Num país luxuoso como Mônaco, não é qualquer carro andando pela rua que vai chamar atenção. Pensando nisso, o influenciador Tom Claeren planejou uma maneira de atrair os holofotes antes, durante e depois do Grande Prêmio da Fórmula 1: estacionar uma Bugatti Chiron na popa de um superiate.
Com essa peripécia, seu objetivo foi alcançado. Afinal, para atrair olhares dos ricaços da pequena cidade-estado na Riviera Francesa, precisa ser algo além do extravagante — ainda mais com os principais pilotos do mundo no mesmo território. Mesmo com a corrida a todo vapor, a ação de Tom Claren teve seu brilho.
Essa campanha foi fruto de uma parceira do influencer com a Libertex Europe Official e a Bousten Classic Cars. O superiate que abrigou a Bugatti em Mônaco se chama Seven Sins, com 52 metros de comprimento (170 pés) e tem valor estimado de US$ 25 milhões (cerca de R$ 129 milhões em conversão realizada em maio de 2024).
Mesmo não sendo o maior nem o mais luxuoso barco que já navegou pelas águas de Mônaco, Tom Claeren também colocou o Seven Sins no radar dos milionários. Mas fazer com que um automóvel supercaro fique na popa de um superiate não é fácil, e Tom documentou isso em suas redes sociais.
Uma grande equipe de profissionais trabalhou para içar o Bugatti Chiron, com a ajuda de um guindaste que, cuidadosamente, colocou o veículo na popa. Como é possível reparar nas fotos, uma estrutura especial teve que ser construída para apoiar o carro na embarcação.
Claro que não foi apenas a Bugatti que trouxe os holofotes. A premiada Seven Sins — lançada em 2017 — , com seus 170 pés, também atraiu olhares interessados dos milionários de Mônaco. Este “brinquedo” pertence ao belga Hugo Verlinden, que certamente arrancou alguns trocados de Clearen no aluguel.
O proprietário da Seven Sins tem o barco como uso pessoal dele e de sua família, e o oferece para aluguel no restante do tempo. Logo, os preços para locação são a partir de 300 mil euros (cerca de R$ 1,6 milhão) na baixa temporada e 315 mil euros (aproximadamente R$ 1,8 milhão) na alta.
Mas quem alugar o superiate não pode reclamar de espaço. Com um lindo beach club “escondido” sob a piscina, os convidados terão garantia de muito conforto e lazer. Além disso, a Seven Sins conta com cinco cabines, que incluem uma suíte máster no convés principal, outra VIP, e duas duplas.
Se a beleza do barco chamou atenção até dos olhares acostumados de Mônaco, foi graças a Officina Italiana, que cuidou do design exterior e interior da embarcação. Com acomodação a bordo para até 10 convidados, o Seven Sins é movido por dois motores diesel de 2 mil hp e tem velocidade máxima de 17 nós.
Uma combinação perfeita
Poucas coisas dialogam tão bem como Fórmula 1, superiates e Mônaco. Durante oito décadas, o Grande Prêmio agita a orla marítima e o porto da cidade-estado, que oferecem uma das melhores vistas para a corrida. E como não falta dinheiro por lá, os entusiastas largam as arquibancadas para assistir tudo de seus iates.
E seja quem for o milionário — quiçá bilionário — que viu do conforto do seu iate o monegasco Charles Leclerc vencer a corrida, há uma outra competição entre o mundo dos ricaços em Mônaco: ver quem tem o maior barco com as festas mais glamurosas durante o fim da semana do Grande Prêmio.
Quem está por trás?
Vale destacar que o nome por trás dessa façanha atende por Tom Claeren. Ele é modelo, ator e influenciador conhecido pelo estilo de vida luxuoso e extravagante. O influencer apresenta produtos de luxo, veículos e experiências de viagem por meio de foto e vídeos, postados nas suas redes sociais.
Logo, Claeren é especialista em marketing digital e também um experiente cineasta e editor de vídeo. Talvez venha daí os recursos utilizados nos conteúdos promocionais, que lhe rendeu quase 800 mil seguidores nas redes sociais — quase 20 vezes mais do que a população de Mônaco.
Inclusive, essa não é a primeira vez que Claeren realiza algo do tipo. No 80º Grande Prêmio de Mônaco, em 2023, vencido pelo holândes Max Verstappen, o influenciador realizou outra parceria para exibir uma Ferrari F40 na popa do superiate Quinta Essentia, de 55 metros (180 pés).
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
Pesquisadores identificaram que um iceberg gigante se formou na Antártida, após desprender-se da plataforma de gelo Brunt. O bloco de gelo, que receberá o nome A-83, tem 380 km² de área — maior do que a cidade de Las Vegas, nos Estados Unidos, com 352 km².
A separação do iceberg gigante aconteceu em 20 de maio, apenas algumas semanas após cientistas perceberem a formação de uma rachadura em um pedaço da Halloween Crack, uma enorme fenda descoberta em 2016, localizada na ponta mais precária da plataforma de geloBrunt. Veja abaixo a filmagem que sobrevoa a fenda:
Esta é a terceira vez que a plataforma perde um grande pedaço nos últimos quatro anos. O primeiro iceberg, o A-74, um pouco menor, se desprendeu em 2021; já o segundo, o A-81, se formou no ano passado, com impressionantes 1.550 km² — maior que o tamanho da cidade de São Paulo.
Para efeitos de comparação, o maior iceberg do mundo, o A23a, tem quase 4.000 km² de área e se soltou da costa da Antártida em 1986. A expectativa é de que, eventualmente, desapareça com a perda de pedaços de gelo.
Formação do iceberg não tem a ver com mudanças climáticas
Apesar do aquecimento globalimpactar significativamente a Antártida, o iceberg gigante que se formou decorreu de um processo natural. Isso, no entanto, não significa a ausência de impactos ambientais.
A separação tabular de icebergs faz parte do comportamento natural das plataformas de gelo, mas muitas vezes causa grandes mudanças na geometria das plataformas de gelo e pode impactar a circulação oceânica local-Oliver Marsh, em comunicado da British Antarctic Survey
Embora as reduções nas plataformas de gelo sejam parte de um fenômeno natural — que acontece quando os icebergs se soltam — cientistasestão preocupados com o fato de três grandes desprendimentos terem acontecido na Brunt nos últimos anos.
Ainda assim, os estudiosos garantem que a plataforma — uma das mais estudadas no mundo — pode fornecer importantes dados que ajudem a explicar esse processo e a prever a evolução desses corpos de gelo.
No mundo bilionário dos megaiates, há um novo integrante que veio para entrar na lista das maiores embarcações do planeta. Estamos falando do Project Tanzanite, feito pelo estaleiro holandês Amels Yachting, que terá incríveis 120 metros de comprimento (394 pés).
O dono misterioso desta gigante embarcação certamente queria que seu novo queridinho entrasse no mesmo patamar que o Koru, o maior veleiro do mundo, com 127 metros (416 pés). Quando entregue, o Tanzanite será um dos 72 barcos com mais de 328 pés a navegar nos mares.
O projeto está em fase de conclusão e tem previsão de entrega para 2025. O megaiate de 120 metros, assim que conhecer às águas, se tornará o carro-chefe da Amels e um dos maiores já feitos na Holanda — mas ainda atrás do Koru.
Enquanto este gigante não é lançado oficialmente, nos custa apreciar as projeções feitas pela construtora. O Project Tanzanite promete ser uma maravilhosa embarcação de lazer, projetada numa ambientação sofisticada e com impacto ambiental reduzido.
Com cinco deques, o enorme salão é feito em madeira e mármore e conta com obras de arte clássicas nas paredes. A Zuretti Design ficou responsável pelo design interior, enquanto a arquitetura naval é obra da Damen Yachting e o design exterior pertence a Espen Øspion.
Um dos maiores do mundo
Descrito como uma construção totalmente personalizada, o megaiate de 120 metros conta com grandes janelas, que tornam o ambiente mais arejado e íntimo do mar.
O espaço interior conta tons neutros suaves, que geram um ambiente de calmaria. Mas um lugar calmo não isenta os detalhes luxuosos, como os acabamentos de mármore e elevador de vidro. O megaiate ainda é composto por dois helipontos e duas piscinas — uma maior no convés principal e uma pequena no flybridge.
O Tanzanite terá capacidade para até 22 convidados e 44 tripulantes. Segundo o estaleiro, a redução na emissão de carbono é relativa ao tamanho da embarcação, e promete que o barco operará nos níveis mais baixos de ruído e vibrações possíveis — para algo deste magnitude, claro.
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
Um vinhode R$ 5 mil, envelhecido por 12 meses no fundo do mar, se tornou prêmio da rifa criada por duas adegas brasileiras para ajudar as vítimas das enchentes históricas no Rio Grande do Sul (RS).
A ideia partiu da Vinícola Fama, localizada em São Joaquim (SC) e dona do Sauvignon Blanc, e da Videiras Carraro, de Bento Gonçalves (RS), responsável pelo espumanteque também faz parte da premiação.
Tanto o vinho quanto o espumante foram envelhecidos juntos no fundo do mar, a uma profundidade de 12 metros. Durante o processo, as garrafas são trancadas em uma gaiola de aço, posicionada com o auxílio de um barco. Ela retorna à superfície a cada 60 dias, para que as bebidas passem por análises laboratoriais que acompanham o processo de maturação.
Como funciona a rifa de vinho para ajudar o RS
Cada bilhete custa R$ 10 e pode ser adquirido até o final de maio, na quantidade que os interessados desejarem, pelo site da Rifei. O pagamento é feito por Pix.
No dia 1º de junho, duas pessoas serão sorteadas. A primeira levará para casa o vinho branco de R$ 5 mil, um Sauvignon Blanc da Vinícola Fama. A garrafaserá entregue com os corais, algas e conchas que se agarraram à embalagem durante o envelhecimento, seguindo a proposta visual da adega. Já o segundo sortudo ficará com o espumante da Videiras Carraro.
No dia 18 de maio, os perfis das empresas publicaram nas redes sociais um vídeo agradecendo a participação do público, que permitiu, até aquele dia, a arrecadação de R$ 100 mil. Todo o dinheiro será utilizado para ajuda humanitária e, segundo as adegas, haverá a prestação de contas posteriormente.
Quando as baleias começam a sair da Antárticae procuram as águas quentinhas do Brasilpara se reproduzirem, é sinal de que está oficialmente aberta a temporada desses mamíferos em território brasileiro. Alguns estados se destacam por receber um grande número delas, bem como apresentam projetos incríveis para avistá-las de maneira saudável. Por aqui, você ficará por dentro de três dos principais deles.
Dá para se dizer que muitas das baleias que passam pelo Brasil são, inclusive, brasileiras, uma vez que os animais se alimentam na Antártica e têm os seus filhotes em território nacional, em um período que vai de junho a novembro.
A viagem de lá para cá, inclusive, não é moleza, e as baleias levam cerca de dois meses para percorrerem os 4.500 km que separam as geladas águas antárticas do território tropical “quentinho”.
É nesse momento que os inesquecíveis encontros entre baleias e humanos acontecem — e tem acontecido cada vez mais.
Em 2022, um monitoramento aéreo feito pelo Instituto Baleia Jubarte confirmou a recuperação da população brasileira de jubartes(Megaptera novaeangliae), estimada em 25 mil animais— número próximo ao de 200 anos atrás (27 mil a 30 mil baleias), que havia sofrido uma brusca queda devido à caça ilegal.
Sendo assim, tem sido comum avistar no litoral brasileiro duas das principais espécies que navegam por aqui: as baleias-jubarte e as baleias-franca (Balaenidae) — esta última, principalmente no Sul do país.
É preciso saber, contudo, que existem regras e boas maneiras para se aproximar do animal sem estressá-lo. Por isso, NÁUTICA separou uma série de dicas para que você consiga ver uma baleia de perto ainda em 2024.
Projetos para o avistamento de baleias no Brasil
Em 2001, a quantidade de baleias-jubarte no litoral brasileiro era de 1,5 mil. Em 2022, esse número já tinha subido para 25 mil animais — depois que a caça foi proibida por lei federal, em 1986. Com esse crescimento, fica mais fácil de encontrar as jubartes pela costa do país, mas, ainda assim, vem a pergunta: por onde começar?
Alguns estados se sobressaem aos outros quando o assunto é o avistamento de baleias. Os principais são: Bahia, Espírito Santo, São Paulo e Santa Catarina. Em cada um deles há vários projetos voltados aos mamíferos, que levam turistaspara vê-los de pertinho por meio de operadoras de turismo confiáveis, que seguem as Normas de Avistagem no Brasil.
