca excessiva. Até o início da década de 1980, a comercialização mais comum do animal — altamente valorizado — , era o enlatamento, sendo o Japão o principal mercado para esse tipo de alimento.
Essa espécie habita profundidades de quase mil metros no mar e pode ser encontrada em águas próximas da Argentina, Brasil, Uruguai, Madagascar, Indonésia, África do Sul e Austrália.
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