Projeto Baleia Jubarte
Presente no Espírito Santo e na Bahia — mas com braços também em São Paulo –, o Projeto Baleia Jubarte nasceu em 1988 e é administrado pelo Instituto Baleia Jubarte e patrocinado pela Petrobras desde 1996. A iniciativa trabalha em três frentes: pesquisa, educação e políticas para a conservação, para assegurar a recuperação plena da espécie.
A iniciativa parte do princípio de que o Turismo de Observação de Baleias e Golfinhos, mais conhecido internacionalmente como whale watching, “é praticado em mais de 100 países e territórios” e que “se praticado de forma sustentável, seguindo as normas legais, não impacta nem os indivíduos nem as populações das baleias-alvo”, além de gerar empregos diretos e indiretos.
Por isso, o Projeto Baleia Jubarte conta com uma lista de operadoras parceiras que seguem as Normas de Avistagem no Brasil. Entre elas estão empresas qualificadas nos estados de São Paulo (São Sebastião e Ilhabela), Bahia (Praia do Forte, Salvador, Itacaré, Porto Seguro, Cumuruxatiba, Prado e Caravelas) e Espírito Santo (Vitória).
O Projeto Baleia Jubarte, inclusive, publicou um guia sobre a observação de baleias-jubarte no Brasil, para suprir quem mais deseja vê-las — seja no ramo empresarial, turístico ou público — com informações essenciais para manter o animal seguro.
Amigos da Jubarte
Nascido em 2014, o Projeto Amigos da Jubarte, do Espírito Santo, é uma iniciativa multiplataforma de conservação da espécie. Antes de sua existência, a população capixaba pouco sabia sobre o animal, tampouco imaginava que a baleia navegava pelas águas de seu litoral.
Com pesquisas científicas, atividades culturais, educação ambiental, sensibilização, capacitações e ações de fomento ao desenvolvimento turístico regional, o Amigos da Jubarte levou a espécie ao conhecimento dos moradores do Espírito Santo. Agora, a população local tem a baleia não só como símbolo capixaba, mas também como uma das diretrizes para o turismo pelo Governo Estadual.
Antes do início da temporada do animal no Brasil, o Amigos da Jubarte realiza um curso de capacitação técnica para profissionais marítimos e operadoras de turismo sobre a observação de baleias em Vitória (ES). Em 2017, a iniciativa criou o site “Quero ver Baleia”, que facilita o contato entre o público e agências de turismo capacitadas e certificadas pelo projeto.
Projeto Franca Austral | ProFranca
O Projeto Franca Austral atua nos âmbitos de conservação, pesquisa, responsabilidade socioambiental e de políticas públicas para a conservação da baleia-franca. Esta é a única espécie ainda ameaçada de extinção que se reproduz na costa brasileira e costuma frequentar o litoral sul do país.
O objetivo do ProFranca é conservar a baleia-franca-austral “tanto através da continuidade de pesquisas realizadas a longo prazo, como pela execução de metodologias inovadoras aplicadas para descobertas de novas informações biológicas sobre a espécie”.
A entidade possui um centro de visitações com informações atualizadas sobre o animal: o Centro Nacional de Conservação da Baleia Franca, em Imbituba, Santa Catarina — cidade também conhecida como capital nacional da baleia-franca.
Por lá, é possível avistar a espécie com o uso de binóculos, na beira da praia de Itapirubá. O local funciona de terça a sábado, tem entrada gratuita, visitação guiada por especialistas e loja de souvenires.
O Projeto Franca Austral é realizado pelo Instituto Australis e conta com patrocínio Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Regras na hora de avistar baleias no Brasil
Antes de mais nada, é importante ressaltar que a atividade de Turismo de Observação de Baleias em águas brasileiras é normatizada pela Lei Federal 7.643 de 1988, que proíbe o molestamento intencional de qualquer espécie de cetáceo, e pela Portaria IBAMA 117 de 1996, que define normas específicas para a atividade. Portanto, as embarcaçõessão proibidas de:
Aproximar-se de qualquer espécie de baleia com o motorligado a menos de 100 m de distância do animal mais próximo;
Religar o motor antes de avistar claramente as baleias na superfícieou a uma distância de no mínimo 50 m da embarcação;
Perseguir, com motor ligado, qualquer baleia por mais de 30 m, ainda que respeitadas as distâncias estipuladas acima;
Interromper o curso de deslocamento de cetáceo de qualquer espécie, dividindo-os ou dispersando-os;
Penetrar intencionalmente em grupos de cetáceos de qualquer espécie, dividindo-os ou dispersando-os.
Produzir ruídos excessivos, tais como música, percussão de qualquer tipo ou outros, além daqueles gerados pela operação normal da embarcação, a menos de 500 m de qualquer cetáceo;
Despejar qualquer tipo de detrito, substância ou material a menos de 500 m de qualquer cetáceo;
É proibida a prática de mergulhoou natação, com ou sem o auxílio de equipamentos, a uma distância inferior a 50 m de baleia de qualquer espécie.
Vale destacar que as baleias chegam ao Brasil em um período sensível, em ciclo de reprodução — o que fazem das regras ainda mais essenciais para um avistamento saudável.
Na misteriosa cidade perdida de Nan Madol, erguida na ilha artificial de Pohnpei, sobraram apenas as ruínas do que um dia foi palco de uma dinastia. Entretanto, mesmo com mais de 100 anos de descoberta, nem moradores e cientistas sabem dizer como tudo isso foi construído pelo homem.
A cidade perdida está localizada em Paliquir, capital da Micronésia. No meio do Oceano Pacífico, Nan Madol está a 2,5 mil km de distância da Austrália e a 4 mil km dos Estados Unidos. Porém, levando em conta a época em que foi construída, ainda há muito mistério — e lendas — sobre o local.
Não há consenso sobre como Nan Madol foi construída, tampouco o porquê de estar localizada no meio do oceano. Dada a tecnologia e recursos entre os anos de 1200 e 1700 — tempo esse em que a cidade prosperou — , os cientistas não conseguem cravar como um arquipélago artificial foi erguido há tanto tempo.
Afinal, para essa cidade ser erguida, os povos antigos precisariam construir enormes blocos de basalto sobre um recife de corais, ao sudeste de Pohnpei. Por mais que seja a alternativa mais lógica, ainda segue um mistério como eles conseguiriam fazer isso há mais de 800 anos. Até porque esses povos teriam que locomover centenas de blocos gigantescos de pedra basáltica — que chega a pesar 50 toneladas — até o meio do mar.
Teorias e lendas da cidade perdida
Para dificultar ainda mais o trabalho dos historiadores e arqueólogos, o antigo povo de Nan Madol não deixou runa — antiga língua germânica — ou inscrição na ilha artificial. Nem mesmo nos grandes palacetes de 8 metros há alguma pista sobre a origem dessa ilha.
E, como sempre, na falta de respostas concretas, começam as lendas. Segundo os locais, Nan Madol possui túneis submersos, que guardam riquezas e artefatos antigos. Fato é que esse mito nunca foi comprovado efetivamente, por mais que atraia diversos pesquisadores para tirar a dúvida.
Alguns moradores têm uma explicação muito simples de como este local foi construído: magia! Inclusive, essa hipótese é muito popular entre os locais, junto com a teoria que o lugar é amaldiçoado.
Tamanha ficção inspirou o escritor H.P. Lovecraft a criar a cidade fictícia de R’lyeh, que serve como um lar de criaturas místicas no conto O Chamado do Cthulhu. Por outro lado, os cientistas acreditam que o basalto chegou via jangadas, do outro lado da Micronésia. Mas essa teoria também não é confirmada cientificamente.
O que se sabe sobre a cidade perdida?
Embora a maneira que ela foi construída seja um mistério, seu histórico está bem documentado. Como já mencionado, Nan Madol prosperou entre os anos de 1200 e 1700, sendo uma cidade muito importante na atual região da Micronésia.
Além de abrigar líderes políticos e religiosos, a cidade foi dominada por estrangeiros que impuseram a opressora dinastia Saudeleur por mais de 500 anos — que só veio a ter um fim em 1600, com a chegada do grupo Isokelekel. E, por incrível que pareça, Nan Madol seguiu intacta durante todo este processo.
Construída com enormes blocos de basalto sobre um recife de corais, localizado no sudeste de Pohnpei, a ilha artificial é formada por várias ilhotas em formas geométricas. Cada uma delas era dedicada para uma atividade, como construção de canoas, casa de banho e templo real Nandauwas, por exemplo.
Inclusive, o templo real de Nandauwas é cercado por uma grande muralha de sete metros de altura e cinco de largura. Altos palacetes foram erguidos e, entre as ilhas e as construções, os canais rasos funcionam como uma espécie de Veneza, em uma versão tropical.
Apesar de tanto mistério e um passado com muita opressão, a história da cidade perdida de Nan Madol ainda é muito rica. Não à toa, foi considerada uma das maravilhas do mundo antigo e consagrada como Patrimônio Mundial pela Unesco em 2016.
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
O fundo do mar reserva grandes segredos e desperta muita curiosidade, principalmente a respeito dos animaisque lá habitam. Em um momento raro, uma espécie de lula pouco avistada por pesquisadores não só foi registrada, como flagrada em ação: o animal ataca uma câmera com os tentáculos “acesos”, em uma clara tentativa de distrair a “presa” através da bioluminescência.
A espécie de lula-luminescente-de-mar-profundo (Taningia danae) — que pode atingir até 2,3 m de comprimento –, foi filmada “ao norte da passagem de Samoa, no Pacífico Sul, a 1.026 metros de profundidade”, como conta, no vídeo, a pesquisadora Jess Kolbusz, do Centro de Pesquisas de Mar Profundo Minderoo-UWA.
Kolbusz e uma equipe de pesquisadores da Universidade da Austrália Ocidental (UWA) e da Kelpie Geosciences, do Reino Unido, conseguiram capturar o ataque do animalatravés de uma câmera em queda livre, a 60 metros por segundo, que carregava consigo uma isca, responsável por atrair a lula.
De forma ágil, o animal “abraça” o equipamento com seus tentáculos, e chama atenção por, dois deles, estarem com os “faróis acesos” — recurso conhecido como bioluminescência, utilizada pela espécie tanto para confundir suas presas, quanto para atrair lulas fêmeas para acasalamento. A lula some novamente na escuridão quando percebe que não se trata verdadeiramente de um alimento.
A luz emitida pelo animal se dá graças ao fotóforo, um órgão glandular epidérmico que aparece como áreas luminosas em vários animais marinhos e não-marinhos. Além de serem comumente utilizados para atrair presas e parceiros sexuais, também são úteis na comunicação entre animais de mesma espécie. No caso da lula, o órgão tem tamanho semelhante ao de limões, conforme explicam os pesquisadores.
Agora vocês podem ver claramente os grandes fotóforos nas pontas dos seus dois braços que produzem bioluminescência– disse Kolbusz no vídeo
A lula-luminescente-de-mar-profundo vive em um habitat de difícil acesso, o que torna o registro feitos pelos pesquisadores ainda mais especial. “A maior parte do nosso conhecimento sobre esta grande lula vem de encalhes, quando elas são levadas até a costa ou acidentalmente arrastadas”, disse o professor Alan Jamieson, da UWA, à BBC.
Também podemos examinar lulas retiradas do conteúdo estomacal das baleias. Mas tudo isso não nos diz muito sobre a sua existência cotidiana, e é por isso que é incrível vê-las vivas na profundidade exata em que operam– completou o professor à BBC
A incapacidade de ficar de braços cruzados enquanto as notícias sobre a tragédia no Rio Grande do Sul (RS) se multiplicavam foi o que fez Gerard Souza largar o conforto do lar, em Brasília, e se unir à equipe de resgate de animaisna onda de solidariedade que percorre o território gaúcho.
Conhecido por restaurar a lancha Gilda — que pertenceu ao ex-presidente Juscelino Kubitschek e se tornou uma das mais famosas do Brasil — o empresário carioca uniu conhecimentos náuticos à paixão que tem pelos bichos para ajudar a salvar mais de 150 animais afetados pela calamidade. Na lista de socorridos estavam 111 cachorros, 37 gatos, oito cavalos e outros tantos porcos, perus e galinhas.
Eu tenho onze cachorros adotados. Quando vi aqueles vídeos de cães e gatos resgatados, comecei a chorar copiosamente. Até que pensei ‘não vou ficar aqui chorando, vou para lá ajudar’– contou, em entrevista à NÁUTICA
A ideia de Gerard, que é um dos mais antigos concessionários da Sea-Doo no Brasil — com a Villa Náutica –, era comprar um jetespecificamente para a ação. O primeiro passo que deu foi entrar em contato com uma das concessionárias da Sea-Doo de Santa Catarina, a MegaJet. Ao descobrirem seu propósito, no entanto, os donos do local não hesitaram em ceder a moto aquática e uma carreta de forma totalmente gratuita.
O que era para ser cinco dias de voluntariado intenso se transformou em onze. O empresário até chegou a voltar para Brasília, mas não aguentou ficar dois dias em casa quando descobriu que as chuvas voltaram a assolar o estado e provocaram mais vítimas. Novamente, decidiu agir.
Por dentro dos resgates de animais no RS
Gerard foi um dos muitos voluntários a auxiliar na base de resgates montada na Usina do Gasômetro, antigo ponto turístico de Porto Alegre. De lá saíam os barcos que levavam remédios, comidae água para pessoas ilhadas, bem como os destinados ao resgate de animais no RS. A gama de embarcações era tão diversa que ia de jets modernos a canoas de madeira equipadas com motores dos anos 1990.
Como é de se imaginar, socorrer os bichinhos não é tarefa fácil. Para chegar até eles foi necessário quebrar muros, estourar tijolos, desviar de inúmeros obstáculos e andar sobre telhados precários. Dedicação e empenho em não deixar nenhuma vidapara trás eram características fundamentais para o trabalho, já que, se fugissem, os animais corriam o risco de não serem mais encontrados e ficarem, de vez, à própria sorte.
Levei umas quatro ou cinco mordidas, mas até que foi uma boa média para 111 cachorros resgatados. Estavam todos hipotérmicos, há dias sem comer. Era um cenário de guerra. Nunca imaginei aquilo em 56 anos de vida– relembra
Além da experiência em navegar em condições adversas, Gerard dispunha de uma boa máquina consigo, que o ajudou a arrombar portões e passar por cima de troncos e carros submersos. Pelas redes sociais, elogiou o desempenho do Sea-Doo Explorer, jet que considera “indestrutível”.
“É perfeito para resgates. O sistema IDF me salvou umas 30 vezes, porque limpa a turbina quando entram detritos — e detrito era o que mais tinha nessas águas. Reboquei barcos com 20 vezes o peso dele”, afirmou.
Ao lado de dezenas de voluntários naturais de todas as partes do Brasil, o empresário levou o jet para outras cidades. Além de Porto Alegre, atuou em Eldorado do Sul, Vale Verde e Mathias Velho. Por lá, fez amizades embasadas na solidariedade, incluindo com um revendedor da Sea-Doo de Belém, que comprou um jet para ajudar as vítimas do desastre climático.
O cenário desolador que se desvelava a olhos vistos nas cidades ficou marcado em Gerard. Além dos locais submersos, os voluntários precisavam lidar com as vidas que não conseguiram salvar e com a segurança nas cidades. Por conta de brigas entre facções, algumas só eram acessadas com escolta armada.
Em contrapartida, o cuidado e carinho com que os animais eram tratados se mostrou um ponto de esperança. Ao chegarem na parte seca da cidade, recebiam os primeiros cuidados médicos, alimentação, mantas e muito chamego.
Foi difícil não trazer uns 30 [animais] para casa. O que me consolava era o exército de voluntários que os recebia– revela
Durante o tempo que passou nas terras gaúchas, Gerard ficou primeiro na casa de um amigo e depois em um hotel sem funcionários, apenas para descansar. “A gente saia às 7h e voltava às 20h, 21h, só para derrubar o corpo”, conta.
Agora que voltou à tranquilidade do lar, Gerard conta que dá ainda mais valor ao que tem, começando pelo básico do dia a dia. Esse sentimento, somado a tudo o que viu, é o que o faz continuar o trabalho e a fazer um apelo: a ajudanão pode parar. “A gente tem que se solidarizar e doar. Essas pessoas vão precisar de muito tempo de doação para voltar ao mínimo de normalidade”, reforça.
Comunidade náutica unida em solidariedade
Além de muitos voluntários do mundo náutico, como Gerard, muitas iniciativas para levar ajuda ao Rio Grande do Sul surgiram entre as empresas do setor. A Villa Náutica, empreendimento do carioca, receberá doações pelos próximos três meses. “A gente paga o frete e manda para o Rio Grande do Sul”, ele explica. A empresa tem lojas em Brasília, Goiânia e Campinas.
Por sua vez, a NautiSpecial, que desenvolve produtos de limpeza biodegradáveis para barcos, vai doar 20% de todas as vendas realizadas no site para os Velejadores Solidários RS. O estaleiro pernambucano NX Boats colaborou financeiramente com o Instituto Cultural Floresta, que está atuando em várias ações nas enchentes.
A NTC Company, que tem sede no estado gaúcho, enviou plataformas flutuantes para os afetados na tragédia. Já a Kamell doou mercadorias para a manutenção de embarcações que trabalhavam nos resgates.
A Yamahatambém contribuiu com roupas, motores de popa, óleo para os motores e hélices, além de transportar doações de terceiros. Diversas outras companhias do mercado náutico revelaram à reportagem que desenvolveram ações em prol dos gaúchos, mas preferiram não divulgá-las.
Campanha NÁUTICA + CUFA
O Grupo Náutica também entrou na correntee uniu forças com a Central Única das Favelas (CUFA) para unir quem ama navegar com quem mais precisa de um barco nesse momento.
Caso você tenha um barcopequeno, ou conheça alguém que possua um e gostaria de ajudar, entre em contato com a CUFA pelo e-mail [email protected] ou pelo WhatsApp (11) 95958-2933.
Além da ajuda com embarcações, todos podem contribuir de qualquer lugar e com qualquer valor via PIX, através da chave [email protected]. O dinheiro arrecadado pela instituição é destinado a compra de itens essenciais, como mantimentos, água, produtos de higiene e colchões, por exemplo.
O primeiro catamarãdos Estados Unidos movido a hidrogênio está pronto para ganhar as águascom serviço de balsa. Fruto de um trabalho iniciado cinco anos atrás, a Sea Change, embarcação de 70 pés, recebeu o Certificado de Inspeção (COI) da Guarda Costeira do país, documento que autoriza o início das operações.
Capaz de transportar até 75 pessoas, o catamarã a hidrogênio ficará ao longo de seis meses em um serviço público de ferry boat para pedestres na Baía de San Francisco. A previsão é iniciar a operação em junho, após um evento oficial de lançamento. Passado esse período, deverá seguir para outra rota, dessa vez a longo prazo.
A construção da Sea Change começou com a SWITCH Maritime, responsável pelo casco e superestrutura. Depois, a embarcação seguiu para a All American Marine, que instalou células de combustível, tanques de armazenamento de hidrogênio e concluiu os demais pontos necessários.
Como funciona o catamarã a hidrogênio
Para garantir emissão zero, a Sea Change utiliza células de combustível de hidrogênio que alimentam dois motorestotalmente elétricos. A forma com que ela funciona marca mais um passo dentro dos esforços focados em ampliar a descarbonizaçãomarítima.
A promessa é de que o desempenho seja similar ao dos barcosmovidos a diesel, já que o catamarã a hidrogênio consegue atingir velocidade de até 15 nós e percorrer distâncias de até 300 milhas náuticas.
O projeto recebeu importante apoio municipal. O Conselho de Recursos Aéreos da Califórnia, iniciativa do estado que trabalha para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, doou US$ 3 milhões para a construção da Sea Change.
Além disso, o catamarã a hidrogênio obteve a primeira garantia de empréstimo do programa Climate Tech Finance, também da Califórnia, que atua desde 2018 para capacitar novas tecnologias capazes de combater as mudanças climáticas e viabilizar um futuro mais sustentável.
O governo do Rio de Janeiro anunciou a redução significativa da alíquota de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que fabricantes de embarcações de recreio e esporte pagam para comercializar barcos produzidos no estado fluminense.
Considerada mais uma vitória para o setor náutico, a medida altera a alíquota do ICMS para venda de barcos no Estado de 27% para 7%. Publicado na última terça-feira (21) no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, a alteração no imposto já está em vigor.
O decreto — de Nº 49.098/ 2024 — está embasado na lei complementar Nº 160/2017 e no convênio ICMS Nº 190/2017, em adesão ao incentivo fiscal previsto na legislação do estado de São Paulo.
Para alcançar a garantia do incentivo fiscal aos fabricantes, a Acobar(Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e Implementos) desenvolveu um trabalho técnico e político, fruto de discussões que apontam a relevância da indústria náutica para a economia e geração de empregos — visto que cada barco necessita de “oito postos de trabalho, sendo cinco empregos diretos e três indiretos”, ressalta a Associação.
Outro ponto levantado pela Acobar indica que descontos nas tributações beneficiam o estado que os concede, uma vez que gera, por consequência, aumento nas arrecadações.
Ao renunciar uma parte do imposto, o estado permite que as empresas reduzam seus preços e ganhem competitividade– Acobar, em publicação nas redes sociais
No começo de abril, o governo estadual do Paraná, assim como o Rio, reduziu impostos para o setor náutico, com abrangência tanto para indústria de barcoscom fábricas no estado, quanto para as revendas de embarcações que atuam por lá, em mais uma negociação mediada pela Acobar.
A Real 40 Cabriolet, lançada no Rio Boat Show 2023, causou boa impressão logo à primeira vista, por conta do projeto bem-pensado e executado. Para conferir seu desempenho, a equipe de NÁUTICA embarcou na lancha para uma boa navegada pelas águas de Ilhabela. Confira abaixo como foi o teste da Real 40 Cabriolet.
Em atividade desde 1986, o estaleiro Real Powerboats conta com mais de 12 mil barcos na água. Atualmente, de sua sede no Rio de Janeiro saem treze modelos de lanchas, de 22 a 60 pés. Mas Paulo Thadeu, CEO da marca, já apresentou o 3D do projeto da Real 53 Fly, prometido para 2026.
Novidades à parte, é na faixa dos 40 pés que o estaleiro melhor se posiciona. Prova disso é que, desde o lançamento do primeiro modelo, em 2020, mais de 60 embarcações desse tamanho foram entregues — somando-se as vendas dos modelos Fly, HT e Cabriolet, que dividem o mesmo casco e se diferenciam entre si pelo tipo de teto.
Destas, a Real 40 Cabriolet, equipada com capota de lona aberta nas laterais e recolhível na parte da frente — o que resulta em uma generosa circulação de ar pelo cockpit –, leva vantagem sobre as “irmãs”. Somente em 2023 foram 11 unidades vendidas, sendo quatro delas apenas no último trimestre.
A Real 40 Cabriolet tem uma bela targa, boca larga (3,70 metros), proa lançada em V, cinco opções de motorização(diesel ou a gasolina, de centro-rabeta ou pé de galinha, e versão POD prometida para 2024), cockpit dividido em dois ambientes e uma cabine com pernoite para até seis pessoas. Neste último atributo, vale destacar que é uma das cabines mais altas da categoria, com pé-direito de 2,20 metros.
Detalhes, enfim, que credenciavam o modelo a ocupar lugar no topo da pirâmide entre as lanchas de 40 pés. Faltava, porém, saber se as expectativas criadas em torno dela se confirmariam na água e aí que o Teste NÁUTICA da Real 40 Cabriolet entra.
Mas, antes de acelerar, o Teste Real 40 Cabriolet te apresenta os mínimos detalhes da lancha — que conta com muitos diferenciais em relação às outras 40 pés do mercado, a começar pela grande área do cockpit, com opções de uso para todo gosto.
A plataforma de popa é fixa, mas com o benefício de uma extensão móvel, para ser aproveitada como apoio durante as jornadas ao mar. Ao lado dessa plataforma extra molhada há uma escada de quatro degraus, dimensão ideal para ser instalada nessa área.
O tradicional móvel gourmet tem duas caixas de gelo (aliás, há várias geleiras distribuídas pelo cockpit, outro diferencial deste barco), além de pia com água pressurizada e churrasqueira(com grill elétrico ou, opcionalmente, a carvão), com um grande pega-mão na parte da frente. Embaixo, para embalar o churrasco, há duas caixas de som.
Neste teste da Real 40 Cabriolet, a unidade utilizada, com grill elétrico, não havia a chave corta-contato e a placa de inox no interior da tampa, dois itens essenciais para cortar a corrente na hora de fechar a churrasqueira, sob o risco de gerar um incêndio. Fica o alerta ao estaleiro.
A altura do móvel gourmet é a mesma do encosto do sofá da praça de popa, o que, resulta em um efeito visual muito agradável e em uma atmosfera bem equilibrada. Além de agradarem esteticamente, deixando os cômodos mais espaçosos e arejados, esses sofás são firmes e confortáveis.
Como o barco tem muito volume, por conta dos 3,70 m de boca, o projeto reservou duas entradas largas para o cockpit. Este, por sua vez, se divide em duas áreas distintas: a praça de popa, em que há dois sofás um de frente para o outro, paralelos à popa, com uma mesa no meio, o que gera uma interação perfeita entre as pessoas; e convés central, integrado ao posto de comando.
A praça de popa fica protegida por uma capota, presa à targa, com 1,98 m metro de altura; uma segunda capota, do tipo bímini, se estende até o posto de comando — onde, quando fechada, fica em posição que afeta visão do piloto.
Ao lado de um dos sofás, a bombordo, há uma geleira com cerca de um metro de profundidade, além de uma lixeira e da caixa com as chaves das bateriase as tomadas de cais; a boreste, um paiol, uma cristaleira e um chuveirinho com água pressurizada. Ainda no convés de popa, embaixo dos bancos, os felizes passageiros contam com caixas de som com de alta fidelidade.
Por sua vez, o cockpit central tem um sofá em L a bombordo, com mesa de aperitivos triangular (formato que facilita a circulação das pessoas por essa área), e uma minicozinha a boreste, com pia, lixeira, área de apoio, armários para pratos e copos e uma geladeira de gaveta.
Embaixo da mesa, que é removível, há um paiol para a boia circular e o Facho Holmes (dispositivo de iluminação automático para boia salva-vidas). Por meio desse paiol se tem acesso aos tanques de água doce (de 400 litros) e de combustível(cerca de 550 litros).
Os tanques estão separados por antepara e assim isolados da casa de máquinas, o que é excelente. São dois tanques de combustível (um deles atende também o gerador), mas eles não estão conectados um ao outro, o que seria desejável, mesmo que pelo sistema de gravidade.
O posto de comando, com assento e encosto duplos, fica dois degraus acima dos demais ambientes. Nesta posição, o timoneiro tem quase a sensação de estar pilotando um barco com flybridge! A visão é de 360 graus, sem nenhum obstáculo. Para isso, contribui o fato de o painel ser baixo e a visão ficar acima do para-brisa.
Para completar essa sensação de conforto, ao contrário do que acontece na maioria das embarcações de lazer, que exigem que o banco seja rebatido e que o comandante pilote em pé, a Real 40 Cabriolet permite navegar totalmente sentado.
Na unidade testada por NÁUTICA o proprietário optou pela instalação de dois eletrônicos: um Raymarine e um Simrad, que faz integração com os motores. Para melhorar o que já é bom, os comandos estão bem-posicionados, super à mão, e o volante é escamoteável.
O para-brisa sextavado não tem cantos vivos, o que significa menos risco de lesão caso ocorra um acidente. Se bem que, por sua posição abaixo da linha de visão do piloto, funcione mais como um quebra-vento para o cockpit. Sob o assento do banco do piloto, há um bem-vindo paiol. Mais abaixo, duas caixas de som.
As únicas ressalvas no posto de comando ficam por conta da identificação da botoeira, que não é fácil de entender, e para a posição do VHF, muito baixa e difícil de operar. Nos dias de tempo e temperatura favoráveis, a pedida é navegar a céu aberto; ou seja, com a capota rebaixada. Se chover ou fizer frio, basta o piloto fechar tudo com a bímini.
Com até excelentes 2,20 metros de altura, a cabine da Real 40 Cabriolet divide-se em três ambientes, com opção de pernoite para até seis pessoas, sem apertos: duas no camarote de proa (que é fechado, com porta de correr), em cama triangular mais curta; uma na sala central, onde a mesa e o sofá podem ser convertidos em cama; e três no camarote de meia-nau, onde há uma cama de casal e outra de solteiro.
O pé-direito na entrada do camarote de meia-nau é de quase 2 metros. A cozinha, na sala central, não é grande, mas é completa. Tem até uma adega para quem gosta de degustar um vinhoquando não está no comando. O banheiro, com box fechado, ducha embutida e vigia com ventilação, não deixa nada a desejar.
Em toda cabine há um bom número de janelas e até uma claraboia para a entrada de luz natural. Porém, só há uma vigia com abertura para circulação do ar, além da vigia do banheiro.
Para o acesso à proa, por uma abertura no para-brisa, a bombordo, o projetista bolou uma escada com degraus grandes que caiu como uma luva nesta lancha. Além de facilitar a passagem, essa pode ser usada como banco, quando o barco estiver em movimento. Para isso, tem até uma geleira do lado.
A proa é bem alta — valorizando o pé-direito da cabine, especialmente do camarote de proa — e lançada em V, o que faz com que o casco não sofra tanto o impacto das ondas. Com o barco planando, o bico lançado diminui a resistência com a água; em caso de mar agitado, essa característica evita que o casco mergulhenas ondas.
O solário tem encosto rebatível com apoios para a cabeça. Na área operacional, há um chuveirinho, que serve tanto para lavar a âncora quanto para refrescar as pessoas que estão tomando banho de sol, nos dias mais quentes.
Os cunhos estão bem dimensionados, assim como a caixa de âncora, cuja tampa tem duas folhas e abre para os dois lados. Porém, na unidade testada por NÁUTICA, o lançador de âncora saia do trilho e o circuit breaker do guincho estava mal dimensionado para o tamanho do barco, causando desligamentos.
A entrada na casa de máquinas é feita por meio da abertura de uma tampa no cockpit, sob a mesa da praça de popa. O espaço lá dentro é adequado para as manutenções tanto dos motores quanto do gerador (Cummins Onan de 4 Kva) e das instalações hidráulica e elétrica. E ainda há outros dois pontos de acesso aos motores, um lateral e outro traseiro.
O revestimento termoacústico promove isolamento de temperaturas e ruídos. Mas na unidade testada por NÁUTICA esse revestimento se concentrava apenas no teto, não se estendendo para as anteparas e laterais do casco, como seria desejável.
Navegação da Real 40 Cabriolet
No teste da Real 40 Cabriolet no mar, realizado em Ilhabela, ora no Canal de São Sebastião, ora em águas abertas na região de Borrifos e Sepituba, em um total de 23 milhas navegadas, o barco estava equipado com dois motores Mercury, a diesel, de 350 hp cada, com rabetas Bravo 3 e hélices de 23 polegadas. Mas o estaleiro oferece cinco opções de motorização, entre gasolina e diesel.
Em um dia de mar liso, com vento sul de 8 nós, a lancha se mostrou bastante ágil e estável, tanto na reta quanto nas curvas, navegando como se estivesse em um trilho.
Para testar sua capacidade de amortecimento, passamos pelas marolas produzidas por ela mesma, contra e a favor do sentido de propagação delas. E a Cabriolet passou com muita suavidade. Mérito de um casco que tem o DNA da Real Powerboats, famosa por produzir barcos com bom desempenho mesmo em mares ruins.
Com 11 a 12 nós, já se forma a esteira. Um pouquinho mais de manetes, e já estamos em planeio. A proa quase não levanta. De tão leve, a sensação durante o teste da Real 40 Cabriolet foi de estar pilotando uma lancha bem menor, na faixa dos 27 ou 28 pés.
É preciso até ficar esperto durante as manobras de tão fácil que o barco responde quando se atua no volante da direção hidráulica. E olha que a Real 40 Cabriolet carregada, com motores e todos os acessórios, pesa 10,7 toneladas.
Com três pessoas a bordo, tanques quase a 50%, chegou à marca de 36,8 nós de velocidademáxima. No arranque, demonstrou ter a aceleração adequada para seu porte e proposta, com bom equilíbrio do conjunto, precisando de 11,6 segundos para ir da marcha lenta aos 20 nós.
A posição de pilotagem é segura e muito confortável. Apesar de passar o tempo todo sentado, o comandante não sente dificuldade alguma para observar a proa durante a navegação. Vale lembrar que o casco tem um quê a mais: uma elevação no fundo, que o estaleiro batizou de Hydrolift System, que atua de forma semelhante a uma suspensão automotiva, absorvendo o impacto das ondulações e, consequentemente, deixando a lancha mais estável.
Além disso, segundo o estaleiro, o Hydrolift permite que se construam cascos até 35% mais largos, sem a necessidade da colocação de motores mais potentes. Não foi à toa que a linha de 40 pés da Real caiu no gosto dos compradores.
Saiba tudo sobre a Real 40 Cabriolet
Pontos altos
Excelente navegação e posição de pilotagem;
Cockpit bem-bolado;
Altura na cabine e pernoite para até seis pessoas;
Pontos baixos
Número de vigias de ventilação na cabine;
Revestimento termoacústico não envolve as laterais da casa de máquinas;
Que tal curtir as belezas naturais do Caribede forma tão natural quanto se vem ao mundo? Essa é a proposta da Bare Necessities Tour & Travel, empresa dos Estados Unidosque quer levar seus clientes para conhecerem as águas caribenhas em um cruzeiro nudista batizado de “Big Nude Boat” (Grande Barco Nu, na tradução para o português).
Mas se engana quem pensa que a ideia de uma viagem sem roupas é bagunça: a proposta naturista de itinerário tem suas normas de convivência. Por exemplo, todo hóspede do cruzeiro nudista deve sentar-se sempre sobre uma toalha, caso esteja em uma área comum do navio.
Planejado para acontecer em 2025, o Big Nude Boat é só mais uma das propostas da Bare Necessities Tour & Travel, que há mais de 30 anos atua em projetos que tornem “as férias com uso opcional de roupas viável e aceitável para todos”.
Nos últimos anos, a empresa tem investido em cruzeirosnudistas. Inclusive, o passeio pelo Caribe acontecerá a bordo do Norwegian Pearl, embarcaçãoda Norwegian Cruise Line com capacidade para nada menos que 2,3 mil passageiros.
O navio dispõe de 16 opções de restaurantes elegantes, 14 bares e salões com atividades temáticas — como festas voltadas às décadas de 50 e 60 — cassino, spa, e, claro, cabines devidamente espaçosas.
As mais luxuosas acomodações são as da categoria The Heaven (O Céu, em tradução para o português), divididas em seis layouts diferentes, todos no topo do navio. Na principal delas, a The Haven Garden Villa, 395 m² acomodam até oito pessoas, que podem desfrutar de uma varanda de 155 m².
O ambiente conta com três quartos separados, cada um deles com uma com cama king ou queen e banheiro luxuoso. Há ainda salas de estar e jantar e um jardim privativo, além de serviços de mordomo e concierge.
Para embarcar nessa roteiro sem trajes é preciso desembolsar, no mínimo, US$ 2 mil (R$ 10,3 mil convertidos em maio de 2024). Já se a ideia for passar os dias do cruzeiro nudista na The Haven Garden Villa, esse número sobe consideravelmente, chegando na casa dos US$ 33,1 mil (R$ 170,6 mil). Mas o roteiro — e a experiência — prometem valer o investimento.
Como será o cruzeiro nudista
O cruzeiro sem roupa terá 11 dias de viagem, no total, partindo de Miami, na Flórida. O destino final do itinerário nudista é o Caribe, e o navio passará por locais paradisíacos como Bahamas, Puerto Rico, St. Martin, Dominica, Martinica e St.Lucia
Uma das paradas mais esperadas é a da ilha privativa Great Stirrup Cay, nas Bahamas, que pertence a Norwegian Cruise Line. Por lá, os hóspedes poderão nadar com golfinhos, mergulhar de snorkel com peixes exóticos, praticar tirolesa ou apenas aproveitar um passeio pela praia de areia branca.
A Ilha de Catries, em St. Lucia, também promete reservar grandes paisagens aos viajantes. Isso porque o local é uma “meca” dos entusiastas do ar livre, já que conta com belíssimos recifes de corais e florestas tropicais muito preservadas. A ilha ainda abriga a única cratera vulcânica drive-in do mundo, um jardim botânico e passeios pelas Cataratas Diamond.
Regras de convivência do cruzeiro nudista
Apesar de os passageiros poderem ficar a maior parte do cruzeiro nudista completamente sem roupas, existem regras rígidas de convivência — que, se forem quebradas, podem culminar em uma expulsão da embarcação.
Isso porque um dos principais valores da empresa passa pelo fato de que nudismo não tem relação com sexo.
A nudez social não é uma atividade sexual, e nos esforçamos para dissipar o equívoco de que é tudo, menos natural e bonito– reforça a Bare Necessities
Dessa forma, para que o Big Nude Boat — assim como outros cruzeiros da Bare — alcance a sua proposta, algumas regras rígidas de convivência são aplicadas aos hóspedes da embarcação. Confira a seguir.
É permitido ficar nu somente dentro do navio, nos passeios é preciso estar vestido;
Se o navio estiver atracado em algum porto, é preciso usar roupas mesmo dentro da embarcação, incluindo a varanda as cabines. Os passageiros sempre são avisados quando puderem voltar a ficar nus;
Uso de lingeries e acessórios de fetiche são proibidos;
Alguns ambientes destinados a refeições dentro do navio exigem o uso de roupas que cubram os seios e as genitálias;
Sempre que um viajante estiver nu deverá se sentar em cima de uma toalha;
Fotossão permitidas desde que haja consentimento, mas existem algumas áreas em que os cliques são vetados;
Acariciar ou tocar inapropriadamente partes íntimas, do próprio corpo ou do de outra pessoa, não é permitido.
Vale destacar que o cruzeiro é reservado para pessoas com mais de 21 anos, e os funcionários da embarcação não ficam nus.
A Bare Necessities Tour & Travel reforça que oferece a seus clientes o luxode decidir o que não vestir. E você, se anima a fazer uma viagem levando quase nenhuma roupa na bagagem?
A tradição de Ilhabelana vela e a expertise dos mais de 40 anos de dedicação de Robert Scheidt à modalidade estarão juntos na 51ª Semana Internacional de Vela de Ilhabela (SIVI). Isso porque o atleta olímpico que mais medalhas trouxe ao Brasil(com cinco) foi escolhido o embaixador da competição que acontece de 20 a 27 de julho, no Yacht Club de Ilhabela (YCI).
A 51ª edição da maior competição de vela oceânica da América Latina promete ser inesquecível para os amantes do mar. Além do nome de peso de Scheidt, as regatas na Capital da Vela terão uma homenagem especial aos atletas olímpicos da modalidade — o esportesoma 19 medalhas nos Jogos e é um dos mais vitoriosos do país. As regatas ainda devem reunir mais de 100 barcos e 900 velejadores pelas águas da ilha.
Morador de Ilhabela desde o final de 2023, Robert Scheidt participa da SIVI desde 1982, quando navegava de Optimist na Semana de Monotipos, em um barquinho de madeira. O atleta venceu em duas oportunidades a bordo de barcos grandes: 2011 com o HPE-25 Atrevido e 2022 com o C-30 Caballo Loco.
Nesta temporada, Scheidt já correu a Copa Mitsubishi e deve estar na lista de presença do evento náutico. Apesar de ainda não ter definido em qual barco vai correr o campeonato, uma coisa é certa: o velejadorolímpico estará prestigiando a competição e as ações da regata, como o Vela do Amanhã e o Desfile dos Barcos.
Não é só a parte de água, tem muitas atividades dentro e fora do clube. É diferente da Europa, lá eles terminam as regatas e vão para casa. Aqui temos grandes eventos, uma programação extensa– destacou Robert Scheidt sobre a SIVI
O velejador ressaltou ainda que a SIVI é “um evento bem organizado num local privilegiado para se velejar. No inverno brasileiro temos condições maravilhosas, com vento na Ponta das Canas ou no Canal. Aqui tem uma quantidade enorme de barcosparticipando, que dão a chance para velejadores se testarem uns contra os outros. Tem gente de todas as idades”.
O diretor de vela do Yacht Club de Ilhabela, Demian Pons, comemorou a escolha de Robert Scheidt que, na avaliação dele, não é apenas um nome reconhecido no mundoda vela, mas, sim, uma “lenda viva”.
Ao selecionar Scheidt como embaixador da SIVI buscamos não apenas alguém com um currículo impressionante, mas também alguém que personificasse os valores de excelência, paixão e dedicação que este evento representa– Demian Pons, sobre a escolha de Scheidt
Maior medalhista da história olímpica do Brasil, Robert Scheidt soma cinco pódios na competição: duas medalhas de ouro (Atlanta 1996 e Atenas 2004), duas de prata (Sydney 2000 e Pequim 2008) e uma de bronze (Londres 2012).
A vela está no meu sangue! Depois de Atlanta 1996, será a primeira olimpíada que não vou participar. É uma sensação estranha, mas eu nunca tive tão relaxado, tão calmo… Fica a torcida para a Equipe Brasileira de Vela– declara Robert Scheidt
Neste ano, Robert Scheidt receberá uma biografia intitulada “Robert Scheidt – O Amigo do Vento”. Escrita pelo jornalista Rafael De Marco, a história narra a jornada do velejador que começou a contar as primeiras milhas ainda aos 9 anos em 396 páginas, e está prevista para ser lançada no início de junho.
Inscrições para a 51ª edição SIVI
As inscrições para a 51ª Semana Internacional de Vela de Ilhabela — que acontece de 20 a 27 de julho, no Yacht Club de Ilhabela (YCI) — foram abertas em maio por meio do site oficial da competição. A regata terá barcos das classes ORC, BRA-RGS, RGS Cruiser, C-30, Clássicos e VPRS.
O acesso ao sistema de inscrições estará disponível até o dia 19 de julho, sendo que o valor da taxa de inscrição do veleiro será definido no momento do cadastro.
Na última segunda-feira (13), o Iate Clube Armação de Búzios (ICAB) elegeu sua nova comodoria, que assumirá o clube no biênio 2024-2025. Liderada pelo medalhista olímpico Marcos Soares, eleito novo comodoro, a nova gestão ainda conta com Marcelo Conde como vice.
A comodoria ainda tem Ricardo Carvalho na função administrativa/financeira, Pierre Joullié responsável pela parte esportiva e Peter Eduardo Siemsem com a presidência do Conselho. Assim, os planos do novo mandato já começam a ser implementados no ICAB.
Segundo o comodoro da ICAB, sua nova gestão terá três pilares principais: a inclusão da vela de oceano e de outras modalidades; se tornar um ponto de apoio e de treinamento para velejadores nacionais e internacionais; e fortalecer os profissionais locais da vela e buscar novos talentos.
Além disso, o medalhista olímpico pretende continuar estimulando o desenvolvimento da vela de alto desempenho. O novo comodoro eleito ainda contou que deseja fortalecer Búzios como um potencial destino náutico e comentou os planos da gestão.
“Fechamos uma parceria com a Confederação Brasileira de Vela (CBVela), representante oficial da vela esportiva do Brasil nos âmbitos nacional e internacional, para que o ICAB se torne um Centro de Treinamento Olímpico e vamos ampliar essa iniciativa para diversos clubes de vela, de forma a oferecer a estrutura do ICAB e promover intercâmbio entre velejadores”, disse Marcos Soares.
Marcelo Conde, vice-comodoro, destaca que o clube pretende retomar a Búzios Sailing Week, e garantiu mais uma edição da categoria Optimist no ICAB, já em junho.
Com ventos constantes, Búzios oferece ótimas condições para a prática da vela, além de possuir águas cristalinas e excelente infraestrutura aos velejadores. O clube foi pioneiro em sediar eventos internacionais, como o Laport Match Race (1987), Mundial Feminino da IYRU (1988) e os Mundiais da Juventude da World Sailing de 2009 e 2023.
Confira a nova gestão do Iate Clube de Búzios
Comodoria
Comodoro – Marcos Soares
Vice Comodoro – Marcelo Conde
Contra -Comodoro Administrativo Financeiro – Ricardo Carvalho
Contra-Comodoro Desportivo – Pierre Joullie
Conselho Fiscal
Nelson Vachiano
Otto Wagner
Claudio Pirani
Suplentes:
Humberto Correa
Bart Alexander Brower
Comissão de admissão
Selmo Nissembaum
Elizabeth Siemsem
Eduardo Paula Machado
Suplentes:
Carlos Mário Almeida .
Paulo Zavataro.
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
Estar cara a cara com uma baleiaé uma experiência tão única que é capaz de marcar para sempre uma vida. Isso quem diz é o premiado documentarista de natureza Cristian Dimitrius, 49, que viveu momentos emocionantes ao capturar o primeiro vídeo subaquático de uma baleia-sei da história.
Desaparecida dos mares gelados da Patagôniaargentina por conta da caça, a espécie— terceiro maior cetáceo do mundo, capaz de chegar a 20 metros de comprimento — quase entrou em extinção. Esse tipo de baleia deixou de ser vista há cerca de 100 anos — o que torna o registro de Cristian ainda mais especial.
Mestre no que faz, o mineirorecebeu o Emmy 2013 na categoria “Melhor Direção Fotográfica em Documentários” e fez diversos trabalhos para canais como NatGeo, BBC, Apple TV e TV Globo — onde apresentou um quadro no antigo Domingão do Faustão. Mas nem esse currículo de peso o livrou dos dois ingredientes primordiais para gravar a baleia-sei: disciplina e, acima de tudo, perseverança.
Ariscas e extremamente rápidas, as baleias-sei não são afáveis a qualquer tipo de contato humanoe costumam fugir apressadas — exceto uma, definida por Cristian como “baleia amiga”.
Até encontrá-la, porém, o documentarista viveu nada menos do que dez dias de ininterruptas tentativas. Sempre que o animalse aproximava, ele mergulhava, apenas para voltar à superfície com uma bagagem de frustração.
Quando a sorte virou, nem toda a beleza das imagens foi capaz de representar a magnitude e grandiosidade do momento de estar ao lado da rara baleia-sei.
Ela parou na minha frente para ficar comigo. A gente sente uma conexão muito forte, é algo indescritível, não dá para definir em palavras. É um privilégio estar com um animal tão único– afirmou, em entrevista à NÁUTICA
Único e raro. Caçada até quase a extinção no hemisfério Sul, a espécie tem voltado a reaparecer nesses lugares devido a medidas de proteção implementadas ao redor do globo.
A sensibilidade de saber que estava lidando com uma espécie ainda ameaçada e amedrontada por natureza rendeu a Cristian instantes ímpares, em que não só conseguiu brincar com ela e fazer o primeiro vídeo subaquático, como também registrar a primeira selfie com o animal.
Em busca da baleia-sei amiga
O registro aconteceu durante expedição pela Patagônia argentina, em projeto financiado pela ONG Pristine Seas, da National Geographic. A organização atua na proteção dos oceanose tem como objetivo promover áreas de conservação marinha ao redor do mundo.
Convidado para fazer parte da expedição, Cristian não pensou duas vezes e embarcou com um conjunto de pesquisadores, responsáveis por rastrear as baleias-sei. “Durante essa época do ano, elas ficam próximas a Comodoro e migram para o norte, incluindo o Brasil, mas preferem as águas abertas [do oceano]. Você nunca sabe onde estão”, explica.
Além do desafio de encontrá-las próximo à costa, a equipe precisava tomar o máximo de cuidado para não assustá-las. Ao verem o borrifo de água característico do animal, o barco se aproximava a uma distância segura e Cristian pulava na água— em mergulho livre ou com cilindro — para tentar as filmagens. Esse processo foi repetido exaustivamente, com o acréscimo da dificuldade de enxergar em meio à água turva.
A própria natureza das baleias-sei não contribuía com o propósito: capaz de transitar a até 50 km/h, a espécie recebeu o título de uma das mais rápidas do mundo — motivo pelo qual foi equiparada a um “fantasma debaixo d’água” por Cristian, capturado, inicialmente, apenas em fragmentos.
“Fazer essa imagem era quase impossível com as condições ali, mas era preciso desvendar como quebrar o código. Entender a baleia, tentar outros jeitos, até unir todas as variáveis e ter a sorte de uma deixar você se aproximar”, aponta.
Quando a “baleia amiga” apareceu para abrir as portas de seu universo ao documentarista, todo o esforço foi recompensado. Exibidas em diversos portais de notícias, as imagens já rodaram por vários países e seguem encantando quem as observa.
Só de ter essa única oportunidade, valeu a pena toda a frustração acumulada em dez dias. É como escalar uma montanha: durante o caminho não é fácil, mas a hora que você chega lá e tem aqueles poucos segundos no cume, valeu toda a preparação– destaca
A expectativa é de que as filmagens da baleia-sei componham uma peça promocional para incentivar o aumento de áreas de conservaçãoe angariar o apoio de autoridades, políticos e populações, jogando, assim, os holofotes sobre a importância da preservação.
Diante de uma vida dedicada a capturar os espetáculos da natureza, Cristian é só gratidão. “É um verdadeiro privilégio viver próximo à natureza. Sempre aprendo muito e volto uma pessoa diferente”, conclui.
A segunda edição do Marina Itajaí Boat Show vem aí e os interessados em conferir todas as novidades apresentadas no maior evento náutico do sul do Brasil já podem garantir seus ingressos. A venda dos bilhetes está disponível pelo site oficial da Ticket 360.
Marcado para acontecer de 4 a 7 de julho, o salão será ainda maior do que o apresentado no ano passado. O público poderá conferir ainda mais expositores e uma gama completa de produtos e serviços.
Estreando o formato de circuito 360º, o salão permite aos visitantes um verdadeiro passeio, por terra e sobre as águas, por todos os espaços do Marina Itajaí Boat Show 2024.
Outra novidade é que, além das embarcações, o shopping náutico será flutuante, apresentando inovações e acessórios, para completar a experiência na área externa do evento.
Garantia de entretenimento e lazer para toda a família, o salão também oferecerá uma ampla praça de alimentação com diversidade gastronômica e possibilidade de chegada por terra ou ar — como for mais cômodo para o visitante.
Como adquirir os ingressos
No site oficial de ingressos, basta escolher o dia escolhido para visitar o evento e selecionar a quantidade e tipo de entradas desejadas. As formas de pagamento aceitas são cartão de crédito e pix.
No primeiro lote (válido para compras até 26 de maio), o preço do ingresso para o Marina Itajaí Boat Show 2024 sai por R$ 40, mais taxas de serviço. Idosos e pessoas com deficiência (PcDs) têm direito à meia-entrada, por R$ 20 (mais taxas).
Há ainda a possibilidade de comprar as entradas sem acréscimo de taxa pela bilheteria virtual da Marina Itajaí. Nesse caso, basta que o interessado esteja presencialmente no local — ou a um raio máximo de 150 metros de distância — e adquira os ingressos pelo aplicativo da Ticket 360.
Marina Itajaí Boat Show 2024
O Marina Itajaí Boat Show 2024 vai reunir lazer e negócios à beira-mar, além de trazer as principais novidades em embarcações, produtos, acessórios, serviços no shopping náutico e opções de entretenimento para toda a família.
Anote aí!
Quando: De 4 a 7 de julho de 2024 Onde: Marina Itajaí (Av. Carlos Ely Castro, 100, Centro, Itajaí-SC) Horário: Quinta e sexta-feira das 13h às 21h; sábado e domingo das 11h às 21h Mais informações: site do evento
Ingressos: site oficial de vendas
A celebração mundial dos 40 anos da Lagoon ocorreu simultaneamente em diversos destinos do mundo e teve sua edição brasileira organizada pelo Grupo Sailing, no Rio de Janeiro. Chamado de Lagoon World Escapade, o evento contou com a participação de 13 catamarãs da marca, que desfilaram em Paraty nos dias 17, 18 e 19 de maio.
O evento comemorativo global teve flotilhas que partiam desde o Mediterrâneo até o Caribe. No Brasil, a programação começou na sexta-feira (17), com um aquecimento no centro histórico de Paraty, marcado por drinques de boas-vindas e muita conversa entre os proprietários de Lagoon.
O segundo dia de Lagoon World Escapade foi de rally. Os catamarãs partiram em flotilha da base da BYC (Brasil Yacht Charter), na BR Marinas de Paraty, rumo ao Saco do Mamanguá — conhecido como um destino dos sonhos para navegadores e amantes do mar.
Depois de atracar, os convidados do evento da Lagoon aproveitaram a festa, com bebidas e músicas ao vivo, além de uma competição acirrada de canoagem. A disputa envolveu seis times e contou até com a participação do ator Raul Gazolla.
O terceiro dia do evento festivo teve atividades de bem-estar, incluindo uma sessão de yoga e uma trilha guiada pelo Saco do Mongaguá, em Paraty.
Classificada pelo governo do Rio Grande do Sulcomo “a maior catástrofe climática” da história do estado, as enchentes que atingiram o território gaúcho entre o final de abril e o começo de maio seguem impactando a população local. Para ajudar quem mais precisa neste momento, o Grupo Náutica uniu forças com a Central Única das Favelas (CUFA). A ideia é fazer a ponte entre quem ama navegar e quem mais precisa de um barco para receber doações.
O apelo da campanha é facilitar que mais integrantes da comunidade náutica contribuam com a população gaúcha. Por isso, lembramos que barcos de pequeno porte têm sido fundamentais neste momento. Sua embarcação pode ajudar a levar mantimentos, principalmente, para as cidades que continuam ilhadas.
Como sua embarcação pode ajudar
Caso você tenha um barco pequeno, ou conheça alguém que possua um e gostaria de ajudar, entre em contato com a CUFA pelo e-mail [email protected] ou pelo WhatsApp (11) 95958-2933.
Outras formas de contribuir
Além da ajuda com embarcações, todos podem contribuir de qualquer lugar e com qualquer valor via PIX, através da chave [email protected]. O dinheiro arrecadado pela instituição é destinado a compra de itens essenciais, como mantimentos, água, produtos de higiene e colchões, por exemplo.
No site oficial da CUFA ainda é possível encontrar o ponto de coleta mais próximo e fazer a diferença diretamente no dia a dia dessas pessoas.
A CUFA é uma organização não governamental brasileira fundada em 1999, reconhecida nacional e internacionalmente nos âmbitos político, social, esportivo e cultural. Originalmente criada por jovens negros da favela Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, hoje a entidade está presente em todos os estados brasileiros e em outros 15 países, realizando importantes trabalhos sociais para pessoas em vulnerabilidade social.
Um dos mais belos destinos europeus para navegar, a costa da Croácia registrou um incidente que destruiu mais de 20 barcosem uma única noite, causando grande prejuízo. Felizmente, não houve registro de pessoas feridas.
Na madrugada do último dia 15, um incêndio atingiu uma marina localizada no noroeste da Croácia, na pequena cidade de Medulin. A região é um destino popular de turistas no norte do Mar Adriático.
Os bombeiros foram acionados e ajudaram a combater o fogo, mas as chamas consumiram 22 embarcações. O governo local divulgou, em seu site, que até o prefeito da cidade, Ivan Kirac, esteve no local “prestando apoio e auxiliando nos serviços”.
As imagens divulgadas pela prefeitura e pelos bombeiros do município croata mostraram barcos na marina em meio a altas chamas e fumaça espessa. Ainda no site da cidade, a prefeitura agradeceu a bravura de quem presenciou o incêndio e tentou ajudar a resgatar pessoas e embarcações.
Coisas como esta não devem repetir-se e apelo a todos os serviços estatais competentes para que tomem medidas rápidas e coordenadas – Ivan Kirac, prefeito de Medulin
As autoridades recorreram a barreiras no mar, para evitar danos ambientais, e afirmaram que uma investigação está em andamento para determinar a causa do incêndio.
Embarcações pensadas para um futuro mais verde estão alcançando cada vez mais estaleiros ao redor do mundo. A Azimut Yachts recentemente entrou para essa estatística com a Seadeck 6, lanchaapresentada no maior evento de design do planeta, o Milan Design Week 2024. Por lá, o barco foi parte de uma instalação imersiva, e apareceu dentro da piscinado Bagni Misteriosi, espaço cultural da década de 1930.
Berço das embarcações, a Itáliaé também o principal palco do design durante a Milan Design Week (semana de design de Milão, em tradução livre) que, neste ano, aconteceu de 15 a 21 de abril. Por lá, o estaleiro italiano — que tem no Brasilo seu único parque fabril fora da Itália — resolveu inovar, e apresentou seu novo projeto de 57 pés voltado à sustentabilidade de forma inovadora.
A instalação imersiva levou os visitantes a uma jornada dentro do Bagni Misteriosi del Teatro Franco Parenti, que culminava na nova lancha, atracada na piscina do local à luz de uma grande lua.
A ideia, que passou pelas mãos de Amdl Circle e Michele De Lucchi, era convidar os visitantes a redescobrirem a relação entre o homem e a natureza, bem como testemunhar que um futuro mais sustentável atracou na Azimut.
Com 57 pés (17,5 metros) e 3 amplas cabines, a lancha garante pernoite para até sete pessoas e é equipada com o primeiro sistema de propulsão híbrido da Volvo, capaz de reduzir as emissões de CO₂em até 40%. Uma placa voltaica de 10 m² gera ainda energia suficiente para uma autonomia de 4h durante o dia e 8h durante a noite.
Além dos recursos tecnológicos voltados a um navegar mais ecológico, o estaleiro investiu também em materiais sustentáveis para a produção do barco, como a cortiça no deck substituindo a teca e a fibra de carbono, que, ao reduzir o peso da lancha em até 30%, contribui para mais eficiência no uso de combustível.
Um amplo salão no deck principal, totalmente aberto, e as grandes janelas da embarcação, trabalham em conjunto para proporcionar uma conexão entre quem navega na lancha e a natureza que se apresenta ao seu redor. A cozinha, posicionada estrategicamente, atende áreas externas e internas ao mesmo tempo, favorecendo tanto o acesso durante as refeições, quanto o momento de união entre as pessoas.
Na proa, o design aerodinâmico da lancha permite que a embarcação aquaplane, reduzindo o arrasto em velocidades mais baixas. Por lá, solários garantem o banho de sol. Na popa, equipada com plataformas dobráveis, espreguiçadeiras garantem um momento confortável de contemplação do mar, ao mesmo tempo que funciona como área para refeições.
Na motorização, o novo Seadeck 6 pode ser equipado com três motores Volvo IPS 500 ou 650, que podem produzir 380 cv e 480 cv, respectivamente.
O porto do Rio de Janeiro recebeu, nesta segunda-feira (20), o porta-aviões USS George Washington, dos Estados Unidos (EUA). Gigante, a embarcaçãotem 333 metros de comprimento — similar ao tamanho do edifício Chrysler, antigo arranha-céu mais alto do mundo — e é equipado com dois reatores nucleares responsáveis por gerar energia.
A passagem do porta-aviões pelo Brasilé parte da operação Southern Seas 2024 (Mares do Sul, na tradução livre para o português), que visa incentivar a cooperação militar com os países da região. A última vez em que o navio esteve em águas brasileiras foi em 2015, durante a edição passada do exercício naval.
Neste ano, o Southern Seas será ainda mais especial, devido à comemoração dos 200 anos de relações diplomáticasentre Brasil e EUA, dando testemunho da antiga parceria entre os dois países.
O USS George Washington também passará pela Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Uruguai, com membros da Marinhabrasileira a bordo, como parte da equipe internacional.
Por dentro do porta-aviões gigante dos EUA
Uma das mais importantes peças das forças navais dos EUA, o porta-aviões tem propulsãonuclear e 74 metros de altura, medindo da quilha ao topo do mastro.
Lançado em 1990, o navio tem capacidade para transportar seis mil pessoas e 90 aeronaves, incluindo aviões e helicópteros. Nesta edição do Southern Seas, o gigante exibe aeronaves avançadas, incluindo o F-35 C — que marcará a primeira vez que um caça Stealth de 5ª geração voará o espaço aéreo brasileiro.
No interior do porta-aviões, há dez pisos acima do convés e outros dez abaixo. Mais de 50 escadas interligam os andares na embarcação.
Usados como uma espécie de aeroportoflutuante para aeronaves que realizam ataques aéreos, os porta-aviões costumam ser os maiores e mais caros navios das Marinhas de Guerra. Eles se deslocam rapidamente pelo mar, servindo como pista de pouso e decolagem móvel.
Novo sistema de transporte aquaviário contará com três catamarãs e capacidade para 60 pessoas em cada viagem; data de inauguração ainda não foi divulgada
Os Aquabus de Ilhabela— futuro transporte aquaviário da cidade litorânea de São Paulo — entraram em uma nova fase de testes no último fim de semana. Em uma operação piloto, os três catamarãs que prestarão o serviço foram colocados na água. Durante dois dias, mais de 1,5 mil pessoas realizaram a travessia de forma gratuita, informou o governo municipal.
O embarque e desembarque aconteceu nos píeres do Perequê e Vila, entre 9h e 16h dos dias 18 e 19 de maio. Além de testar a “eficiência do serviço”, segundo a Prefeitura, a operação teve como objetivo apresentar o sistema aos moradores e turistas.
Embora não haja data marcada para o início oficial dos Aquabus de Ilhabela, a administração pública estipula que isso deve acontecer “nos próximos dias”, após o fim das operações assistidas.
Como funcionarão os Aquabus de Ilhabela
A ideia é que, depois de oficialmente inaugurado, o transportefaça o trajeto entre os píeres de Praia Grande, Barra Velha, Perequê, Engenho D’Água, Vila (Centro Histórico) e Ponta Azeda. Ele funcionará de forma integrada aos ônibus da cidade por meio do Bilhete Único. Atualmente, quem usa o bilhete paga R$ 2,10 na passagem; quem não usa, paga R$ 5.
Cada Aquabus tem capacidade para 60 passageiros sentados, além de ser acessível a pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. As embarcaçõescontam ainda com ar-condicionado, TVs e GPS.
“Esta será mais uma alternativa de mobilidade, atendendo tanto ao deslocamento de turistas quanto ao dos moradores pela via marítima da nossa orla, diminuindo o uso de automóveis pelas ruas da nossa cidade e melhorando o fluxo de trânsito local”, disse o prefeito Toninho Colucci, em publicação no Instagram.
A sustentabilidadetem se mostrado um passo importante para a sequência da vida no planeta, e até os estaleiros mais tradicionais do setor já embarcaram nessa onda. No caso mais recente, a Itália, berço das embarcações, ganhou mais um modelo pensado em “modo verde”: o Rossinavi Seawolf X, primeiro catamarã híbrido-elétrico do estaleiro italiano, de 43 metros.
Conhecido pela especialidade na construção de superiates de aço e alumínio totalmente personalizados, o estaleiro de Viarregio — comuna italiana da região da Toscana — promete levar a tradição italiana a novos patamares — mais sustentáveise, ao mesmo tempo, igualmente surpreendentes.
O novo Rossinavi Seawolf X nasce como o “projeto mais inovador” da empresa, com tecnologias sustentáveis, uso de Inteligência Artificial (IA) e design exterior do estúdio Fulvio De Simoni Yacht Design, que atuou em projetos de outros estaleiros de renome, como Pershing, Antonini Navi, Austin Parker, Rodman, Astondoa e Filippetti Yacht. Já nos interiores, o projeto é do estúdio Meyer Davis, com sede em Nova York.
Como é o Rossinavi Seawolf X
Um dos principais pontos de destaque do Rossinavi Seawolf X, claro, diz respeito à parte elétrica da embarcação.
Existem três cenários de desempenho para o catamarã: em viagens de um dia, o Seawolf X pode navegar no modo totalmente elétrico em 100% do tempo; para viagens de vários dias, a autonomia é de 90% e, em viagens transatlânticas, durante 80% do tempo.
Para garantir esse uso, a embarcação pode ser recarregada na costa em cinco horas, e fornece energia suficiente para carregar uma vila inteira. Isso porque, quando o barco está atracado, é ativado um “modo de hibernação” para redução do consumo. Essa energia acumulada pode, então, ser devolvida ao cais ou a uma propriedade privada.
Outro grande ponto de destaque da embarcação está no seu sistema de IA. Através do chamado “Rossinavi AI”, é possível analisar o funcionamento da embarcação, monitorar a bateria— para mantê-la na faixa de 20% a 80% — e o mais interessante: prever as necessidades dos passageiros a bordo.
A tecnologia disponível no catamarã é capaz de “aprender” com a observação e, assim, antecipar possíveis interesses de quem estiver navegando no Rossinavi Seawolf X. Além disso, o uso da IA visa “educar” a tripulação sobre um cruzeiro mais consciente, através de indicações de comportamentos que causem menor impacto na natureza.
Este iate apresenta inovações tecnológicas notáveis tanto em gerenciamento de energia quanto em tecnologias de propulsão, marcando o início de um novo capítulo em embarcações da próxima geração– Federico Rossi, COO da Rossinavi
Ainda nos atributos tecnológicos da nova embarcação, entra o rótulo Blue, parte da filosofia de design sustentável do estaleiro italiano, estabelecida em 2022. Inspirada no fitoplâncton, a frota da Rossinavi que carrega o selo conta com um recurso que absorve a luz solardurante o dia e, através de tecnologia fotovoltaica, a converte em energia.
Essa energia é armazenada em baterias e liberada à noite, criando um efeito bioluminescente, semelhante ao que é produzido pelo plâncton.
Para além dos altos recursos tecnológicos, a Fulvio De Simoni deu ao Rossinavi Seawolf X um exterior esportivo, que busca, segundo o estúdio, “libertar suas mentes dos preconceitos” em torno do design do catamarã.
No interior, a Meyer Davis deu ao barco um “luxo descontraído e design sustentável à sua vanguarda”, como afirma o estaleiro. Para isso, a decoração traz inspiração na natureza, principalmente no sol, no mare na areia.
Em relação ao lazer, os hóspedes contam com uma área de convívio centrada em torno de uma piscina, um amplo terraço com áreas para banhos de sol e uma área de proa que apresenta uma piscina escondida e um home theater conversível. Até 10 pessoas podem aproveitar todos os recursos, em quatro cabines localizadas nos cascos.
Ter um barco que não afunda é o sonho de todo navegador, em especial aqueles que se aventuram em águas revoltas. A boa notícia é que a Schaefer Yachtsestá trazendo ao mercado brasileiro uma embarcação com esse exato propósito, fruto de uma parceria com a irlandesaSafehaven Marine.
Apontada como ideal para resgates em alto-mar, a Interceptor 48 Pilot, de 48 pés, é totalmente vedada para a entrada de água e planejada para enfrentar situações de clima adverso, com ondasfortes e ventania.
Devido a essa resistência, Márcio Schaefer, fundador e CEO do estaleiro brasileiro, afirma que a embarcação pode auxiliar operações de salvamento no litoral— em especial, no catarinense — e contribuir com o resgate de várias pessoas ao mesmo tempo, já que comporta até seis tripulantes e 20 passageiros.
A ideia é que o barco que não afunda seja fabricado em série no Brasil pela Schaefer, caso haja demanda, e utilize como base a tecnologia da empresa europeia, que já o comercializa em outras regiões.
A Interceptor 48 Pilot foi apresentada durante o Expo Defense, evento que reuniu produtos e serviços no campo de segurança e defesa na Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), em Florianópolis. Por lá, o estaleiro catarinense também exibiu ao público seu modelo V33 Cabin, usado atualmente no trabalho da Polícia Ambiental do estado.
Há mais de 30 anos no mercado, a Schaefer Yachts é presença constante nos maiores salões náuticos da América Latina, como o São Paulo Boat Show e o Rio Boat Show. Recentemente, o estaleiro lançou a lancha V44,também em Florianópolis.
Uma criatura marítima esquisita vem aparecendo com mais frequência do que deveria, principalmente nas praias da costa oeste dos Estados Unidos. Para entender do que se trata, cientistas da Oregon State University investigaram as recentes aparições no mar dos pirossomas — mas trouxeram mais preocupações do que alívio.
Ser vivo que tem até 18m de comprimento, as intrigantes estruturas flagradas nas águas também são chamadas popularmente de “picles do mar”. Gelatinoso e transparente, este organismo, na verdade, é uma colônia de animais. Eles foram identificados pela primeira vez em 2013, durante um período de calor atípico nos oceanos.
De acordo com as informações publicadas recentemente no periódico NewScientist, a presença dos pirossomas tem impactado negativamente na cadeia alimentar marinha.
Com dados de longo prazo de 361 tipos de organismos marinhos, informações de dieta e modelos de ecossistema, os cientistas compararam o antes e depois das recentes ondas de calor. Os resultados mostraram que, com os mares mais quentes, a relação entre predadores e presas se “bagunçam”.
Segundo o estudo, os pirossomas têm impactado a disponibilidade de alimentos para animais situados mais acima da cadeia alimentar, como os peixes. Além disso, influencia no funcionamento do ecossistema e levanta preocupações tanto sobre espécies ameaçadas quanto nas usadas na criação de peixes em cativeiro.
Pirossomas podem ser beco sem saída
O grande problema é que, enquanto os pirossomas se alimentam de animais na base da cadeia alimentar, como o fitoplâncton — base alimentar para diversas espécies — o picles do mar não costuma entrar na dieta de outros seres marinhos.
Os pirossomas consomem animais na base da cadeia alimentar e retêm essa energia. Eles estão retirando do sistema a energia de que os predadores precisam– Lisa Crozier, pesquisadora do NOAA e coautora do artigo
A pesquisa também revelou que os pirossomas são considerados “difíceis de digerir” e o valor nutricional deste organismo é incerto.
Em resumo: o aquecimento global causado pelos seres humanos traz consequências até nas profundezas do oceano, atrapalhando a sobrevivência das espécies que vivem dentro e fora d’água.
Como nada mais come realmente os pirossomas, eles simplesmente se tornam um beco sem saída, e essa energia não está disponível para mais ninguém no ecossistema– Joshua Stewart, professor do Marine Mammal Institute e coautor do artigo
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
O friozinho do invernocombina com um bom vinho, e as cidades de Bom Sucesso, Perdões, Ijaci e Ibituruna, em Minas Gerais, prometem ser o destino ideal para aproveitar essa combinação em 2024. Isso porque, em julho, a Represa do Funil — que corta os municípios — vai ganhar um bar flutuante de vinhos: o Almas Gerais, que faz parte de um projeto muito maior — e milionário.
A iniciativa é, antes de mais nada, reflexo de um estado que, em quatro anos, praticamente dobrou o número de produtores de vinho. Em 2020 eram 50 e, atualmente, o número de vinícolas bate na casa dos 100, de acordo com dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
Dentre todos esses produtores estão os irmãos Antônio Alberto Júnior e Alessandro Rios, donos da vinícola Alma Gerais, na cidade mineira de Bom Sucesso. Anteriormente, os empresários já encabeçaram projetos alimentícios em Lavras (MG), incluindo a fabricação de pães congelados, laticínios e substitutos lácteos veganos.
O bar flutuante de vinhos
Pensado para estar sempre em movimento pelas águasda Represa do Funil, o Almas Gerais afirma ser o primeiro wine bar sobre as águas em Minas Gerais. Com formato que se assemelha a uma chalana, o bar flutuante de vinhos navegará por uma área que compreende a 40,49 km², passando pelos municípios de Bom Sucesso, Perdões, Ijaci e Ibituruna.
O bar flutuante de vinhos será, a princípio, aberto ao público geral aos sábados e domingos. Nos dias de semana, a ideia é que o espaço receba eventos corporativos fechados. O wine bar terá 180m², capacidade para 24 pessoas sentadas, cozinha equipada e espaço sunset para outras 36 circulando.
O chef Kaliu Castro, à frente do cardápio do Almas Gerais e também sócio do novo negócio, revelou ao O Globo que o bar flutuante de vinhos oferecerá pequenas degustações de finger foods (pequenas porções individuais), feitos com ingredientes da alta gastronomiae harmonizados com rótulos da marca.
“Por enquanto vamos trabalhar com o sauvignon blanc Almas Gerais, armazenado em tonéis de inox, concreto e possivelmente também feito em barricas de madeira. Estamos selecionando ingredientes de pequenos produtores locais, queijos, doces de leite e azeites farão parte do cardápio”, explicou o chef ao jornal carioca.
Projeto milionário abrigará o bar flutuante
Parte do futuro complexo enoturístico Enovila, o Almas Gerais é parte das experiências propostas pelo empreendimento. Segundo os responsáveis, quem adquirir uma cota do empreendimento poderá “acompanhar todas as práticas do dia a dia de um vinhedo, incluindo o processo de produção, o plantio, as vindimas, além de ter rótulos exclusivos, uma adega, fazer o próprio blend e a própria casa no espaço”, conforme explica o empresário Antônio Alberto Júnior.
A partir de um investimento de R$ 140 milhões, o complexo enoturístico Enovila prevê a construção de 60 casas, em uma área de quase 2 milhões de m² dentro do condomínio Vivert, à beira da represa.
Idealizada para funcionar no sistema de cotas, a Enovila tem como diferencial principal dar aos proprietários a chance de experimentar as vivências de um verdadeiro vinicultor.
Os novos moradores poderão acompanhar de perto a transformação da uva em vinho, desde a plantação da fruta até o engarrafamento da bebida. Ao fim do processo, eles terão um blend para chamar de seu. Para isso, cada imóvel será dividido entre 13 sócios, que poderão usá-lo por quatro semanas ao longo do ano.
Projetadas pelo renomado arquiteto Gustavo Penna, as casas têm, em média, 240 m² e cotas a partir de R$ 360 mil. A manutenção sai por R$ 500 mensais — o que garante aos proprietários 150 garrafas exclusivas por ano e acesso a serviços de hotelaria, como restaurante, bar, piscinas, spa e quadras de esporte.
A previsão é de que as primeiras casas fiquem prontas em 2027, mas os sócios já poderão desfrutar da estrutura vinícola a partir de julho deste ano — e é aí que entra o bar flutuante de vinhos.
Quem tem a sorte de se deparar, pela tela do celular, com as imagens recém-flagradas pelo fotógrafo Rafael Mesquita, 38, dificilmente consegue evitar o momento de contemplação. Dona de indiscutível beleza, a cena de uma baleia jubarteatravessando um cardume de raiasticonha se equipara a um quadro em movimento, cujo pano de fundo é a naturezaem sua expressão mais livre.
O registro, feito em São Sebastião, litoral de São Paulo, foi compartilhado no Instagram no mesmo dia em que aconteceu, em 9 de maio, e já registra mais de 40 mil curtidas. Nos comentários, internautas encantados questionam se está liberado “chorar vendo um vídeo desses” e elogiam o olhar sensível do autor: “Graças a você, vi uma das cenas mais lindas na minha vida!”
Se a filmagem fascina quem a vê pelas redes, há de se imaginar o impacto que teve em Rafael. Natural de São Paulo e morador de Bertioga— cidade que escolheu para ficar sempre perto do mar –, o fotógrafo conta que mal acreditava no que via quando fez o registro.
Fiquei todo arrepiado, muito emocionado. Eu não planejei, não esperava. Quando estava fazendo a imagem, percebi que era algo muito inédito, lindo– revela à NÁUTICA
A surpresa que tomou Rafael tem fundamento. Já havia alguns dias que o head dos projetos Megafauna Marinha e Mantas de Ilhabela estava monitorando uma baleia“emalhada” — termo que se dá quando o animal tem uma redeou outro material enroscado no corpo –, com o objetivo de encontrar um bom momento para acionar ajuda e resolver o problema da jubarte.
Naquela quinta-feira, era por volta das 11h quando o fotógrafo, já no mar, percebeu a presença de uma baleia pelas redondezas e decidiu averiguar, com o droneque usa para capturar fotos e vídeos, se era a que procurava.
Ao receber a negativa, se defrontou com as ticonhas, espécie ameaçada de extinçãono Brasil. Os animais logo fisgaram sua atenção, em especial pelo enorme tamanho do cardume, dificilmente encontrado em nossas águasnessa proporção.
“Eu nem imaginava que existia aquele cardume ali, porque do barco você não tem ideia. Coisa mais linda. Quando o cardume foi abrindo até fiquei meio chateado, achei que fosse entrar um barco, mas aí ela [a jubarte] apareceu. Eu nem estava mais a acompanhando”, relembra. “Era para ser. Foi o momento exato, na hora exata, do jeito exato”.
Rafael confessa que até imaginou que a cena repercutiria na internet, mas não da forma que aconteceu. Ele relata ter recebido mais de dois mil comentários por dia desde a postagem, inclusive de pessoas questionando se as imagens são fruto de Inteligência Artificial e duvidando terem sido feitas no Brasil.
Isso, inclusive, é o que mais deixa Rafael feliz: poder mostrar que lugares tão modificados pelo homem, como o litoralde São Paulo, também são palco para espetáculos da natureza. “Não é algo que aconteceu do outro lado do mundo, é aqui, no quintal de casa”.
Sonho de infância
Rafael avalia que a baleia jubarte que atravessou as raias é bem nova, devido ao tamanho — já que adultos da espécie podem alcançar até 16 metros de cumprimento. Ele ainda arrisca dizer que, talvez, esta “seja a primeira vez que ela veio para nosso litoral sozinha”.
A presença da espécie no Brasil não é novidade. Altamente migratórias, as jubartes costumam habitar os mares antárticosdurante o verão e viajam até a costa brasileira no invernopara acasalar, parir e amamentar os filhotes, beneficiando-se das águas mais quentes.
Em vista da caça predatória que sofreu no passado, a população das jubartes foi reduzida a algo entre 500 e 800 animaisem nossas águas, números que aumentam desde 1985, quando a prática foi proibida. De acordo com o Projeto Baleia Jubarte, a temporada de 2022 registrou cerca de 25 mil baleias, resultado animador que se aproxima dos anteriores à caça comercial — de 27 a 30 mil.
Atuante no mercadofinanceiro, com formação em Engenharia Civil e Marketing, Rafael consegue levar uma rotina flexível que o permite estar todos os dias no mar. Embora avistar baleias agora faça parte de seu cotidiano, isso parecia impensável algumas décadas atrás.
Eu tenho o sonho de ver baleia desde criança. Quando aconteceu pela primeira vez, parecia que estava vendo um disco voador– brinca
O gosto pela fotografiatambém nasceu nos anos mais tenros, mas só foi resgatado por volta de 2019, quando decidiu registrar, de forma amadora, os animais marinhos que topavam com ele durante as aventuras de jetou barco.
O problema é que, com a baixa qualidade das fotos, veio a frustração. Algo como a sensação que uma pessoa tem ao ver uma lua cheia linda e não conseguir passar quase nada dessa beleza para a imagem feita com o celular, segundo ele.
Ao investir em equipamentos melhores, em cursos e workshops de fotografia, Rafael atraiu a atenção de cientistasinteressados em saber detalhes de suas fotos. Foi assim que conheceu os projetos em que atua e outros tantos com os quais se relaciona.
Poder ver essas coisas já é maravilhoso; registrar de uma maneira tão bonita é a realização do propósito da minha vida. É o que me faz viver e gostar de estar vivo– destaca
Porta-voz da conservação
O fotógrafo parte da premissa de que a natureza está ameaçada, em parte, pelo afastamento das pessoas. É por isso que batalha tanto para que a chamada ciência cidadã, feita pela populaçãoem geral, se fortaleça.
Minha ideia, com as fotos, é aproximar as pessoas da natureza, porque faz mais sentido pensar em conservação quando você sabe sobre a importância dela. É impossível proteger algo que não se conhece– afirma
O fotógrafo relembra que, tempos atrás, ele mesmo possuía diversas dúvidas sobre o assunto e não detinha metade das informações que tem hoje. Uma delas é sobre a presença de orcasno litoral paulista — animais que já flagrou em suas expedições no mar.
“As pessoas não precisam ter conhecimento técnico para colaborar com a ciência. Minha mensagem é para que todos procurem mesmo participar. Quero ser um influenciador nesse sentido, de colaborar para o conhecimento dos outros”, finaliza.
Com uma aparência inconfundível e carismática, a baleia beluga (Delphinapterus leucas) é conhecida, principalmente, pelo formato saliente da testa, resultado de um acúmulo de gordura na região. Para alguns, o animal é como o “canário do mar”, já que se comunica por meio de uma ampla variedade de sons. Cientistas, contudo, descobriram que essa não é a única forma da baleia“falar” com outras da sua espécie.
Em pesquisa publicada na Animal Cognition, estudiosos relatam cinco movimentos diferentes que as beluga fazem com o “melão” (nome dado à parte arredondada na testa do animal). De acordo com os pesquisadores, as baleias podem empurrar, achatar, sacudir, pressionar e levantar a região para se comunicar.
Para realizar o estudo, foram analisadas as formas reproduzidas pela testa do animal em vídeos feitos com, inicialmente, quatro baleias beluga, entre 2013 e 2014, no Mystic Aquarium, em Connecticut, nos Estados Unidos. As informações obtidas se confirmaram com a observação de outras 51 baleias do MarineLand, nas Cataratas do Niágara, no Canadá.
Assim, mais de 2,6 mil “formas” dos melões foram registradas nos dois grupos. Apesar de não poderem afirmar com precisão o que cada uma das cinco categorizadas significa, os estudiosos desenvolveram algumas teorias que ajudam a entender os movimentos.
A princípio, os pesquisadores acreditam que os movimentos foram criados para que as baleias beluga se comuniquem entre si, já que 93,6% dos formatos se deram quando uma se apresentava no campo de visão da outra.
Alguns padrões nas formas também foram notados, e as teorias apontam que os movimentos de sacudir e pressionar estão ligados ao comportamento sexual, enquanto achatar, empurrar e levantar não parecem estar ligados a comportamentos específicos, o que pode sugerir “uma utilização mais flexível”.
Tudo isso aprimora um corpo de conhecimento necessário para compreender melhor esses animais complexos– Ellen Coombs, do Museu Nacional de História Natural do Smithsonian
Vale ressaltar que os pesquisadores documentaram o comportamento entre baleias beluga em cativeiro, e ainda não está claro se o comportamento se reflete em animais que vivem na natureza.
As baleias beluga
As baleias beluga são mamíferos que vivem em águas árticas e subárticas, inclusive na costa do Alasca. A espécie pesa, em média, 3.150 quilos, e pode chegar aos 16 metros de comprimento.
A expectativa de vida média das baleias beluga gira em torno de 35 e 50 anos — embora possam viver até os 90. Isso porque o animal é suscetível a muitas ameaças, desde doenças e predação por orcas até as perturbações humanas, como pesca, transporte marítimo, exploração de petróleo e gás e alterações climáticas.
As beluga pertencem ao grupo das baleias dentadas, que inclui orcas, golfinhose cachalotes. Todas essas espécies possuem músculos que provavelmente poderiam ser movimentados como os “melões” das belugas, mas, segundo o artigo, ela é a única em que os cientistas observaram o comportamento.
Uma casa sobre um lago, em meio à natureza, com comodidades que atraem olhares e localizada em uma cidadeque não atinge os 100 habitantes, com menos de 2,5 quilômetros quadrados. Se a proposta parece atrativa, é bom preparar os bolsos, porque não sai por menos de US$ 5,75 milhões (quase R$ 30 milhões, com valores convertidos em maio de 2024).
O estado do Texas, nos Estados Unidos, abriga a pitoresca cidade de Round Top, cujo último senso registrou uma população de apenas 91 habitantes. A baixa concentração de pessoas é compensada por uma grande área verde, que ainda abriga um lago, sobre o qual foi construída uma casa de vidrorepleta de comodidades.
Os olhares mais desatentos certamente dirão que a residência está, na verdade, flutuando— mas não é o caso. A casa de vidro foi construída em 2012, soma três andares e está acima do lago, recheado de peixes.
No primeiro andar há uma cozinha, salas de estar e jantar e um lavabo. No segundo, fica mais uma sala e um quarto de hóspedes, com direito a banheiro completo. No terceiro, encontra-se a suíte principal, que também dispõe de sala de estar e banheiro.
O lago, por sua vez, é ideal para a prática de esportes náuticos, como natação e paddleboard, além, claro, de ser uma ótima opção para passeiosde barco. No cais, uma área coberta garante ainda mais entretenimento, com uma fogueira e uma casa de tiro ao alvo.
Se a ideia for receber visitas, uma casa de hóspedes no terreno ainda abriga dois quartos, dois banheiros, cozinha e salas de estar e jantar. Os trailers, muito comuns na região, também são contemplados nos arredores da casa de vidro, já que, por lá, há três pontos de conexão na propriedade.
O mercadode trabalho deve se juntar ao meio ambiente na lista de beneficiados com a transição de combustíveisfósseis para e-combustíveis dentro do setor marítimo. Isso porque estima-se que a tomada de um rumo mais sustentável seja capaz de gerar até quatro milhões de empregos até 2050.
A previsão é da multinacional inglesa Arup, encarregada de conduzir a análise encomendada pelo Fórum Marítimo Global. De acordo com o estudo, as vagas devem abranger as três principais áreas dessa cadeia de produção: geração de energiarenovável, produção de hidrogênioe produção de e-combustível.
O cenário anima especialmente pela pressão que a indústrianaval sofre para se descarbonizar. Afinal, o setor — que oferece 80% do comércio local — é responsável por cerca de 3% das emissões globais de CO₂.
É por isso que, em 2023, os estados membros da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês) concordaram que, até 2050 — ou ao menos, em ano próximo –, combustíveis fósseis deixarão de ser utilizados.
E-combustíveis como solução
Diferentemente dos combustíveis fósseis, provenientes de fontes não-renováveis, os e-combustíveis são produzidos a partir da extração de hidrogênio da água, em um processo chamado eletrólise.
Em seguida, o hidrogênio é combinado com CO₂retirado do ar e, com a ajuda de um catalisador, convertido no combustível líquido.
Para alcançar a meta definida em 2023, os países precisão de grandes volumes de e-combustível. De acordo com o estudo da Arup, as projeções indicam que a procura da alternativa para o transporte marítimo deve aumentar para mais de 500 milhões de toneladas até 2040 — e para 600 milhões de toneladas até 2050.
Permitir essa realização, claro, não sai barato. A análise aponta que o investimento deve beirar 3,2 bilhões de libras (equivalentes a R$ 20,7 bilhões, na conversão feita em maio de 2024), necessários para desenvolvimento de infraestruturas renováveis, produção de hidrogênio e instalações de produção de e-combustível para o setor marítimo.
Ainda de acordo com a pesquisa, os países ao sulpropiciam as melhores condições para a produção devido ao clima, fator que ampliaria a oferta de emprego em tais locais e, consequentemente, ajudaria a reduzir as desigualdades entre o norte e o sul global.
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